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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

8.11.06

PRESIDENTE REELEITO

http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=12695 29/10/2006

Lula vence e faz apelo por unidade em primeiro pronunciamento Reeleito com 60% dos votos, Lula assegura que a meta do novo governo será o crescimento econômico com distribuição de renda. O presidente também aproveitou seu primeiro pronunciamento para dar recados a amigos e adversários.

Verena Glass - Carta Maior

SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito neste domingo (29) com cerca de 57,6 milhões de votos, alcançando 60,7% dos sufrágios válidos. Em 2002, o percentual chegou a 61,27%. Alckmin, que totalizou a 41,64% no primeiro turno, caiu agora para 39,21%. Com a confirmação, por volta das 19:30 h, do resultado esperado - já que a reeleição foi apontada por todas as pesquisas de intenção de voto -, no início da noite o presidente reeleito recebeu a imprensa para um pronunciamento no Hotel Intercontinental, em São Paulo. Com pouco mais de meia hora de atraso – estava esperando o telefonema de congratulação do adversário tucano Geraldo Alckmin, que foi feito às 20:22 h -, Lula aproveitou sua primeira fala para mandar alguns recados.Após agradecer a confiança de seus eleitores, de reforçar que a vitória foi mérito do povo incluído num patamar superior de cidadania e de afirmar que “o Brasil está vivendo um momento mágico de consolidação da democracia”, Lula voltou a tocar no tema da estabilização da economia. A vida do povo melhorou, há mais emprego e mais comida na mesa, mas o alvo agora será o crescimento rumo a um “padrão de desenvolvimento que coloca o Brasil no patamar dos países desenvolvidos. Cansamos de ser emergentes”, afirmou.Sobre o tema, mais adiante Lula colocou os pontos nos Is: “Nós manteremos uma política fiscal dura. Porque aprendi, não nas faculdades de economia como os meus companheiros, eu aprendi na vida cotidiana que a gente não pode gastar mais do que ganha, porque senão um dia a gente vai se endividar de tal ordem que não vai conseguir pagar a dívida que contraiu”. Segundo o presidente, porém, esta “dureza” não deverá interferir nas políticas sociais de distribuição de renda, seguindo a lógica do “é preciso distribuir para poder crescer” e do giro da economia com o aumento do poder aquisitivo da população como instrumento de crescimento. Logo em seguida, Lula disparou outro recado, ao mesmo tempo para o setor produtivo e para a sua base histórica: “Aos meus companheiros sindicalistas, quero dizer: reivindiquem tudo o que vocês precisarem reivindicar. Nós daremos apenas aquilo que a responsabilidade permita que a gente dê”. Mas em seguida, no estilo bater e soprar, afirmou que a relação do presidente com todos os segmentos da sociedade civil é um fator essencial, “consolidando a democracia, o papel do estado e sobretudo o papel de participação da sociedade. Isso nós fizemos com muita competência e vamos continuar fazendo, afinal de contas o Brasil não é meu, Brasil é de todos. Por isso estou com esta frase na minha camiseta para vocês lerem”, afirmou, abrindo a jaqueta e mostrando os dizeres " A vitória é do Brasil".Justiça social e aliançasLula também retomou neste domingo o discurso da unidade e das responsabilidades compartilhadas que marcaram sua candidatura em 2002. E novamente deu o seu recado, desta vez para os governadores. “Acho que os governadores eleitos têm a compreensão de que o crescimento do Brasil tem que beneficiar o crescimento dos estados. Continuaremos a governar o Brasil para todos, mas continuaremos a dar atenção aos mais necessitados. Os pobres terão preferência no nosso governo. As regiões mais empobrecidas terão no nosso governo uma atenção ainda maior, porque nós queremos tornar o Brasil mais equânime e mais justo, do ponto de vista geopolítico, econômico e social”.Já para os adversários políticos, o presidente ofereceu uma trégua e propôs um pacto de conciliação. “Ao receber o telefonema do meu adversário, o candidato Geraldo Alckmin, eu saio com a convicção de que o Brasil não pode temer o fortalecimento de sua democracia. A eleição acabou, agora não tem mais adversário. O adversário agora são as injustiças sociais que precisamos combater. Agora é todo mundo se juntar para fazer o Brasil crescer (...). Não tenho dúvida que poderemos contar com a compreensão dos partidos que fizeram oposição a nós. Quero conversar com todos, sem distinção. Não haverá partido neste país que eu não chame para conversar e dizer que agora o problema do Brasil é de todos nós. Eu tenho a presidência, mas todos os brasileiros têm a responsabilidade de dar a sua contribuição para que o Brasil não perca mais uma possibilidade”.Também em relação ao Congresso Nacional, Lula prometeu mais empenho pessoal. “Pretendo até dezembro conversar com todas as forças políticas que compões o Congresso e com todas as forças sociais, dos sem-teto ao movimento sindical, dos sem-terra às cooperativas. Aprendemos lições importantes neste primeiro mandato na relação com o Congresso Nacional. Nós vamos ter a mesma coordenação política, mas eu posso dizer que irei pessoalmente interferir mais nas negociações”.Futuro governoDepois de seu pronunciamento, Lula, que durante seu primeiro mandato ficou conhecido como avesso a conversas com os jornalistas, brincou com a imprensa que isto iria mudar, e abriu espaço para algumas perguntas. Questionado sobre a renovação na composição do governo, Lula afirmou não querer comentar ainda a composição do próximo ministério, mas reafirmou a importância das pastas sociais criadas por ele em 2003, como a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e a Secretaria de Políticas de Promoção da da Igualdade Racial, criticadas pela oposição como inchaço da máquina. “Esta estrutura deu tão certo que ganhamos as eleições”, alfinetou.Também sobre a política externa do próximo mandato, Lula voltou a reafirmar seu compromisso com o Mercosul e com a integração da região. Já durante o pronunciamento, comemorou a consolidação da política internacional, “onde não temos adversários, mas construímos um leque de amizades”, fazendo com que o país transitasse “com leveza em todos os continentes, porque nós aprendemos a respeitar, e somos respeitados”. Respondendo à pergunta de um repórter argentino, porém, desqualificou o antigo discurso pró-Alca em detrimento do Mercosul, e reafirmou seus esforços para a integração da América Latina e para a construção de relações de confiança entre os os membros do bloco. Também falou da responsabilidade dos países mais estruturados, como Brasil e Argentina, no processo de desenvolvimento dos países mais pobres, e terminou reafirmando a política brasileira em relação à Bolívia.“Havia uma descrença em relação à Bolívia de alguns setores reacionários, que achavam que eu deveria ser duro com a Bolívia. Onrtem foi feito um acordo que meu ministro das minas e energia achou extraordinário. Então, para que uma briga se eu posso ter uma boa conversa. Eu nasci na política fazendo acordo e é assim que a gente está se dando bem com a Argentina, com o Uruguai, com o Paraguai, com a Venezuela e com todos os outros países”.Por fim, o presidente prometeu mais agilidade na implementação de leis e projetos que chegarem ao executivo para homologação. Sobre a morosidade do processo de aprovação de questões estratégicas, argumentou que “nem sempre as decisões do presidente acontecem, porque tem nuances jurídicas, tributárias, etc”. E deu o seu último recado da noite: “discuta-se tudo antes de chegar na minha mesa. Chegou na minha mesa, aprovou, é para começar a funcionar”.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz