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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

28.4.15

Aumenta a quantidade de agrotóxicos consumido por cada brasileiro: 7,3 litros

Aumenta a quantidade de agrotóxicos consumido por cada brasileiro: 7,3 litros

Nesta terça-feira, a Abrasco lança o novo Dossiê sobre a realidade dos agrotóxicos no Brasil. Em artigo, Alan Tygel fala sobre a questão.

28 de abril de 2015 12h03
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Por Alan Tygel*
Do Brasil de Fato


No início de 2011, a Campanha Contra os Agrotóxicos causou estardalhaço ao afirmar que cada brasileiro consumia 5,2 litros de agrotóxicos por ano. À época, o cálculo foi simples: a indústria dos venenos, orgulhosa do sucesso de seu mortífero negócio, alardeou aos quatro ventos que havia vendido 1 bilhão de litros de agrotóxicos. Divididos pelos então 192 milhões de habitantes, nos davam os 5,2 litros por pessoa. Ainda que este volume todo não chegue diretamente à nossa mesa, vai nos encontrar algum dia pela terra, pela água ou pelo ar. O veneno não desaparece, como querem fazer crer aqueles que enriquecem com ele.


Pois bem, depois do baque, as associações patronais agrotóxicas deixaram de divulgar a quantidade de litros vendidos por ano. E dada a escassez de dados oficiais sobre a venda destes produtos no Brasil, ficamos quase sem alternativas para medir o nível geral de intoxicação no país.


Quase. Talvez para atrair mais acionistas-vampiros, a indústria continuou divulgando sua receita anual, que em 2104 representou 12,2 bilhões de dólares, que podemos multiplicar por 3 chegar à exorbitantes 36,6 bilhões de reais.


Quanto custa um litro de agrotóxico?


Agrotóxico é um nome genérico para diversas substância, utilizadas não só na agricultura, mas também no controle de vetores urbanos. Em comum, uma característica: matam a vida. Poderiam, portanto, ser chamados de biocidas.


O Ibama publicou em 2012 a quantidade de princípios ativos de agrotóxicos vendidos naquele ano. Os três entes reguladores – Ibama, Anvisa e MAPA deveriam receber estes dados das empresas e publicar, mas apenas o primeiro o faz, e já com atraso de 2 anos. Por esta lista, vemos que os principais produtos são: glifosato, 2,4-D, atrazina, acefato, diurom, carbendazim, mancozebe, metomil e clorpirifós. Retirando-se o aditivos, eles representam 80% do total de agrotóxicos vendidos.


Uma busca pelos preços de agrotóxicos na Internet revela um cenário assustador. Encontra-se, por exemplo a atrazina (disruptor endócrino) a 34 centavos o litro, enquanto o mais caro, glifosato (cancerígeno), na promoção sai por R$35. Com uma média dos preços ponderada pela participação no mercado chegamos ao valor de R$24,68 por litro de agrotóxico.


A partir da população estimada pelo IBGE em 2013 de 201 milhões pessoas, temos R$36,6 bilhões / R$24,68 por litro de agrotóxico / 201 milhões de pessoas resultando então em 7,36 litros de agrotóxico por pessoa.


E o povo com isso?


Os preços dos produtos variam, o dólar ora sobe, ora desce. Poderíamos ter alguns mililitros a mais ou a menos, mas o certo é que, de 2007 até hoje, 34.282 casos de intoxicação por agrotóxico foram notificados no SUS.


Mesmo assim, qualquer um que viva no campo sabe o quão improvável é que uma pessoa reconheça os sintomas de intoxicação, consiga chegar ao atendimento e que o serviço notifique corretamente. Seja por desconhecimento ou por pressão de quem mandou aplicar os venenos.


Certo também é que além de caros e perigosos, os venenos, assim como os transgênicos, são desnecessários. De Sul a Norte do país, a produção agroecológica ganha força na terra, nas feiras e na mesa da população. A não ser que algum fazendeiro ganancioso inviabilize a produção limpa jogando veneno na lavoura alheia. Infelizmente, acontece, e muito.


O povo precisa de informação.


Anvisa, publique os dados sobre vendas de agrotóxicos. Ministério da Agricultura, faça o mesmo. Ibama, atualize seus dados. CREAs, responsáveis pela emissão de receitas agronômicas, implantem sistemas informatizados em todos os estados, e divulguem quanto, como e onde se aplica veneno neste país. Que tipo de Engenharia vocês fazem, que não se compromete socialmente e não fornece informação vital para a saúde do povo?


Mas mais do que contar os mortos, queremos plantar a vida. Governo Federal, implemente o PLANAPO, e sobretudo o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos, que permitirá a criação de zonas livres de agrotóxicos e transgênicos, além de banir também no Brasil agrotóxicos que já foram banidos lá fora.


Entidades de pesquisa renomadas como a Fiocruz, o INCA e a Abrasco já se juntaram a camponeses e camponesas, que são quem realmente nos alimentam. Mas precisamos ainda de mais apoio da sociedade. Nossa luta diária contra o agronegócio, os agrotóxicos, e os transgênicos só estará completa quando o alimento orgânico não for mais um privilégio, e a agroecologia estiver ao alcance de toda a população.


*Alan Tygel é Engenheiro, e participa da coordenação nacional da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.


http://www.mst.org.br/2015/04/28/aumenta-a-quantidade-de-agrotoxicos-consumido-por-cada-brasileiro-7-3-litros-por-ano.html




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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz