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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

9.5.09

Prefeitura de Sao Gabriel derruba monumento em homenagem a Sepé Tiaraju. Que vergonha!!

Caríssimos/as amigos/as ÍNDIOS RIO-GRANDENSES, POVO GUARANI, MISSIONEIROS e veneradores de SÃO SEPÉ TIARAJU:
 
Ontem, dia 7 de maio, no exato momento em que aqui em Porto Alegre era lançado o livro PEDIDO DE PERDÃO AO TRIUNFO DA HUMANIDADE de José Roberto de Oliveira, recebemos a dolorosa notícia de que o Prefeito de São Gabriel, Rossano Gonçalves, meteu abaixo o ORATÓRIO-MONUMENTO "SÃO SEPÉ TIARAJU" da Sanga da Bica, lugar exato em que nosso HERÓI-SANTO-POPULAR deu o beijo derradeiro à TERRA SEM MALES de seu povo, em meio às torturas que lhe infligiram os esbirros portugueses e espanhóis.
 
É doloroso e escandaloso que isso aconteça no início das comemorações dos 400 anos (4º centenário) do início das MISSÕES JESUÍTICAS LATINO-AMERICANAS (1609-2009).
 
A notícia nos foi dada por telefone pelo Guilherme Abib, da família planejadora e executora, não só do Oratório mas também do conjunto arquitetônico desenhado por Oscar Niemeyer a ser levantado na PRAÇA SÃO SEPÉ TIARAJU.
 
Envio a todos a nota oficial que acaba de me chegar do CIMI-SUL.
 
Antônio Cechin
 


A memória de Sepé Tiaraju foi agredida mais uma vez na terra do latifúndio!

 

    Na ocasião das celebrações dos 250 anos de martírio de Sepé Tiaraju, líder indígena Guarani, assassinado por soldados da Espanha e Portugal, em 07 de fevereiro de 1756, foi erguido um monumento em sua homenagem, na cidade de São Gabriel - RS. O monumento consistia num símbolo representativo dos Sete Povos das Missões e que pretendia marcar o local onde espanhóis e portugueses massacraram o Povo Guarani, devastaram suas terras, seu meio ambiente e as cidades missioneiras.

 

O monumento, construído voluntariamente por militantes e simpatizantes da causa indígena, havia sido abençoado por centenas de pajés, Karaí e Kunhã Karaí de comunidades Guarani do Brasil, Argentina e Paraguai. Debaixo dele rezaram pelos seus mortos, debaixo dele rezaram pelo futuro dos Guarani, de seus descendentes e de todos os demais povos. Rezaram por justiça, paz e solidariedade. Rezaram para que os homens e mulheres vivam nesta terra de maneira que a "terra sem males" seja construída através do amor e da fraternidade. O monumento já era um espaço sagrado no modo de ver dos líderes religiosos indígenas e como tal também era percebido e visto pela população simples e religiosa de São Gabriel, bem como dos romeiros que por ali passavam para orar em memória do líder indígena que lutou e morreu defendendo as terras gaúchas.

 

    Pois o monumento inquietava os donos do latifúndio, os fazendeiros arrogantes que habitam e exploram as terras sagradas do Rio Grande. Eles tinham medo do símbolo de resistência e vida que ali fora plantado e como que encravado na memória daqueles que se colocam contra a vida e contra a solidariedade, que se colocam contra a possibilidade de que haja direitos iguais para todos, que se colocam contra a redistribuição de bens e das terras. Estes senhores, patrocinadores da dor e da miséria, não sossegaram e passados pouco mais de três anos das celebrações em memória de Sepé Tiaraju decidiram, com a infra-estrutura da prefeitura municipal de São Gabriel, destruir o que lhes causava dor e medo. Destruíram o monumento de Sepé Tiaraju, líder índio Guarani e herói do Rio Grande.

 

    Repudiamos a mais esta violência contra a memória dos Guarani, contra a história do Rio Grande do Sul, contra a esperança de construção de uma "terra sem males". Para estes que aniquilaram o monumento resta lembrar o Evangelho onde Jesus manda que sobre eles se deve sacudir a poeira das sandálias, pois ali a terra é pedregosa e cheia de ervas daninhas.

 

Porto Alegre, 07 de maio de 2009

Roberto Antonio Liebgott

Cimi Sul-Equipe Porto Alegre

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz