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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

1.10.14

Texto de Flávio Aguiar, pesquisador e professor

30/09/2014 - Copyleft 

O Rio Grande do Sul merece a eleição de Tarso e Olívio

É, mas tem que fazer por merecê-la. Isto é, tem que eleger Olívio para o Senado e reeleger Tarso Genro para o governo do estado

O Rio Grande do Sul e Porto Alegre já foram referência mundial. Porto Alegre foi o berço do Fórum Social Mundial, quando foi por várias vezes declarada "a capital do século XXI". Os programas sociais e de participação democrática do estado e da capital se tornaram referências planetárias. Receberam cumprimentos e prêmios da ONU.

Para ficarmos nos últimos cem anos, o estado só teve tal projeção no mundo quando engendrou a Revolução de 1930 que, com todas as contradições que teve, trouxe o Brasil para o século XX, e depois quando foi sede da Rede da Legalidade – única vez até então em que um golpe de direita foi barrado por uma mobilização popular na história do continente.

Já não falemos dos tempos em que Giuseppe Garibaldi, o "herói de dois mundos" lutava pela república em nosso rincão, antes de se tornar um dos líderes da independência definitiva do Uruguai e da unificação italiana, ao lado de Anita.

O Brasil está à beira de uma escolha histórica, entre a regressão ao passado de crescimento da desigualdade social e da submissão internacional, e a continuidade do projeto/processo de desenvolvimento com inclusão social. Aquela é representada pelas principais candidaturas de oposição; esta, pela possibilidade da reeleição de Dilma Rousseff, uma candidata nascida em Minas Gerais e literalmente renascida para a política em nosso estado, depois do fim da nefasta ditadura implantada em 1964.

O Rio Grande do Sul não é melhor do que nenhum outro estado brasileiro, nem pior. Também vicejaram e vicejam em nosso estado as ervas daninhas do autoritarismo e do conservadorismo, hoje mais ranhetas, rabugentas e chantagistas emocionais do que nunca. Onde houve progresso social, inclusão, soberania altiva no plano internacional, aquelas ervas daninhas só conseguem ver o caos, a desorganização e o rastro de uma destruição.

Destruição? Sim, do mundo em que se confundem direitos universais da cidadania com privilégios de castas auto-proclamadas por seus arautos como as únicas representantes do "mundo civilizado" entre nós. Estes arautos passaram o ano inteiro fazendo uma campanha insidiosa nào só contra o governo, também contra o Brasil e o povo brasileiro, inclusive no plano internacional. Proclamavam, em alto e bom som, que o Brasil – o Rio Grande do Sul incluído – era o país em que nada funcionava nem funcionaria, que a Copa do Mundo seria um colapso cardíaco nos aeroportos, nos transportes, nos estádios. A campanha pegou: grande parte da mídia internacional conservadora, na esteira da brasileira, alardeava aos quatro ventos que o Brasil – o Rio Grande do Sul inclusive – era um país de corruptos, de miseráveis sem saída, de eternos clientes das verbas públicas e dos favores de governos, país de rufiões, prostitutas e drogados, etc. Para este discurso não passávamos de um etcétera da história.

Mas a realidade era outra. Não só tudo funcionou a contento (exceto o nosso time...), como o que se revela hoje é que o Brasil está em disputa porque virou uma fruta apetitosa para o capitalismo especulativo – o mesmo que hoje quer dobrar a Argentina através das artimanhas legais dos fundos abutres, o mesmo que está transformando a Europa do bem-estar social num monte de escombros onde a pobreza cresce de modo ameaçador, enquanto diminui na América Latina, na do Sul em particular.

O Brasil tem estas escolhas pela frenteE o Rio Grande do Sul tem a escolha entre participar da preferência pelo progresso inclusivo, pela ampliação das conquistas sociais, econômicas e políticas que tivemos, pela afirmação dos direitos e da cultura da cidadania, com as correções de rumo que se fizerem necessárias e que forem democraticamente debatidas e escolhidas pela vontade do povo soberano, ou de se acomodar à chantagem dos que querem renegar tudo isto e reentregar nosso país à sanha dos que querem nossas riquezas apenas para a satisfação do seu próprio apetite.

A escolha por Tarso e Olívio deixará o Rio Grande do Sul no mapa-mundi da cidadania. Sua derrota nos deixaria no verso deste mapa, apagados e submissos.


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz