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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

16.10.14

No Rio Grande multilingue de Sartori parece só haver lugar para imigrantes de origem europeia

No Rio Grande multilingue de Sartori parece só haver lugar para imigrantes de origem europeia

outubro 16, 2014

Sartori-Governador-programa-eleitoral-15-10-14

Segundo o programa de TV desta quarta-feira (15) do candidato José Ivo Sartori (PMDB), a educação no Rio Grande do Sul vai de mal a pior. Só em Caxias vai bem. Lá a educação é uma maravilha. Tudo em Caxias parece ser uma maravilha, segundo a propaganda, graças a Sartori, o gringo simples, humilde e trabalhador, que, supostamente, não tem ideologia, nem preconceitos.

No dia dos professores, o programa anuncia que a valorização dos professores não será restrita a questões salariais (um eufemismo para dizer que as "questões salariais" não serão prioridade?).

Durante o dia, o candidato do PMDB já havia reafirmado, durante entrevistas na RBS, que o salário mínimo regional não será mais tratado como uma política pública ou uma ação de governo. O Estado passará a ser um mediador entre o capital e o trabalho (apesar de já existir uma coisa chamada Justiça trabalhista que, parece, já tem essa atribuição).

O programa do gringo Sartori anuncia um Rio Grande Multilingue para aproveitar a nossa "incrível diversidade cultural". Essa "incrível diversidade cultural" parece se resumir ao mundo oriundo da colonização europeia no RS, especialmente a italiana e a alemã. Propõe que o italiano e o alemão sejam ensinados nestas regiões. E acrescenta, quase como uma carona geográfica, o ensino de espanhol na região da fronteira. Não faz qualquer referência aos outros povos que compõem a população do Rio Grande do Sul, como africanos, indígenas, poloneses, russos, ucranianos, portugueses, e outros.

Simpáticas crianças loiras aparecem saudando Sartori em italiano e alemão. Para expressar a nossa "incrível diversidade cultural", um jovem negro aparece dizendo que quer estudar italiano para ser cozinheiro. Tudo, segundo Sartori, para inserir os jovens numa economia globalizada.

O candidato do PMDB diz que seu partido é o Rio Grande, mas seu programa apresenta o Estado como uma extensão de sua Caxias do Sul. Nasci em Caxias e gosto muito da cidade, mas ela está longe de ser a cara do Rio Grande, que é um somatório de muitas outras cidades e povos, como Passo Fundo, Santa Maria, Nonoai, Iraí, Erechim, Lagoa Vermelha, Coronel Bicaco, Canoas, Pelotas, Alvorada, Rio Grande, Gravataí, São Borja, Carazinho, Camaquã e tantas outras. A íncrível diversidade cultural abriga os "gringos" e alemães" sim, mas abriga muitos outros povos e culturas que, na campanha de Sartori, aparecem, na melhor das hipóteses, como figurantes.


http://rsurgente.wordpress.com/2014/10/16/no-rio-grande-multilingue-de-sartori-parece-so-haver-lugar-para-imigrantes-de-origem-europeia/

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz