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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

23.10.14

"Grandes empresas de mídia" e "Votando no pior"

17/out/2014, 6h31min

Votando no pior

Marino Boeira

Vendo e ouvindo um dos debates entre Tarso Genro e José Ivo Sartori ficou claro para mim porque o candidato do PMDB venceu com tanta facilidade o primeiro turno das eleições para o Governo do Estado do Rio Grande do Sul: os eleitores escolheram deliberadamente o pior candidato.

Você pode ter horror ao PT, achar o Tarso um tanto pernóstico, mas não pode deixar de concordar que ele é incomparavelmente mais inteligente e preparado para governar o Estado que o seu oponente.

Enquanto Tarso responde a todas as questões de uma forma lógica e embasada em argumentos racionais, Sartori só faz generalizações e responde com obviedades a todas as questões propostas.

Ensinado pelos seus marqueteiros a criticar as pesquisas eleitorais, ele produziu uma frase que repete ad nauseam, aquela de ouvir o coração, sem se dar conta da pieguice que impregna tal dito.

No primeiro momento pensei que, as pessoas que estivessem vendo ou ouvindo as  perguntas e respostas dos candidatos, logo fariam a opção mais racional, escolhendo o candidato mais inteligente, mais preparado, o que tivesse projetos mais factíveis, no caso, obviamente Tarso Genro.

Foi então que me dei conta de que Sartori ganhou no primeiro turno e tem chances de ganhar no segundo, exatamente pelos seus defeitos e não pelas suas qualidades de seriedade e honestidade.

Sérios e honestos os dois candidatos são. Só que o Sartori se revela um medíocre quase assumido. Durante todo o debate, ele não externou nenhuma ideia nova, nenhum pensamento original, nada que o diferencie daquelas opiniões que pontuam uma discussão de bar sobre futebol ou de donas de casa tradicionais sobre o último capítulo da novela da Globo.

No primeiro turno, os eleitores votaram no Sartori pela sua mediocridade, que talvez seja apenas um recurso de marketing e não sobre a sua apregoada capacidade de administrador municipal.

O brilho e a inteligência de Tarso podem causar admiração, mas também afastam muitos eleitores – principalmente aquele representante típico da classe média que fica sabendo do que ocorre no mundo através da Rede Globo e da RBS – que não gostam de medir seus talentos por figuras políticas.

É o voto da classe média ressentida com o brilho de um político identificado com um partido operário. Caso Tarso fosse candidato de um partido mais elitizado, o PSDB,  o PP ou mesmo PMDB, o seu brilho pessoal ficaria bem colocado e seria motivo de admiração. Do candidato de um partido fundado por um metalúrgico, ela espera uma linguagem mais chão, mais próxima dela.

Então, ela vota num candidato – Sartori – que se posiciona como um "gringo" sério, mas sem qualquer brilho pessoal.

A esperança é de que este voto de solidariedade na mediocridade, possa ser mudado no segundo turno, com as pessoas se dando conta de que por trás desses dois candidatos, existem projetos políticos opostos. Um, o do Tarso é o aprofundamento das políticas de desenvolvimento econômico e social que realizou nos seus quatro anos de governo e o outro, o do Sartori, é a volta a um passado de privatizações e arrocho salarial.

PS -  Aécio certamente é bem diferente do Sartori  como ser político, mas no final acaba defendo propostas muito semelhantes.  Um dos poucos jornalistas isentos da Folha, Janio de Freitas, lembrou outro dia a dualidade de imagens entre ele e Dilma. Um representa a Bolsa de Valores e Dilma, a Bolsa Família.

Marino Boeira é professor universitário.

Fonte: http://www.sul21.com.br/jornal/votando-no-pior-por-marino-boeira/

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22/out/2014, 19h07min

Por que as grandes empresas de mídia nos odeiam

Mauri Cruz*

Na última semana antes da realização do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, das quatro principais revistas semanais, três estampam na capa a presidenta Dilma com reportagens profundamente críticas. Nada diferente das capas e matérias dos jornais diários, todos externando em títulos garrafais avaliações negativas ou críticas ao Governo Federal. Mas o mais grave é o resultado do monitoramento feito sobre as matérias dos principais telejornais brasileiros. A cada matéria crítica ao candidato da oposição, são veiculadas dez matérias críticas à presidenta e candidata Dilma. No caso das revistas e jornais a única coisa a fazer é a cobrança política para que seja praticado um jornalismo ético e que respeite, ao menos, o direito ao contraditório dando-se espaço para a defesa de quem está sendo acusada.

Já no caso das empresas da mídia televisiva, esta conduta tendenciosa certamente deveria ser coibida pela legislação eleitoral porque, no caso, estas empresas são concessionárias de um serviço público, e não poderiam transmitir, apenas, as opiniões e posições políticas de seus proprietários, tendo a obrigação constitucional de prezarem pela liberdade da informação, se é que o leitor me entende.   (...)

Acho que o que move este ódio aos partidos e governos populares é a ideia de que seja possível a construção de uma consciência crítica na base da sociedade capaz de mudar a sua penetração comercial. Sim, a mídia vive comercialmente da venda de seus produtos. Uma sociedade mais politizada e diversificada culturalmente, certamente não dará valor à grade pobre e enlatada de programação que é oferecida diariamente em rede nacional.      (...)

Tenho para mim que dentre tantos méritos da presidenta Dilma, um dos maiores é o fato dela ter mexido no lucro dos bancos privados que, literalmente, metem a mão no bolso do povo brasileiro através de juros abusivos e taxas de serviços absurdas. Não há dúvida que o sistema financeiro, que sempre "mamou" na política econômica do PSDB, tem ojeriza aos governos democráticos e populares. Ainda mais com o fortalecimento dos bancos públicos, CEF, BB e BNDES. Esses são contra nós pelo que fizemos.

Já, no caso das grandes empresas da mídia, seu ódio reside no que imaginam que os governos democráticos possam fazer. E, este medo, tem a ver com a forma que elas acessaram estas concessões. Forma essa que nos remete às práticas do Brasil colônia. Para se ter uma ideia, circula nas redes sociais matéria de jornal de Minas Gerais informando que o então deputado federal Aécio Neves, em 1987, havia "recebido" do presidente José Sarney uma concessão de rádio na cidade de Claudio. E que esta nova "aquisição" se somava às rádios de São João del Rey e de outras duas cidades que ele havia recebido durante a ditadura militar, formando, assim, a sua rede de rádios. É por essas e outras que todos sabemos que as atuais concessões de rádios e TVs são verdadeiras capitanias hereditárias e não guardam qualquer relação com uma república em um país verdadeiramente democrático. Por isso, não tenho dúvidas que toda esta campanha desleal dos donos dos meios de comunicação contra a presidenta Dilma é para manter este privilégio que está sendo ameaçado pelo crescente aprofundamento da democracia brasileira. Novamente, o governo federal está sendo criticado pela mídia, mais pelos seus acertos do que pelos seus erros.

Ao longo de sua história, o Brasil foi governado por uma elite descomprometida com a qualidade de vida do povo brasileiro. Este enredo foi quebrado poucas vezes. Uma com o presidente Getúlio Vargas, outra com o presidente João Goulart e agora com os governos do presidente Lula e da presidenta Dilma. Não podemos deixar que este processo seja barrado. Por isso, para que o Brasil continue aprofundando e aprimorando sua democracia, e contra esta desleal campanha massiva e maciça dos donos dos principais meios de comunicação contra a presidenta Dilma, é fundamental que neste domingo, 26, a opção da maioria do povo brasileiro seja pela continuidade da mudança, acelerando e consolidando a democracia popular que está em curso. Sem dar chance ao retrocesso e ao retorno dos projetos da elite brasileira que quer voltar a subjugar o nosso povo em prol de seus próprios e privados interesses. Boa luta, construindo a vitória.

*Advogado socioambiental, professor de pós graduação em Direito à Cidade e Mobilidade Urbana, diretor regional da AbongRS

Fonte: http://www.sul21.com.br/jornal/por-que-as-grandes-empresas-de-midia-nos-odeiam/

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz