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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

6.12.10

depois de quatro anos de blogue... novamente a primeira postagem...!

http://refletindomuito.blogspot.com/search?updated-max=2006-11-12T19%3A40%3A00-02%3A00&max-results=25

O outro Brasil que vem aí

Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
de outro Brasil que vem aí
mais tropical
mais fraternal
mais brasileiro.
 
O mapa desse Brasil
em vez das cores dos Estados
terá as cores das produções e dos trabalhos.
 
Os homens desse Brasil
em vez das cores das três raças
terão as cores das profissões e regiões.
 
As mulheres do Brasil
em vez das cores boreais
terão as cores variamente tropicais.
 
Todo brasileiro poderá dizer:
é assim que eu quero o Brasil,
todo brasileiro e não apenas
o bacharel ou o doutor
o preto,
o pardo,
o roxo
e não apenas o branco e o semibranco.
 
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
lenhador
lavrador
pescador
vaqueiro
marinheiro
funileiro
carpinteiro
contanto que seja digno do governo do Brasil
que tenha olhos para ver pelo Brasil,
ouvidos para ouvir pelo Brasil
coragem de morrer pelo Brasil
ânimo de viver pelo Brasil mãos para agir pelo Brasil
mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo
dos Brasis mãos de engenheiro que lidem com ingresias
e tratores europeus e norte-americanos a serviço do Brasil mãos sem anéis
(que os anéis não deixam o homem criar nem trabalhar).
mãos livres
mãos criadoras
mãos fraternais de todas as cores
mãos desiguais que trabalham por um Brasil
sem Azeredos, sem Irineus sem Maurícios de Lacerda.
 
Sem mãos de jogadores
nem de especuladores
nem de mistificadores.
 
Mãos todas de trabalhadores,
pretas,
brancas,
pardas,
roxas,
morenas,
de artistas
de escritores
de operários
de lavradores
de pastores
de mães criando filhos
de pais ensinando meninos
de padres benzendo afilhados
de mestres guiando aprendizes
de irmãos ajudando irmãos mais moços
de lavadeiras lavando
de pedreiros edificando
de doutores curando
de cozinheiras cozinhando
de vaqueiros tirando leite de vacas chamadas comadres dos homens.
 
Mãos brasileiras
brancas,
morenas,
pretas,
pardas,
roxas
tropicais
sindicais
fraternais.
 
Eu ouço as vozes eu vejo as cores
eu sinto os passos desse Brasil que vem aí.
 
Gilberto Freyre

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz