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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

25.8.14

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ZH em 1996: Britto fez reformas necessárias e liquidou a dívida. Liquidou?

agosto 22, 2014

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Em editorial intitulado "O Estado alquebrado", publicado nesta sexta-feira (22), o jornal Zero Hora defende que o "o colapso das contas públicas do Rio Grande do Sul decorre do acúmulo de deficiências estruturais que os governantes se negam a enfrentar". As causas mais profundas dos problemas financeiros do Estado, acrescenta o editorial, "são estruturais e se acumulam, sucessivamente, a cada governo". E apresenta a sua receita para o problema, que é fundamentalmente a mesma defendida pela senadora Ana Amélia Lemos (PP):

"A principal está nas deficiências de gestão da administração pública, que colocam o Rio Grande do Sul entre os Estados retardatários na adoção de reformas que resultem em austeridade, com a adequação do tamanho do governo às demandas da economia, o enxugamento de estruturas obsoletas e, por consequência, maiores ganhos de produtividade".

A memória não parece ser o forte do editorialismo de Zero Hora. O que o editorial desta sexta aponta como "as causas mais profundas" do problema e a receita para resolvê-lo já teriam sido enfrentadas e resolvidas, segundo o próprio pelo jornal, em setembro de 1996 pelo governo de Antônio Britto (na época, PMDB). Entre os dias 20 e 22 de setembro de 1996, o jornal Zero dedicou várias páginas, entre matérias, colunas, anúncios e editoriais saudando o acordo da dívida firmado por Britto com a União (governo Fernando Henrique Cardoso, na época) como a solução para o problema da dívida do Rio Grande do Sul.

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Na edição do dia 21 de setembro, a manchete de ZH destaca: "Rio Grande liquida a dívida". A principal foto da capa mostra Britto e o então ministro da Fazenda Pedro Malan, sorridentes, comemorano o acordo que, segundo ZH, estaria "limpando a ficha dos gaúchos". Quem lê o editorial de 2014, surpreende-se com a afirmação de que "nenhum governante enfrentou até hoje os problemas estruturais". Foi a própria ZH que afirmou, em 1996, que esses problemas tinham sido enfrentados pelo governo Britto. O editorial de 22 de setembro de 1996 afirma:

"O refinanciamento da dívida do governo do Rio Grande do Sul, cujo total chega a R$ 8 bilhões, mereceu consideração especial (do governo FHC) por conta dos esforços do governo gaúcho para reduzir os gastos de rotina na administração, em particular aqueles de pessoal. O Rio Grande foi pioneiro na implantação de um programa de demissões voluntárias.

Ademais, o governador Antonio Britto vem extinguindo, na medida do possível, cargos em comissão e cargos vagos com o objetivo de enxugar uma folha que tem consumido em torno de 80% da receita líquida. Outro fator importante, incluído nas exigências válidas para todas as unidades federativas, é a disposição de privatizar empresas estatais".

Com essas medidas e a renegociação da dívida feita por Britto, o Rio Grande do Sul estaria, segundo ZH, "liberado para novos empréstimos e investimentos". O jornal comemorava nas manchetes da época: "Os gaúchos limpam a ficha", "Negociação acaba com o pesadelo dos juros altos. José Barrionuveno, principal colunista político do jornal na época, escreveu (na edição de 22 de setembro de 1996):

"A renegociação da dívida obtida pelo governo Britto liberta o Estado do maior obstáculo ao seu desenvolvimento (…) É uma obra que restabelece o crédito e a credibilidade do Rio Grande, com reflexos nas próximas administrações. Graças à reforma do Estado, considerada modelo pela imprensa nacional, o RS é o primeiro a renegociar a dívida. Não poderia haver data mais oportuna para o anúncio do que o dia em que se comemora a Revolução Farroupilha".

Como se sabe, ao contrário do que ZH apregoou, o acordo da dívida feito por Britto não só não resolveu como acabou agravando a situação financeira do Estado. Hoje, depois de pagar mais de R$ 15 bilhões, o Estado ainda deve cerca de R$ 47 bilhões.

O jornal Zero Hora faz de conta que não disse o que disse e que não defendeu o que defendeu, apostando na falta de memória da sociedade. Não chega a ser uma novidade. Um dos traços ideológicos mais recorrentes da linha editorial dos veículos da RBS consiste em ocultar a memória e o passado, e em sonegar as suas escolhas políticas e econômicas no Estado.

Em 1996, ZH disse que Britto havia adotado a receita certa e liquidado a dívida e limpado a ficha dos gaúchos. Agora, em 2014, o mesmo jornal diz que nenhum governante adotou a receita certa de enxugamento do Estado e que é por isso que o problema se agravou. E fica o dito pelo não dito.


http://rsurgente.wordpress.com/2014/08/22/zh-em-1996-britto-fez-reformas-necessarias-e-liquidou-a-divida-liquidou

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz