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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

7.4.15

Vaticano recebe pedido de abertura de processo de beatificação de dom Helder

 6/abr/2015, 15h29min

Vaticano recebe pedido de abertura de processo de beatificação de dom Helder

CC - Hans Peters/ Anefo / Wikipedia

CC – Hans Peters/ Anefo / Wikipedia

Da RBA

Ex-arcebispo, que atuou na Arquidiocese de Olinda e Recife de 1964 a 1985, também foi lembrado para o Nobel da Paz por sua defesa dos direitos humanos. Religioso foi ameaçado durante a ditadura

A Cúria Romana enviou carta à Arquidiocese de Olinda e Recife na qual afirma ter recebido pedido de abertura do processo de beatificação do ex-arcebispo Helder Câmara (1909-1999). Dom Helder esteve à frente da Arquidiocese até 10 de abril de 1985, quando atingiu a idade limite (75 anos). Havia chegado em Pernambuco em 12 de abril de 1964, poucos dias depois do golpe. E sua atuação ficou marcada pela defesa dos direitos humanos, a ponto de ser lembrado, em 1970, para o Prêmio Nobel da Paz.

De acordo com a Arquidiocese, a correspondência vinda da Congregação para as Causas dos Santos informa que se aguarda o posicionamento de diferentes dicastérios (departamentos do governo da Igreja Católica que formam a Cúria) para emitir um parecer. Se o Vaticano confirmar o nihil obstat ("nada consta"), o processo poderá ser aberto.

"Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista"

"Ser beato, ou bem-aventurado, significa representar um modelo de vida para a comunidade e, além disso, que essa pessoa tem a capacidade de agir como intermediário entre os cristãos e Deus", diz a Arquidiocese. "Depois disso, ainda, é preciso passar por mais uma fase: a canonização. Para ser proclamado santo é imprescindível a comprovação de um milagre, que deve ocorrer após sua nomeação como beato."

Cearense de Fortaleza, dom Helder tornou-se padre aos 22 anos. Inicialmente, ele militou em setores conservadores, como a Ação Integralista Brasileira, nos anos 1930 – depois atribuiria essa fase a sua ingenuidade no período da juventude. Em 1936, chegou ao Rio de Janeiro com a missão de organizar o Secretariado Nacional da Ação Católica Brasileira, "sendo a precursora da CNBB", como diz informe da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. "As histórias de dom Helder Câmara e da Conferência confundem-se", afirma a organização.

Em dezembro de 1950, Helder Câmara apresenta o projeto da CNBB a monsenhor Giovanni Battista Montini, que fazia parte da secretaria de estado do Vaticano. Em 1963, ele se tornaria o papa Paulo VI.

Já nomeado arcebispo, dom Helder, juntamente com outros 17 bispos do Nordeste, lançaram manifesta em defesa da liberdade das pessoas e da Igreja. Em 1969, depois do AI-5, criticou a miséria dos trabalhadores rurais da região, e foi apontado como comunista. A CNBB lembra de frase célebre do religioso: "Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto porque eles são pobres, chamam-se de comunista". Foi sistematicamente perseguido, vigiado e ameaçado, com direito a prontuário no Dops.

Nesse período, chegou a ter a casa pichada e metralhada. Um de seus auxiliares, padre Antônio Henrique, foi assassinado em maio de 1969.

Pelo seu trabalho, dom Helder recebeu vários prêmios internacionais, como o Martin Luther King, nos Estados Unidos, em 1970. Nesse mesmo ano, foi lembrado para o Nobel da Paz, mas teve sua campanha sabotada pelo próprio governo brasileiro. Ele morreu em sua casa, em Recife, em 27 de agosto de 1999, por insuficiência respiratórios. Os restos mortais estão na Igreja Catedral São Salvador do Mundo, em Olinda.

Com informações da CNBB e da Arquidiocese de Olinda e Recife



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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz