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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

1.9.14

A miragem chamada Marina

31/08/2014 - Copyleft

A miragem chamada Marina

A candidatura de Marina vai na direção de atrelar novamente o país ao que de mais recessivo e depressivo há no mundo em matéria de economia e política econômica




Na falta de melhor opção, parte da "direita móvel" brasileira vem cultivando uma miragem chamada Marina Silva. À sua sombra viceja o acalentado desprezo pela política, manifesto neste vago desejo, transformado em promessa imprecisa, de "governar fora das alianças". O que isto quer dizer ninguém sabe, talvez nem mesmo a própria Marina. Falo em "direita móvel" para caracterizar a direita de vocação predominentemente rentista, que pode tanto animar-se com Aécio, como já se animou no passado, com Alckmin e Serra, em contraponto à "direita imóvel", como são por exemplo, os saudosos da ditadura militar, os membros da bancada ruralista, para quem qualquer coisa que não seja Ronaldo Caiado é intragável.

Mas vai ser impossível governar sem alianças. E o que se vislumbra, no momento, é que a candidatura de Marina – que se lança internacionalmente como a possível primeira mandatária "verde" no mundo – vai na direção de atrelar novamente o país ao que de mais recessivo e depressivo há no mundo em matéria de economia e política econômica.

O panorama internacional das grandes economias mundias é assustador. É verdade que nem mesmo os BRICS escapam desta sina, com a estagnação da economia russa e a diminuição dos créditos e dos investimentos na China, e a crise energética na Índia. O Japão vai mal, e já há muito tempo.

Mas o lado mais desastroso desta situação está na Europa Continental, com a recessão "austera" atingindo agora de frente e de vez, suas maiores economias: França, Itália e mesmo a gigante Alemanha. Nos Estados Unidos a situação melhorou um pouco, mas as incertezas permanecem quanto ao futuro. E o que assoma neste futuro não é nada agradável, com as conturbações que se propagam desde o confronto na Ucrânia, tanto do ponto vista militar quanto do político e do econômico.

É dentro desta moldura – em que a "coligação ocidental" está mais para Titanic do que para Arca de Noé – que a candidatura de Marina e sua programação acenam com uma desaceleração da integração latino-americana, da diversificação da agenda internacional brasileira, da construção progressiva e progressista da nossa autonomia energética podendo alavancar, inclusive, parte das economias sulamericanas. De quebra, apontam para a reatrelação de nossa presença mundial às combalidas carroças norte-americana e europeia.

Os riscos desastrosos de tal atitude são de grande monta, e inevitáveis. À desmontagem interna das políticas sociais – elogiadas no mundo inteiro – que seu programa prevê implicitamente se somará uma perda irremediável de credibilidade internacional, ainda que tudo isto possa ser embrulhado no papel crepom dos elogios que começarão a se derramar desde a mídia que catapulta os princípios da City londrina, da Wall Street norte-americana e do novo Consenso de Bruxelas/Frankfurt/Berlim que governa o desgoverno europeu. O Brasil voltaria ao seu papel de país de segunda ordem e de segunda mão, de onde nunca deveria ter saído.

Os custos sociais e políticos de tais retrocessos também serão incalculáveis. Porque aquela "direita móvel" não deseja apenas "corrigir os rumos" da economia e da política brasileiras.

Querem mesmo fazer retroceder o relógio da história, montando um plano que, a começar pela desvalorização do salário mínimo, vai trazer inevitavelmente uma contenção do poder aquisititivo da maioria da população – exatamente como se faz hoje na Europa, por exemplo. Quando isto atingir a rede de proteção social que vem se montando na Brasil, rede que vai desde as políticas de trasnferência de renda até os subsídios para alvancar setores econômicos, o desmonte poderá – deverá, na verdade – provocar um terremoto social de consequências imprevisíveis.
 
A orgia fincanceira dominará as políticas do tal Banco Central "independente", enquanto o funeral das políticas sociais votará a colocar o Brasil na condição de órfão de si mesmo. E na frente internacional o país se tornará o sócio menor (de idade) das políticas recessivas do desastre ocidental. A "direita móvel" não hesitará em louvar Marina enquanto ela capitanear esta passagem à catástrofe. Mas também não hesitará em neutralizá-la ou até removê-la, se considerar que seu "fundamentalismo ambientalista" irá atrapalhar seus planos de ganhar poder e renda graças à administração da catástrofe. Portanto, até a própria Marina poderá se tornar a vítima da "miragem Marina".


http://www.cartamaior.com.br/?%2FColuna%2FA-miragem-chamada-Marina%2F31717

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz