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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

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3.9.14

Retoque na maquiagem

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Rosa dos Ventos

Retoque na maquiagem

Marina, ex-calvinista mostra as artes sutis das raposas experientes. Ao condenar a "velha política", não hesita em militar nela

por Mauricio Dias publicado 30/08/2014 02:10
Luis Cleber/Estadão Conteúdo
Marina Silva

Marina amenizou o discurso mais agressivo e chamou de "lendas" as posições políticas sobre questões ambientais anteriormente defendidas


Acontecimentos inesperados, como o que se vê agora com a presidenciável Marina Silva, não são um fenômeno decorrente do acaso ou provocado pela força do destino. A surpreendente ascensão eleitoral dela se dá por razões explicáveis, palpáveis, criadas antes e imediatamente após o acidente fatal com Eduardo Campos.

Não há fenômenos na política como há fenômenos na natureza.

Resgatada do ostracismo, por cálculo político da mídia conservadora, em duas semanas ela deixou de ser a sombra de Campos e desarrumou uma eleição que parecia arrumada. Atropelou a candidatura do tucano Aécio Neves e ameaça ultrapassar a petista Dilma Rousself, com quem poderá disputar o segundo turno.

Uma parte do sucesso de agora foi plantada após a chegada dela em Brasília, em 1995, já eleita senadora pelo PT do Acre. Foi reeleita em 2003. Sustentou um discurso ambientalista rigoroso. Provocou confrontos internos e externos. Finalmente, rompeu com o governo Lula e com o PT ao se demitir do Ministério do Meio Ambiente.

Marina sempre foi contra a comercialização da soja modificada geneticamente. E reagiu à proposta de transposição das águas do São Francisco. A permissão para a realização das obras só foi dada após ela ter deixado o governo. São apenas dois exemplos.

Ao se despedir do ministério, em 2008, já tinha planos políticos e o olho na disputa da eleição presidencial de 2010. Concorreu pelo PV e perdeu. Recusou-se a apoiar, no segundo turno, a petista Dilma ou o tucano Serra.

Foi uma fuga clara e transparente do processo político-eleitoral.

Marina é, teoricamente, a expressão de uma política que não existe. Prega um comportamento quase calvinista. Nesse ponto ela é um retrocesso social.

A mídia conservadora, antigovernista, fez dela um ícone. E, para sacudir a base de administrações petistas, passou a fazer marcação a aliados de Lula e Dilma.

Além da sucessão de denúncias contra políticos, às vezes com razão e outras vezes sem sustentação, a mídia agia com sinais indiretos de que o Brasil seria melhor se não houvesse o Congresso. Quiçá também os políticos.

O caldo disso foi a fantástica mobilização popular nos meses de junho e julho de 2013. Se o turbilhão de manifestantes formasse um clube, haveria na porta de entrada a divisa: "Político não entra". Talvez alguém acrescentasse: "Exceto Marina".

Embalada por essas jornadas, ela passou a pregar uma indefinida "nova política" e, para isso, mobilizou militantes fiéis para criar um partido novo. Fracassou. Juntou-se ao PSB e tornou-se vice na chapa do partido.

A morte de Eduardo Campos promoveu a ascensão dela.

Após isso, ela mudou. Amenizou o discurso político mais agressivo e negou o que chamou de "lendas" sobre posições políticas ambientais.

Nos debates, farejando uma possível vitória, acentua que "em todos os partidos há quadros de qualidade". Nesse momento é mais ardilosa do que Eduardo Campos, que satanizava nomes já satanizados como os de José Sarney, Renan Calheiros e Fernando Collor, entre outros.

A nova Marina age como uma velha raposa. Não dá nome aos bois.

Assim agiam os políticos matreiros nos tempos da "velha política".



http://www.cartacapital.com.br/revista/815/marina-silva-retoque-na-maquiagem-4389.html

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz