quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Marina é pega na mentira três vezes no Jornal Nacional.
Bem que o Jornal Nacional tentou poupar Marina Silva (PSB), fazendo perguntas mais suaves do que fez aos outros candidatos, e só fez 3 perguntas. Marina fez um excelente treinamento de mídia para responder como bem entende, com um desempenho de fazer inveja às melhores atrizes e aos maiores caras-de-pau da velha política, mas faltou com a verdade nas 3 perguntas.
A verdade foi a primeira vítima na pergunta sobre o avião fantasma.
Bonner perguntou sobre o laranjal de empresas usadas para adquirir o jatinho de campanha usado por ela e Eduardo Campos.
Detalhe: a pergunta pegou leve ao não dar nome aos bois. O nome certo para fraudes no financiamento de campanhas eleitorais é caixa dois, lavagem de dinheiro e corrupção.
Marina enrolou, enrolou muito, para empurrar com a barriga as explicações e dizer que "seu compromisso era com a verdade". Mas revi o vídeo várias vezes e não consegui encontrar o menor vestígio da verdade em qualquer trecho da resposta.
Ora Marina disse que o avião estava emprestado, ora disse que o avião estava prestando serviço para seu partido, e as contas seriam pagas e contabilizadas no final da campanha.
Se o avião fosse emprestado, já havia grave irregularidade eleitoral, pois veículos emprestados para campanha exige previamente documento de cessão de uso pelo proprietário com declaração de valor. Sem isso fica voando na situação de caixa dois.
Se o avião fosse contratado como prestação de serviços de táxi-aéreo, outras irregularidades foram cometidas, pois é o caso de táxi pirata: os empresários donos do avião não tem registro para operarem como táxi-aéreo. E o certo é fazer um contrato de prestação de serviço antes de sair voando por aí. Além disso nada foi informado na prestação de contas parcial. Sem isso, o cheiro de caixa dois é forte.
Segunda mentira: Na verdade Marina perdeu seu eleitorado no Acre pela "mudança". Mudou de lado.
Patrícia Poeta perguntou porque ela perdeu em casa, no Acre, ficando em terceiro lugar nas eleições de 2010 em seu estado natal onde ela fez carreira política. Perguntou se quem a conhece bem não votava nela?
Aí a mentira foi feia. Marina disse que foi por contrariar interesses locais desde quando acompanhava Chico Mendes. Ora, o grande líder seringueiro morreu em 1988. Depois disso e com a maior visibilidade das causas de Chico Mendes com seu assassinato, é que Marina Silva decolou sua carreira política. Foi depois disso que ela se elegeu senadora duas vezes. Nada explica explica ela perder os votos que tinha antes, a não ser desilusão de quem a conhece com a virada de casaca que ela deu em sua carreira política, pulando o muro de suas origens populares para o lado dos banqueiros e bilionários demotucanos. Deve ser essa a tal "mudança" que ela prega.
Terceira Mentira: Na verdade Marina pratica o que diz condenar.
Bonner perguntou se a escolha para vice de um político tradicional e que tinha historicamente posições diferentes das dela, não desmanchava seu discurso de nova política.
Detalhe: Bonner pegou leve ao só citar posições diferentes no caso dos transgênicos e das pesquisas com células tronco embrionárias (Marina foi contra pesquisas que podem salvar vidas de doenças até hoje incuráveis, e até fazer paraplégicos voltarem a andar). As diferenças com seu vice Beto Albuquerque são maiores, pois ele faz parte da bancada da indústria armamentista, da indústria do cigarro, dos agrotóxicos, e outros setores que Marina dizia não aceitar doações de campanha.
Marina deu uma desculpa esfarrapada com sua linguagem empolada, mas que pode ser traduzida naquela frase que todo malandro fala quando é pego em flagrante fazendo coisa que diz ser contra: "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa". Ou seja aliança política dos outros é espúria. Aliança política dela com a "velha política" é "diversidade". É não ser "intransigente".
Linguagem "marinês".
Na entrevista ao Jornal Nacional, apesar de darem mais moleza para ela do que deram aos outros candidatos, Marina Silva se desconstruiu por conta própria.
Só não foi mais perceptível para muitos telespectadores porque ela fala com uma linguagem dissimulada para esconder do eleitor a mensagem codificada que ela passa aos banqueiros e às velhas oligarquias econômicas e políticas do Brasil arcaico.
- Mesmo com jogo de compadres no JN, imagem de Marina pode ter sido abalada
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