O Rio Grande do Sul merece a eleição de Tarso e Olívio |
É, mas tem que fazer por merecê-la. Isto é, tem que eleger Olívio para o Senado e reeleger Tarso Genro para o governo do estado |
O Rio Grande do Sul e Porto Alegre já foram referência mundial. Porto Alegre foi o berço do Fórum Social Mundial, quando foi por várias vezes declarada "a capital do século XXI". Os programas sociais e de participação democrática do estado e da capital se tornaram referências planetárias. Receberam cumprimentos e prêmios da ONU.
Para ficarmos nos últimos cem anos, o estado só teve tal projeção no mundo quando engendrou a Revolução de 1930 que, com todas as contradições que teve, trouxe o Brasil para o século XX, e depois quando foi sede da Rede da Legalidade – única vez até então em que um golpe de direita foi barrado por uma mobilização popular na história do continente.
Já não falemos dos tempos em que Giuseppe Garibaldi, o "herói de dois mundos" lutava pela república em nosso rincão, antes de se tornar um dos líderes da independência definitiva do Uruguai e da unificação italiana, ao lado de Anita.
O Brasil está à beira de uma escolha histórica, entre a regressão ao passado de crescimento da desigualdade social e da submissão internacional, e a continuidade do projeto/processo de desenvolvimento com inclusão social. Aquela é representada pelas principais candidaturas de oposição; esta, pela possibilidade da reeleição de Dilma Rousseff, uma candidata nascida em Minas Gerais e literalmente renascida para a política em nosso estado, depois do fim da nefasta ditadura implantada em 1964.
O Rio Grande do Sul não é melhor do que nenhum outro estado brasileiro, nem pior. Também vicejaram e vicejam em nosso estado as ervas daninhas do autoritarismo e do conservadorismo, hoje mais ranhetas, rabugentas e chantagistas emocionais do que nunca. Onde houve progresso social, inclusão, soberania altiva no plano internacional, aquelas ervas daninhas só conseguem ver o caos, a desorganização e o rastro de uma destruição.
Destruição? Sim, do mundo em que se confundem direitos universais da cidadania com privilégios de castas auto-proclamadas por seus arautos como as únicas representantes do "mundo civilizado" entre nós. Estes arautos passaram o ano inteiro fazendo uma campanha insidiosa nào só contra o governo, também contra o Brasil e o povo brasileiro, inclusive no plano internacional. Proclamavam, em alto e bom som, que o Brasil – o Rio Grande do Sul incluído – era o país em que nada funcionava nem funcionaria, que a Copa do Mundo seria um colapso cardíaco nos aeroportos, nos transportes, nos estádios. A campanha pegou: grande parte da mídia internacional conservadora, na esteira da brasileira, alardeava aos quatro ventos que o Brasil – o Rio Grande do Sul inclusive – era um país de corruptos, de miseráveis sem saída, de eternos clientes das verbas públicas e dos favores de governos, país de rufiões, prostitutas e drogados, etc. Para este discurso não passávamos de um etcétera da história.
Mas a realidade era outra. Não só tudo funcionou a contento (exceto o nosso time...), como o que se revela hoje é que o Brasil está em disputa porque virou uma fruta apetitosa para o capitalismo especulativo – o mesmo que hoje quer dobrar a Argentina através das artimanhas legais dos fundos abutres, o mesmo que está transformando a Europa do bem-estar social num monte de escombros onde a pobreza cresce de modo ameaçador, enquanto diminui na América Latina, na do Sul em particular.
O Brasil tem estas escolhas pela frente. E o Rio Grande do Sul tem a escolha entre participar da preferência pelo progresso inclusivo, pela ampliação das conquistas sociais, econômicas e políticas que tivemos, pela afirmação dos direitos e da cultura da cidadania, com as correções de rumo que se fizerem necessárias e que forem democraticamente debatidas e escolhidas pela vontade do povo soberano, ou de se acomodar à chantagem dos que querem renegar tudo isto e reentregar nosso país à sanha dos que querem nossas riquezas apenas para a satisfação do seu próprio apetite.
A escolha por Tarso e Olívio deixará o Rio Grande do Sul no mapa-mundi da cidadania. Sua derrota nos deixaria no verso deste mapa, apagados e submissos.
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