Na Federasul, Olívio Dutra defende plebiscito da reforma política e condena monopólio da mídia
Candidato ao Senado, Olívio defendeu a realização de Constituinte Exclusiva para reforma política|Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Nícolas Pasinato
Atualizado às 17h05
O candidato gaúcho ao Senado pela Coligação Unidade Popular pelo Rio Grande (PT, PTC, PC do B, PROS, PPL, PTB, PR), Olívio Dutra, defenderá, caso saia vencedor nas urnas, a reforma política no país. Para ele, essa transformação deverá passar por medidas que acabem com a predominância do poder econômico sobre os resultados das eleições, fim das reeleições e das coligações partidárias nas eleições proporcionais e voto em lista. O posicionamento do candidato se deu em coletiva de imprensa e palestra aos empresários nesta quarta-feira (20), no Tá na Mesa Político da Federasul.
Ele avalia que a reforma política não sairá no Congresso e que é necessário uma correlação de forças. Olívio propõe a convocação, por meio de plebiscito, de uma constituinte exclusiva, mesma proposta defendida pela presidenta Dilma Rousseff, em junho do ano passado, após as manifestações nas ruas do Brasil.
O petista não quis comentar as mudanças na corrida eleitoral para o senado gaúcho com a confirmação de Beto Albuquerque (PSB) como candidato à vice-presidência na chapa de Marina Silva e a possível substituição de Pedro Simon (PMDB) na vaga. "Não trabalho com hipóteses. Temos que discutir ideias e programas. Defendo o projeto que quer reeleger Tarso e Dilma, porque entendemos que podemos fazer mais e melhor. Não personalizo nem escolho candidatos", disse.
Sobre as dificuldades que deve enfrentar no Senado, Olívio afirma que pretende ser como "o [pássaro] colibri tentando apagar um grande incêndio com pequenas gotas". Segundo ele, não é de forma personalista ou heroica que se mudam as realidades, mas que pretende ser parceiro em "um processo de transformação política para o bem comum".
Ao ser questionado sobre os problemas financeiros do Estado, o candidato defendeu as medidas adotadas pelo atual governador e candidato à reeleição, Tarso Genro (PT), na renegociação da dívida do Estado com a União. Olívio se demonstrou otimista com a possibilidade da votação do projeto de lei que muda o indexador da dívida de estados e municípios com a União ainda este ano. "Pela própria declaração da presidenta Dilma, dias atrás, o projeto será votado em novembro", prevê.
Ele exaltou os governos petistas no Rio Grande do Sul e no país, mas disse que é necessário fazer mais. "As vitórias devem ser celebradas. Mais de 40 milhões de brasileiros foram incorporados a uma vida digna, com emprego, escola e moradia. Porém, há 17 milhões em uma situação de pobreza. É preciso avançar", defende.
Uma das formas de avanço defendida por ele é a ampliação do controle público sobre o estado, com mecanismos de participação do cidadão. O candidato ressaltou, por exemplo, proposta da presidenta em formar conselhos populares em diferentes regiões do país.
Outro progresso, segundo ele, seria fazer cumprir os artigos da Constituição que preveem a democratização da mídia. "Quando os artigos 42 e 220 da Constituição, que defendem a pluralidade da mídia são lembrados, os grandes grupos da mídia ficam assustados. A mídia monopolizada faz mal para a democracia brasileira", criticou ele.
Críticas a Lasier
Olívio foi provocado a avaliar a trajetória do seu oponente na vaga ao Senado gaúcho. Perguntado se a política de Lasier Martins (PDT) representava mais o trabalhismo de seu partido ou interesse de empresas privadas como, por exemplo, o Grupo RBS, no qual atuou como jornalista, o petista opinou: "A postura do meu oponente, ideológica e política, nunca foi trabalhista ou progressista, mas segundo interesses dos anunciantes do seu programa". Olívio também critica o fato de Lasier sempre ter visto a política e os políticos de forma negativa, enquanto ele sempre defendeu a política como uma dimensão do ser humano . "O ser humano é essencialmente político, tendo algum cargo ou não. Vejo a política como ferramenta de transformação e construção do bem comum. A política do 'toma lá da cá' é um desvirtuamento", diz.
Iniciativa privada x interesse público
Na oportunidade, Olívio Dutra afirmou que é possível conciliar as necessidades sociais e empresariais, desde que o interesse público seja priorizado. Aos empresários, ele disse que é imprescindível a participação para diferentes reformas", como a desoneração das exportações, o fim da guerra fiscal e a progressividade dos impostos, além da proibição da renúncia fiscal e ICMS mínimo.
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