Jornalista diz que marqueteiro orienta Sartori com cartazes durante debates
Uma matéria da jornalista Flávia Benfica, publicada domingo (19) no portal Terra, revela alguns truques publicitários utilizados na campanha de José Ivo Sartori (PDMB), ao governo do Rio Grande do Sul. Segundo a matéria, o marqueteiro de de Sartori, Marcos Martinelli, desempenha um papel fundamental na conduta e nas falas do candidato em debates. Uma fala que já ficou famosa pela ausência de propostas e pela abundância de generalizações e platitudes em suas declarações. "No debate realizado na TV Pampa na semana passada", assinala Flávia Benfica, "ganharam destaque os relatos sobre a sem cerimônia com que o marqueteiro de Sartori, Marcos Martinelli, exibiu cartazes com orientações para o candidato".
"Em função do estilo", acrescenta a jornalista, "já há quem se refira ao peemedebista como 'versão gaúcha do picolé de chuchu' ou 'Forrest Gump', em alusão ao personagem interpretado no cinema por Tom Hanks. No filme, Forrest participou de uma série de fatos importantes da história dos Estados Unidos no século XX, sem se dar conta do que acontecia".
A ideia do slogan "Meu partido é o Rio Grande", adotada pela candidatura de José Ivo Sartori (PMDB) foi bolada para atingir o PT, conforme revelou o marqueteiro da campanha, em matéria publicada no jornal Zero Hora. Segundo Martinelli, a ideia nasceu pelo fato de o PT ser um partido enraizado no Estado e visto como um grupo coletivo. "Queríamos mostrar Sartori como um candidato que não defende interesse de partido, de grupos".
Sartori tem problemas quando não está acompanhado de seu fiel marqueteiro. Na semana passada, uma entrevista concedida ao programa La Urna, acabou virou um dos assuntos mais comentados na internet. Desafiado por jornalistas de Zero Hora a apresentar uma única proposta de seu programa de governo com início, meio e fim, Sartori não conseguiu formular uma só proposta com esse perfil.
Com um discurso genérico e recheado de chavões bem conhecidos na política – "vou valorizar os servidores, equilibrar as finanças, promover o diálogo, conversar com todos, governar para toda a sociedade" -, Sartori não conseguiu responder aos insistentes pedidos dos jornalistas que solicitaram que fosse além desses chavões: vai valorizar os professores? Como? Pretende dar algum reajuste salarial? Como pretende equilibrar as finanças? Vai cortar o que e aonde? – foram algumas das perguntas que ficaram sem resposta.
Nesta segunda (20), em uma nova entrevista ao portal Terra, o candidato do PMDB derrapou de novo. Ao falar sobre a situação salarial do magistério, o candidato criticou o governador Tarso Genro por não ter cumprido promessa de campanha, mas emendou: piso bom é la na Tumelero (tradicional empresa de material de construção). Os professores não gostaram muito da brincadeira. O CPERS Sindicato divulgou nota manifestando "estranheza e preocupação" com as declarações. "Acreditamos que esse tema não deve ser objeto de chacota ou brincadeiras por conta de quem tem a responsabilidade de propor alternativas para qualificar a nossa educação", diz a nota.
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