Professores levam lajotas em protesto contra o candidato Sartori
Professores escolheram prédio onde funcionava uma das unidades da loja de construção próxima à Rodoviária de Porto Alegre para protestar| Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Jaqueline Silveira
Um grupo de professores fez um protesto, no final da tarde desta quinta-feira (24), em frente ao prédio em que funcionava uma das unidades da loja Tumelero, no centro de Porto Alegre, contra as declarações do candidato ao governo do Estado pela coligação O Novo Caminho para o Rio Grande, José Ivo Sartori (PMDB). Na última segunda-feira (20), o peemedebista fez uma brincadeira com o piso do magistério durante uma entrevista ao Portal Terra dizendo que "piso muito melhor" tem na Tumelero.
"Meu piso não é piada nem motivo de risada" era um dos dizeres presentes nas lajotas| Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Com lajotas nas mãos que continham frases "o meu piso não é uma piada e nem motivo de risada" e "o nosso piso não é deboche, tem candidato que é fantoche", os professores permaneceram por cerca de uma hora em frente à loja de material de construção e usaram um megafone para criticar a postura de Sartori em relação ao salário dos mestres e também divulgar o objetivo da manifestação. Alguns motoristas chegaram buzinar em apoio aos manifestantes. Os professores classificaram como "um deboche" as declarações do candidato e o criticaram pela falta de propostas para a educação, além de, segundo a categoria, cogitar mexer no plano de carreira da classe.
Professores defenderam aplicação do piso salarial na manifestação, independente de governo| Foto: Ramiro Furquim/Sul21
"Sou professora há 40 anos e estou com 71 anos e nunca vi um desrespeito tão grande com o salário dos professores. É uma barbaridade!", protestou a professora aposentada Maria Beatriz Brutto. Entre os participantes do protesto, estavam representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Cpers/Sindicato. Vice-presidente da entidade que representa a categoria, a professora Solange Carvalho disse que o protesto era um "ato de desagravo" contra as declarações de Sartori e que esse tipo de manifestação ocorreu em outras cidades onde há lojas Tumelero. "Foi revoltante e viemos aqui nos somar", acrescentou a dirigente do Cpers.
Professor do Instituto de Educação, Jorge Gonzaga afirmou que a manifestação é importante, uma vez que se trata de uma pauta política que se arrasta, referindo-se também ao fato de o governador Tarso Genro não ter conseguido pagar o piso na sua gestão, porém, segundo ele, o petista "nunca tratou com desdém" o assunto. "Ele (Sartori) brincou com uma coisa séria. Isso só mostra que ele não tem proposta", criticou Gonzaga.
Aos gritos de "do piso não abro mão, é um respeito à educação", "tem candidato que é uma tragédia, educação não é comédia", os professores depositaram as lajotas por alguns minutos em frente à Tumelero e afixaram cartazes, mas ao deixarem o local recolheram os pisos.
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