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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

9.4.15

Demorou para Francisco ser atacado pela imprensa

Demorou para Francisco ser atacado pela imprensa



Postado em 17 jan 2015
Francisco está certo e eles errados

Francisco está certo e eles errados

Finalmente a mídia começou a criticar o Papa Francisco.

Demorou, visto que o papa representa o exato oposto daquilo pelo que se batem os donos das grandes empresas jornalísticas.

Desde o primeiro momento de seu pontificato, Francisco tomou o partido dos pobres. Em quase todos os seus pronunciamentos, ele investe contra a desigualdade social.

Francisco captou magistralmente o Zeitgeist, o espírito do tempo. Com sua pregação vigorosa e ainda assim bem humorada pela igualdade ele retirou o Vaticano das sombras da irrelevância em que sucessivos papas inoperantes o atiraram.

O motivo encontrado pela mídia para atacá-lo foram suas declarações sobre os limites da liberdade de expressão, no rastro do caso do jornal Charlie Hebdo.

Evidentemente, Francisco está certo e seus críticos errados.

A liberdade de expressão tem limites. Isso não significa aprovar o massacre dos cartunistas, como aliás fez questão de dizer Francisco.

Mas que há limites, isso é inegável.

Há cem anos, aproximadamente, o juiz americano Oliver Wendell Holmes, da Suprema Corte, colocou isso brilhantemente.

Você não pode gritar fogo num auditório cheio e depois alegar liberdade de expressão, escreveu Holmes. (Outra frase de Holmes que colide com nossos barões da sonegação: "Imposto é o preço que pagamos por uma sociedade civilizada.")

Hoje, na maior parte dos países ocidentais desenvolvidos, você pode ser enquadrado como defensor do terrorismo caso diga ou escreva certas coisas.

Indo para o mundinho cotidiano das redações das companhias jornalísticas brasileiras, a liberdade de expressão de cada jornalista significa a concordância com a essência das ideias dos donos.

É uma regra não escrita, e não admitida pelos colunistas, mas é perfeitamente entendida, respeitada, acatada e seguida.

É o chamado colunismo patronal, ou chapa branca, ou pelego. Ironicamente, os colunistas patronais são aqueles que mais lançam acusações contra jornalistas independentes do mundo digital.

É como se estivessem olhando o espelho. Sua função é defender os interesses econômicos dos patrões e amigos.

O papa já manifestou desprezo por este tipo de mídia. Ele sabe quanto ela contribuiu para a desigualdade econômica, da qual tira um proveito indecente.

Francisco é uma voz poderosa contra tudo isso. Por isso é atacado. Quanto mais ele for atacado, melhor ele estará fazendo o precioso trabalho de combater a iniquidade que envergonha o Brasil e, de forma geral, a humanidade.

Que venham mais pancadas contra ele por parte dos colunistas patronais, portanto.

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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz