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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

25.5.25

Janja não é primeira-dama reborn | por Marcelo Rubens Paiva


Janja não é primeira-dama reborn


No Brasil, muitos ainda pensam que mulher não pode ter opinião ou influir nas decisões de um presidente


Por Marcelo Rubens Paiva, Folha de S.Paulo, 24mai2025


No intervalo de 20 dias, encontrei-me duas vezes com o casal presidencial. As suspeitas de que Janja é perseguida pela ciumeira da esquerda velha e de conservadores, que não veem possibilidade de uma esposa influir nas decisões do marido, se confirmaram.

Muitos não entendem Janja. Me diziam que ela afastou Lula dos amigos, que o fez parar com hábitos antigos, como beber e fumar charutos com alguns jornalistas, das entrevistas.

Lula me contou que parou de fumar porque ficou sem ar numa viagem e que quase não bebe, pois quer viver até 110 anos.

O primeiro encontro com o casal ocorreu em uma visita fora da agenda oficial. Eu estava em Brasília, Lula e Janja souberam, me chamaram, e fui rever o amigo de longa data; nos conhecemos quando ele era líder sindical. Naquela ocasião me dei conta de que ele é personagem das minhas três autobiografias, "Feliz Ano Velho" (1982), "Ainda Estou Aqui" (2015) e "O Novo Agora" (2025). Levei este último autografado.

Entrei no Palácio do Planalto assombrado pelas imagens da invasão de 8 de janeiro de 2023. Via os fantasmas dos golpistas, escutava bombas, sentia a fumaça, o medo dos poucos policiais que resistiam, o feromônio de destruição.

Vi intacto o Di Cavalcanti que fora esfaqueado e as mesas de vidro restauradas, assim como a escultura de Krajcberg e o relógio de mais de 200 anos. Cheguei a passar o dedo nele, buscando ranhuras de um restauro caseiro, daquela cola instantânea sempre na geladeira. Nada.

Entramos no gabinete com meu sobrinho Chico Rubens Paiva e Margareth Menezes, ministra da Cultura. Encontrei Lula feliz, saudável, magro, falante, gozador, afetivo, mais do que antes.

Me abraçava, me pegava, me olhava nos olhos, sorria, perguntava da minha vida. Sua pele estava mais bem cuidada do que a minha. Perguntei seu segredo. O quase octogenário presidente acorda às 5 da manhã e malha por duas horas, disse.

Mandou chamar Janja. Serviu suco de cupuaçu. Reclamou que para dar corda no relógio restaurado é preciso chamar um técnico com luvas e apontou para o hit do seu gabinete, uma caixa lacrada do tamanho de um Kindle, com poeira da Lua. Presente de Xi Jinping.

"Não abri, porque vai saber o que tem lá dentro...", gargalhou. Disse que iria se encontrar com o líder chinês e pediria para ele abrir a caixa na sua frente, para se certificar. Rimos.

Falamos do Corinthians, de Memphis Depay, da dívida impagável do clube, de passarinhos, das taxações de Trump e da missão do Brasil de encontrar com o Brics e a União Europeia uma fórmula mágica para diminuir a influência do dólar nas transações internacionais.

Janja chegou. Dividiram a mesma cadeira, diante de mim. Ele me confidenciou que tem lucidez para se retirar da vida pública, se a saúde física ou mental forem impedimentos. Lamentamos o melancólico fim da carreira de Biden.

Reclamou que o pessoal do PT o obrigou a se mudar para Alto de Pinheiros, em São Paulo. "Queria me aposentar numa praia", disse. Lula sonha em se aposentar em Salvador. Janja topa, apesar de preferir o Rio de Janeiro.
Enquanto Janja me contava como teve que, após os ataques de 8 janeiro, implorar para o governo não assinar a GLO, Lula despachava com Margareth, cobrando a instalação dos Conselhos de Cultura e outras demandas.

A Garantia da Lei e da Ordem (GLO) é um caminho provisório de policiamento feito pelas Forças Armadas para o restabelecimento da ordem pública, o que se propunha diante do tumulto golpista em Brasília. Caso autorizada, estaria dada a ordem para os tanques irem às ruas. Seria a institucionalização do golpe militar.

Janja me confidenciou que, depois de estudar ciências sociais na Universidade Federal do Paraná, e MBA em gestão social, foi trabalhar na Itaipu Binacional e admitida no curso de um ano da Escola Superior de Guerra, em que teve contato com as minúcias de uma GLO. Ao não assinar, Lula conseguiu barrar a blitzkrieg, que por pouco não atravessou a porta dos quarteis.
Certa vez, me descreveram Janja como a cuidadora de um velhinho. O que se percebe ali é um casal em plena harmonia, sintonia, saudável, feliz. Um parece adivinhar o que o outro pensa. Por vezes, um completa a frase do outro. O que se vê ali é cumplicidade, com brilho nos olhos e amor. Quem está ao redor admira ou inveja. Por isso Lula quer viver 110 anos.

Vinte dias depois, 20 de maio, fui com meu filho Joaquim, 11 anos, ao Palácio Capanema, no Rio. A família implorara para ele ir com a camisa do Corinthians, mas não adiantou. Vestiu um impecável terno azul e gravata. Nos colocaram numa saleta da biblioteca. Faríamos uma surpresa.

Lula e Janja chegaram. Lula logo abraçou o menino e elogiou a elegância. Janja, de gozação, fez uma saudação como se ele fosse um príncipe. Contei que o apelido do moleque na escola é Putin.

Lula passou o dia gozando Joaquim, dizendo que ele era mais elegante que o líder russo, e que quando encontrasse o Putin real diria que conheceu seu sósia brasileiro.

Depois de anos fechado, ameaçado de ser demolido, para o terreno ser vendido pelo projeto liberal —que visa diminuir o Estado, se desfazer dos bens da União, se desfazer da memória, da mitologia, da cultura e da história—, o projeto arquitetônico premiado de Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Le Corbusier, com paisagismo de Burle Marx, revestido por azulejos de Portinari, foi reinaugurado numa cerimônia plural: a entrega de Ordem ao Mérito Cultural.

Depois de anos massacrados pelo correntão de apagamento do governo anterior, que transformou o Ministério da Cultura na sombra da goiabeira de Jesus, o talento e a inteligência brasileiros recuperavam seu protagonismo.
Foram muitas as pessoas homenageadas na noite: Zezé Motta, Alaíde Costa, Liniker, Mônica Martelli, Alcione. Gilberto Gil recebeu a honra no lugar de sua filha, Preta Gil. Odair José, Tony Tornado, Armandinho, Lilia Schwarcz, Alice Ruiz, Paulo Betti, Bárbara Paz, que veio direto de Cannes para a cerimônia, Walter Salles, Fernanda Torres e eu, Daniel Munduruku, Chico César, Silvio Tendler, entre outros e outras, compusemos o leque da diversidade.

Mas nas manchetes dos jornais aparecia: "Lula concede a Janja principal honraria por mérito cultural do país". Quem concedeu foi o Ministério da Cultura, não ele.

Discursei, contando que a dedicatória do livro que dei para eles tinha uma só palavra: "Resistam". Pelo visto, o amor entre eles resiste ao mau olhado dos invejosos.

Lula, o presidente dos Correios e eu deveríamos carimbar o selo em homenagem à Eunice Paiva. Mas Janja e Lula mudaram o protocolo e fizeram Joaquim carimbar, diante da imprensa e dos homenageados.

Lula discursou, Janja lhe dava as folhas, lia antes, checava, deu uma folha errada, ele a corrigiu e sorriu, ela sorriu para mim, como se tivesse feito uma travessura. E eram o "gagá" Lula e a "metida" Janja que organizavam as fotos com os homenageados, diante da confusão do cerimonial e da imprensa. Ele se sentou no chão, fez pose, se levantou sozinho.

A má vontade com a esposa do presidente se tornou uma verruga jornalística. Se ela viaja com o marido, calculam o gasto, como se ela estivesse passeando com o maquiador. É Janja quem se reúne com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) para debater iniciativas contra a fome e a pobreza.

Se ela fala num almoço privado, questionam se não deveria ter ficado quieta. A conversa foi vazada por um ministro. Isso sim deveria causar perplexidade. Mas o comentário de uma mulher, num jantar a portas fechadas, no país em que vazamento não existe como figura de linguagem, foi o assunto.

Não querem Lula na Rússia, nem na China, buscando redesenhar o comércio mundial. E querem uma primeira-dama reborn, um cabide sem voz, sem ouvido, sem olhos, porque no Brasil mulher não pode ter opinião, nem se meter em conversa dos maridos.
Resistam!


(*) Marcelo Rubens Paiva. Escritor e dramaturgo. Autor, entre outros livros, de "Feliz Ano velho", "Malu de Bicicleta" e "Ainda Estou Aqui"




22.5.25

Seminário de Lançamento da Revista Tempo do Mundo nº 36 discute Política Industrial em Perspectiva Internacional

Seminário de Lançamento da Revista Tempo do Mundo nº 36 discute Política Industrial em Perspectiva Internacional

 2025-05-22

Revista Tempo do Mundo (RTM) realiza, no dia 26 de maio de 2025, às 15h, o seminário de lançamento de seu número 36, dedicado ao tema "Política Industrial: Dimensões Internacionais e Comparada". O evento será realizado presencialmente na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília, com transmissão ao vivo pelo canal do Ipea no YouTube.

Com coordenação da professora Daniela Freddo (Universidade de Brasília – UnB) e de Andrea Roventini, professor de economia da Escola de Estudos Avançados Sant'Anna, em Pisa (Itália), o novo número reúne artigos que analisam experiências internacionais de política industrial, abordando temas como governança em ciência e tecnologia, transição energética e os desafios da reindustrialização em um cenário global de transformações geopolíticas e tecnológicas.

O seminário será dividido em dois painéis temáticos. A abertura, intitulada "Nova Indústria Brasil", contará com apresentações de Daniela Freddo (coordenadora do número), Carmem Feijó, professora da Universidade Federal Fluminense – UFF e Verena Hitner, diretora do Departamento de Governança e Indicadores de Ciência e Tecnologia do MCTI. O debate será conduzido por André Roncaglia, diretor-executivo do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em seguida, a mesa "Política Industrial: Dimensões Internacionais e Comparada" será coordenada por Pedro Silva Barros, editor da RTM, e contará com os palestrantes Igor Goulart Teixeira, Chefe do Setor de Energia e Mineração da Embaixada do Brasil na Argentina, Francisco Marzinotto doutorando na UFRJ e pesquisador visitante no King's College London e, Thiago Sevilhano, Martinez, técnico de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac/Ipea) e professor de Economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) .Os comentários ficarão a cargo da professora Aline Contti (UFPB) e do economista André Roncaglia.

A atividade reforça o compromisso do Ipea em promover debates estratégicos sobre o desenvolvimento nacional a partir de uma perspectiva comparada e internacional. A publicação do número 36 da Revista Tempo do Mundo oferece subsídios valiosos para a formulação de políticas públicas e se consolida como uma referência para pesquisadores, gestores e acadêmicos dedicados ao tema.

📅 Data: 26 de maio de 2025 (segunda-feira)
🕒 Horário: 15h
📍 Local: Auditório Divonzir Gusso – Sede do Ipea (SEPS 702/902 Sul, Bloco C, Brasília-DF)
📺 Transmissão ao vivo: YouTube do Ipea
📧 Informações: dinte@ipea.gov.br
🎟 Evento aberto ao público mediante inscrição
Realização: Diretoria de Estudos Internacionais – Dinte/Ipea

📘 Acesse a chamada da RTM nº 36 – Política Industrial: Dimensões Internacionais e Comparada: https://www.ipea.gov.br/revistas/index.php/rtm/chamadapoliticaindustrial


FONTE: https://www.ipea.gov.br/revistas/index.php/rtm/announcement/view/38



15.5.25

É HOJE, às 20h, a aula magna e gratuita da Pós ICL


Com Jessé Souza
 ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌ ‌

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Chegou o dia!


Hoje, às 20h, o sociólogo Jessé Souza vai revelar por que a elite brasileira culpa o povo pelos problemas do país — e como essa narrativa sustenta a desigualdade até hoje.


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Nos vemos em breve,
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15.4.25

hoje, às 19h30!



📢 Primeiro Encontro da Escola de Fé e Política RS - 2025 📢  

📅 Data: 15/04 - Terça-feira  
⏰ Horário: 19h30
🌍 On-line: O link será disponibilizado no dia do encontro  

🎯 Tema: Ecologia Integral 🌱🌎  

📖  As criaturas deste mundo não podem ser consideradas um bem sem dono: tudo é teu, Senhor, amigo da vida! (Sb 11,26). Isso gera a convicção de que nós e todos os seres do universo, sendo gerados pelo mesmo Pai, estamos unidos por laços invisíveis e formamos uma espécie de família universal, uma comunhão sublime que nos impele a um respeito sagrado, amoroso e humilde." ✨  
📜 Laudato Si', 89  

👤 Assessorias:
Frei Sérgio Görgen - Frei franciscano, militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e autor do livro O Plano Camponês 
Rosieli Ludke - Engenheira Agrônoma, Mestre em Agroecologia, Camponesa, feirante agroecológica, Defensora e praticante da agroecologia e do desenvolvimento rural sustentável  

✍ Inscrições: https://forms.gle/C3U53YwJhhSwR4Bg9 

💡 Venha participar desse importante momento de aprendizado e reflexão! 🌍💚




11.1.25

Nicolás Maduro toma posse na Venezuela


Hoje é sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz