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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

21.5.15

PMDB quer aprovar ‘lei do mais rico’ na reforma política


PMDB quer aprovar 'lei do mais rico' na reforma política

Fabio Pozzebom/ABr

 

Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Curnha, tem pressa para votar projeto que muda sistema eleitoral, piora representação política e legaliza doação de empresas

21/05/2015

Por Pedro Rafael Vilela,

De Brasília (DF)

 
 Eduardo Cunha, presidente da Câmara | Foto: Fabio Pozzebom/ABr

O deputado federal e presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), marcou para o próximo dia 26 a votação de uma proposta de reforma política que pode encarecer ainda mais os custos de campanhas eleitorais e piorar a representação social no Congresso. Sob a alegação de que a reforma política vem sendo discutida há mais de 10 anos, o projeto de Cunha atende, principalmente, aos interesses do PMDB.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 352 institui o chamado "distritão". Por esse sistema eleitoral, os deputados federais, estaduais e os vereadores eleitos seriam os mais votados em cada estado ou região. O modelo, que existe apenas em países como Afeganistão e Jordânia, é criticado pela grande maioria dos cientistas políticos, porque aumenta o personalismo na votação e fragmenta os partidos políticos.

"Isso favorece a individualização, enfraquece ainda mais a ideia de uma campanha séria e baseada em propostas", aponta Yuri Kasahari, doutor em Ciência Política pelo Instituto de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj), em entrevista à BBC Brasil.

Para o especialista, os partidos seriam incentivados a apresentar candidatos com forte base regional, apelo individual, posições extremas e capacidade de arrecadar doações. Dessa forma, as minorias ficariam ainda mais sub-representadas: mulheres, população negra, LGBT, agricultores, indígenas, entre outras.

Esse sistema é criticado até por aliados de Eduardo Cunha. O relator da PEC na Câmara, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), reconheceu que o "distritão" é prejudicial e prometeu votar contra o próprio relatório.

"O custo das campanhas vai aumentar. Cada partido vai lançar o menor número possível de candidatos, para não diluir sua força, [mas] será um 'todos contra todos'. Você vai precisar de 200 mil votos em São Paulo para se eleger, por se tratar de um sistema em que quem tem mais votos é eleito. Se aumenta o número de votos necessários para se eleger, aumenta o custo de campanha; são mais cabos eleitorais, mais carros de som. Aumentando a influência do poder econômico, aumentam também a promiscuidade e os escândalos de corrupção. E se hoje os partidos não valem quase nada, isso vai se acentuar. Vamos ter 50 partidos no mínimo, criando uma ingovernabilidade no país", avalia.

 
Movimentos pedem por reforma política | Foto: Marcelo Camargo/ABr 

Os contrários ao "distritão" defendem que a eleição parlamentar deve garantir o modelo proporcional, que permite a representação de diversos setores sociais. "Congresso é o lugar onde as minorias também devem estar representadas", argumenta o deputado Henrique Fontana (PT-RS). "Quando se fala que o 'distritão' é um bom sistema, pois garante a eleição dos mais votados, cabe perguntar para onde vai o voto de milhões de eleitores que votaram em nomes que não se elegeram. Seriam simplesmente jogados fora", escreveu em artigo à Folha de S. Paulo o cientista político Jairo Nicolau, professor da UFRJ.

Doação de empresas

Outro ponto fundamental na PEC é a legalização da doação empresarial em campanhas eleitorais. "É grave a possibilidade de botar na Constituição o financiamento empresarial. Temos que garantir financiamento público e de pessoa física, com teto de contribuição", afirma o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).

A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lidera uma campanha nacional por outra proposta de reforma política que proíbe a participação de empresas nas eleições. "O financiamento eleitoral é uma das principais origens da corrupção no Brasil", avalia dom Joaquim Mol, bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG).


http://brasildefato.com.br/node/32100 



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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz