Vice de Marina recebeu financiamento do agronegócio e da indústria das armas em 2010
Ainda como deputado, Beto Albuquerque lutou pela aprovação da Medida Provisória que liberou plantio de seja transgênica no Brasil; ex-coordenador da campanha afirma que Marina "não representa o legado de Eduardo Campos"
22/08/2014
Da Redação
O PSB confirmou na última quarta-feira (20) a indicação do deputado gaúcho Beto Albuquerque com candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva. Visto como um quadro político forte dentro da campanha, Albuquerque tinha boas relações tanto com Eduardo Campos, quanto com Marina.
O deputado já foi por duas vezes secretário de governos do PT no estado, na última passagem, entre 2011 e 2012, foi da pasta de Infraestrutura do governo Tarso Genro. Sua base eleitoral é no noroeste gaúcho, região em que a economia depende do agronegócio.
Na campanha de 2010 o deputado recebeu dinheiro da indústria da arma, do agronegócio e de uma cervejaria, o que desrespeita os ideais da Rede sustentabilidade, partido que Marina tentou criar em 2013, que proíbe doações de empresas desses setores.
As informações disponíveis n site do TSE dão conte que, fora o diretório nacional do partido, quem mais doou pra sua campanha em 2010 foi a Cervejaria Petrópolis, com R$ 100 mil. A Usina de Biodiesel BS Bios e a siderúgica Gerdau deram R$ 50 mil cada e as empresas de papel e celulose Klabin e Celulose Riograndense, mais de R$ 42 mil. Além delas, a construtora Camargo Correa doou R$ 40 mil, a Associação Nacional da Insdústria de Armas e Munições, R$ 30 mil, e companihas de sementes e beneficiadores de grãos compuseram outra grande parte do dinheiro da campanha.
Marina e Beto Albuquerque entraram em rota de colisão no primeiro governo do ex-presidente Lula por conta da medida provisória 131 de 2003, que liberaria o plantio de soja transgênica no país. Beto foi um dos articuladores da aprovação da medida no Congresso, enquanto Marina, então ministra do meio ambiente, criticou a iniciativa.
Mudanças e crise na coordenação de campanha
Grande parte do PSB não ficou satisfeita com as mudanças que Marina fez na coordenação de campanha após concordar em ser a candidata a presidência pelo partido na última quarta-feira (20).
A ex-ministra colocou membros ligados a Rede Sustentabilidade em cargos centrais da campanha: Walter Feldman virou coordenador geral e Barzileu Margarido foi nomeado o titular do comitê financeiro.
Carlos Siqueira, homem forte de Campos e ex-coordenador geral, abandonou a campanha acusando Marina de "não representar o legado de Campos". Em seu lugar, assumiu a ex-prefeita e deputada federal por São paulo Luiza Erundina
Com informações da Folha de S.Paulo
http://www.brasildefato.com.br/node/29577
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