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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

12.6.08

Entre recomeços e crises

*Adão Villaverde
A queda de secretário do governo flagrado tomando “chopinho” com lobista-réu; as gravações telefônicas reveladas pela Polícia Federal evidenciando formação de quadrilha; a veiculação de carta-denúncia enderaçada à governadora detalhando desvios de recursos do Detran e a conversa gravada entre o vice-governador e o ex-Chefe da Casa Civil, em que este admite que dois grandes partidos gaúchos se financiam de esquemas em órgãos públicos, fizeram explodir o epicentro político do governo Yeda, deixando o Rio Grande perplexo e escandalizado. Aliás, núcleo de governo que renovou-se após derrota do pacote de impostos e que assumiria o papel de ser o centro pensante e de estratégia do “novo jeito de governar”.
Estamos diante de um momento singular na história política do RS, a ponto de a própria governadora assumir que seu governo se encontra frente a uma crise ética. Pois sequer completou ano e meio e já realizou sucessivos redesenhos e recomeços.
O primeiro, no início do governo, redesenhava a administração pública, em um contexto que o Detran foi retirado da Segurança Pública e passado à Administração. Este modelo fez àgua já ao fim do primeiro ano, resultado da lógica conflitiva de governar, que viu-se esfacelar do ponto de vista da base legislativa, em total confronto com o Judiciário e quase rompido com os setores empresariais. Descortinou-se aí, uma crise política no RS.
O segundo recomeço foi baseado na recomposição do núcleo de articulação e gestão, tendo como principais artífices os hoje ex-secretários, da Casa Civil e da Secretaria Geral de Governo. Não passaram quatro meses e estoura a crise ética, assim definida pela governadora, e cujas causas não se devem a divergências de projetos, nem tampouco a uma intencionalidade da oposição, mas sim aos desacertos e interesses de caráter interno ao governo.
E agora, mais um recomeço, com a criação do “Gabinete de Transição”, talvez mais adequado “Gabinete de Crise”. Como forma de reação frente ao que se pode caracterizar de crise institucional que assola o Estado gaúcho. Enquanto as entidades, as instituições, as cidadãs e os cidadãos contavam com iniciativas fortes frente ao atoleiro ético da gestão, às denúncias, às investigações e aos indiciamentos, o que vemos, mais uma vez, são simples medidas maquiadoras. Numa nítida tentativa de substituir as posições e atitudes firmes que se esperaram de um gestor público sério e responsável, por mero factóide. * Professor, engenheiro e deputado PT-AL/RS
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O Gabinete de Crise e a crise no gabinete .
*Adão Villaverde
Um governo que sequer completou ano e meio e que, de forma recorrente, não consegue superar suas sucessivas crises, necessita fazer uma avaliação e uma reflexão mais rigorosa e desapaixonada, sob pena de colocar em risco o futuro do Estado.
A situação do governo gaúcho já era difícil no fim de 2007, com a gestão carimbada como fortemente conflitiva. E mesmo num esforço de recompor vertebrado pelos dois ex-secretários da Casa Civil e da Secretaria Geral, o governo não superou a crise e eles acabaram sendo pivôs dos últimos acontecimentos, que levaram o Palácio Piratini à uma situação absolutamente crítica.
Entretanto, de forma simplificada e equivocada, o governo continua a não alcançar a dimensão e as origens da crise. De um lado, busca justificá-la nos desacertos entre o vice e a governadora, como esta afirma e reafirma. De outro, quando da recente reação do ex-Chefe da casa Civil, ao se ver acantonado pela revelação da gravação, adotou a mesma postura. Isto evidencia no mínimo incompreensão. Mas o mais grave é a inaptidão em tomar iniciativas evitando a crise institucional que avança e se impõe.
Quando se está diante de um governo incapaz de enfrentar a grave situação político-ética que assola órgãos públicos e sua base institucional se fragiliza de forma acelerada, na opinião pública fica evidente sua desmoralização e perda de legitimidade. O imobilismo e a paralisia tomaram conta da gestão e a população já está indo às ruas exigindo medidas mais firmes e contundentes. Num modelo presidencialista quando o Executivo chega a tão grave situação, só arrogância e autoritarismo associados a paliativos ou simplificações, como “Gabinete de Transição” ou “de Crise”, são meros factóides diante das reais e necessárias medidas que o povo gaúcho espera de seus governantes.
*Professor, engenheiro e deputado estadual PT/RS

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz