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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

18.9.14

Um mutirão antineoliberal para salvar o Brasil de nova devastação

Um mutirão antineoliberal para salvar o Brasil de nova devastação

Publicado em 18/09/2014 | 

14.09.18_Emir Sader_Mutirão

Por Emir Sader.

A forma da campanha eleitoral mudou: Aécio foi substituído pela Marina como candidato da oposição. A simples contraposição entre os governos do PT e do PSDB desenha uma derrota já no primeiro turno para a oposição, a quarta consecutiva.

O mais que suspeito acidente aéreo – caixa preta não gravou, mas a população viu um avião caindo em chamas, indicando que houve a explosão de algum artefato no seu interior – que levou à substituição da candidatura do PSB mudou o quadro eleitoral na sua forma, mas seu conteúdo segue o mesmo, conforme Marina assume teses ainda mais explicitamente neoliberais.

O Brasil mudou, principalmente no plano social e econômico, também no plano político, mas os valores deixados pelo neoliberalismo não foram substituídos por valores alternativos. E nisso, falharam todas as forças antineoliberais.

Falhou o governo, porque não desenvolveu sistematicamente um discurso explicativo sobre o significado das suas políticas de superação do neoliberalismo. Falhou por não avançar nada na democratização dos meios de comunicação, que impedisse que a máquina monopolista da mídia seguisse perpetuando esses valores e desvirtuando o sentido das políticas do governo.

Falharam os partidos de esquerda – os que apoiam o governo e os que o criticam –, assim como os movimentos sociais, porque não fizeram desse tema sua ação central nestes anos em que logramos colocar o neoliberalismo na defensiva pelas políticas sociais do governo. Mas não foi desenvolvido um trabalho de massas no plano ideológico, que ajudasse a consciência social do povo em relação às imensas e progressistas transformações que vive o país.

Esse trabalho não poderá se desenvolver satisfatoriamente na campanha, mas é preciso concentrar em desmascarar as teses do "nem direita, nem esquerda", "nova política", para centrar a agenda da campanha no modelo neoliberal e nas propostas e programas antineoliberais.

A campanha será uma disputa de agenda: a Marina tentando centrar na desqualificação do Estado – do mandato do PT, da Petrobras – e na suposta superação da polarização PT-PSDB. A campanha da Dilma tem que se centrar no modelo neoliberal de que a Marina, mais além dos envoltórios, representa de forma ortodoxa.

Um imenso mutirão popular antineoliberal é o que pode levar a mais uma derrota da direita e à continuidade e aprofundamento do projeto iniciado por Lula em 2003.

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Eleições630p

Especial Eleições: Artigos, entrevistas, indicações de leitura e vídeos para aprofundar as questões levantadas em torno do debate eleitoral de 2014, no Blog da Boitempo. Colaborações de Slavoj Žižek, Mauro Iasi, Emir Sader, Carlos Eduardo Martins, Renato Janine Ribeiro, Edson Teles, Urariano Mota e Edson Teles, entre outros. Confira aqui.

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Emir Sader nasceu em São Paulo, em 1943. Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, é cientista político e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). É secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso) e coordenador-geral do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Coordena a coleção Pauliceia, publicada pela Boitempo, e organizou ao lado de Ivana Jinkings, Carlos Eduardo Martins e Rodrigo Nobile a Latinoamericana – enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe (São Paulo, Boitempo, 2006), vencedora do 49º Prêmio Jabuti, na categoria Livro de não-ficção do ano. Colabora para o Blog da Boitempo quinzenalmente, às quartas.


http://blogdaboitempo.com.br/2014/09/18/um-mutirao-antineoliberal-para-salvar-o-brasil-de-nova-devastacao/


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz