Líder dos protestos da direita é atração de evento patrocinado por empresas da Zelotes
Porto Alegre sediou nesta segunda (13) e terça-feira (14), o 28º Fórum da Liberdade. O evento ocorre todo o ano e é promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE) e com apoio das empresas gaúchas Gerdau e Grupo RBS – envolvidas na Operação Zelotes que investiga esquema para desvios de multas por sonegação fiscal. Novidade foi ter o deputado estadual Marcel Van Hattem (PP) e o líder nacional dos protestos da direita Kim Patroca Kataguiri falando sobre liberdade de expressão.
O painel #NasRuasPelaLiberdade encerrou o evento e foi praticamente dominado pelo jovem estudante de economia que mobiliza (ao menos publicamente) os protestos contra o governo de Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores (PT). Coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, Kim Patroca não estava anunciado na programação oficial do evento, no entanto, foi a revelação da noite.
Carregado de frases de efeito, o discurso sem tanta profundidade proferido pelo menino prodígio de São Paulo foi aplaudido pelo público da PUCRS e compartilhado pelos demais debatedores. O que não era algo difícil uma vez que compunham a mesa além de Kim e Van Hattem, Eduardo 'Peninha' e o presidente do Instituto Mises Brasil, Hélio Beltrão. A única voz razoável foi a advogada e relatora da OEA (Organização dos Estados Americanos) Catalina Botero.
"Eles falam de controle da mídia, fazem corporativismo e acham que nós somos os fascistas. Isto que pregam é muito mais próximo do fascismo do que eles imaginam. Mas eles não participam dos nossos debates, coitados, nem sabem o que é fascismo", ironizou.
Afirmando representar um movimento independente de partidos e contribuições financeiras, o responsável pelos protestos que colocaram nas ruas do país em menos de um mês inúmeros trios elétricos, kits-manifestação (palitos, bótons, camisetas, entre outros) e carros e aviões de som na véspera das marchas defendeu um modelo liberal apartidário para as próximas eleições.
"Não podemos deixar que aconteça aqui como na Grécia e na Espanha que a esquerda venceu com o discurso de que o modelo noeliberal é falido. Nosso projeto para as próximas eleições é criar um selo para os candidatos se autoidentificarem como propositores de projetos liberais, que reduzam impostos. Não precisamos de partidos. Esta é uma das das formas mais eficientes, não tem gasto de fundar partido e cria o compromisso com candidatos com ideias liberais", explanou.
"Não podemos tratar os políticos como criminosos" apenas o PT
Em tempos de desgosto com a política, Kim pregou aos estudantes gaúchos a importância de não desacreditá-la, apenas excluir dela seu grande mal: Dilma e o PT. "Não podemos tratar os políticos como criminosos. Políticos tem ideias e valores. O problema é que somos governados por uma quadrilha de psicopatas autoritários. Ela (Dilma) não teve coragem de nos olhar depois dos protestos, como o bandido não consegue olhar a vítima. Ela que vá embora para Cuba onde ela gosta tanto de governar", disse sendo aplaudido pela plateia.
Parafraseando o ex-presidente Lula, Kim Patroca disse que 'nunca antes na história deste país o Brasil viveu uma crise econômica e política como a atual'. E saudou Lula: "meus parabéns Lula, finalmente esta frase fez sentido".
Para brindar a noite de Fórum da Liberdade que prestigiei, Peninha fez questão de lançar Marcel Van Hattem à presidente, se primeiro, ele garantir o passaporte de cidadão holandês a ele. O deputado estadual do PP tem descendência holandesa e trabalhou e estudou na Holanda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário