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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

3.9.14

Desistir do Pré-Sal é desistir do Brasil

Desistir do Pré-Sal é desistir do Brasil

agosto 31st, 2014 by mariafro

Por Victor Farinelli*, especial para o Maria Frô

31/08/2014


Marina se segura em dois slogans que sensibilizam principalmente os eleitores do Sudeste, o da "nova política" e o "não vamos desistir do Brasil", lançado no velório de Eduardo Campos.

Cabe de tudo nessas duas frases, e por isso Marina é uma incógnita, como disse a filha de Chico Mendes. Mas existe uma maneira de ver as contradições da candidata: apontar a ela temas onde não pode ficar em cima do muro. Já aconteceu com sua primeira crise, quando seu programa de governo afirmou ser a favor do matrimônio homossexual, o que foi desmentido horas depois em uma lamentável nota de esclarecimento, e logo veio uma sequência de idas e voltas que ainda não terminou, sendo, portanto, impossível saber o que a candidata realmente pensa ou pretende fazer a respeito.

A mesma confusão aconteceu quando a candidata disse que o sua oposição aos transgênicos é uma lenda. Marina tem talento para essas ambiguidades. Nessa frase, ela não chega a se comprometer com a Monsanto (que tem no seu vice, Beto Albuquerque, um dos seus principais representantes do Congresso), mas acena à empresa e todo o agronegócio com um "não tenham medo de mim". Talvez alguns ambientalistas mais exigentes não aceitem esse discurso – e alguém poderia dizer que uma pessoa ser ambientalista e tolerar os transgênicos também seria uma lenda, já não é mais –, mas Marina sabe bem, desde que deixou o PV, que os votos verdes não ganham eleições.

Algo semelhante acontece com outro tema sensível para grande parte do povo brasileiro: o Pré-Sal, uma reserva de petróleo que pode ser o passaporte para o país se tornar definitivamente uma das grandes potências mundiais: por lei, aprovada no governo Dilma Rousseff 75% dos royalties e 50% do fundo social pré-sal são destinados à Educação.

Marina nunca foi totalmente a favor do pré-sal, algo sustentado pelo discurso ambientalista – Marina sempre usou acidentes petroleiros, no Brasil e no exterior, para atacar a Petrobrás e falar em abrir a empresa para participação ou investigação externa. Na campanha de 2010, usou um vazamento ocorrido no Golfo do México para defender essa tese, como se isso fosse problema do Brasil e da Petrobrás:

Este ano, a coisa está mais explícita. Marina tem como um dos seus principais assessores o economista tucano André Lara Resende, que também foi assessor do Collor e um dos que recomendou o confisco das poupanças, segundo o próprio ex-presidente, além de presidir o BNDES durante o governo FHC, sendo um dos grandes artífices da política de privatizações – tão importante que esteve metido até o pescoço no escândalo dos grampos, os primeiros indícios das maracutaias da privataria tucana a virarem notícia nacional.

Lara Resende teve que renunciar ao BNDES sem terminar a missão para a qual foi escalado. Faltou privatizar a Petrobrás e o Banco do Brasil. Sua presença na equipe de Marina faz ter sentido a ideia de interrupção da exploração do Pré-Sal, defendida pelo programa de governo da candidata – não é preciso muita astúcia para entender a quem isso beneficia e que efeitos teria sobre a Petrobrás, mas aos que não entendem, sugiro ler a coluna deste domingo (31/08), do Jânio de Freitas, na Folha, onde ele diz que "reduzir o Pré-Sal e atingir a Petrobras no coração são a mesma coisa".

Mas convenhamos, seria injusto culpar somente o tucano Lara Resende pela ideia de frear o Pré-Sal. Se voltamos ao vídeo acima perceberemos que, em 2010, Marina já demonstrava o quanto desconfiava da capacidade da Petrobrás em explorar esses recursos. Um conceito que pertence ao velho Brasil, aquele relegado à eterna dependência. Marina quer desistir do Pré-Sal, uma medida que significaria desistir do Brasil.

Uma das fórmulas com que o PT poderia recuperar terreno seria apostar em ser a única candidatura (porque Aécio tampouco vai conseguir pegar carona nisso) que acredita no Pré-Sal e na capacidade do Brasil de ser dono do seu próprio destino – de quebra, pode usar como argumento, e sem soar forçado, tudo o que o país avançou na última década para poder ser capaz disso agora.

Acabaria com os dois discursos. Não é possível ser "nova política" defendendo um país incapaz de grandes avanços, algo que também não coincide com quem pretende "não desistir do Brasil". E ainda serviria para uma pergunta: "Marina, você sabe que Chico Mendes jamais desistiria de explorar o Pré-Sal ou qualquer recurso natural, se isso significasse melhores condições de vida para os brasileiros, ou você não o conhecia?".

* Victor Farinelli é jornalista, correspondente do Opera Mundi no Chile, corinthiano e blogueiro de assuntos latino-americanos da Carta Capital, um dos responsáveis pelo blog Rede LatinAmérica.



http://mariafro.com/2014/08/31/desistir-do-pre-sal-e-desistir-do-brasil/


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz