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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

9.4.15

Sartori e a metralhadora goratória

9/abr/2015, 7h12min

Sartori e a metralhadora goratória

Por Antônio Escosteguy Castro

Em face da pressão para apresentar alguma proposta concreta destinada a tirar o estado de sua crise, nos últimos dias apareceram na imprensa, particularmente na Zero Hora, dezenas de "medidas" a serem tomadas pelo Governo Sartori.

Em primeiro lugar, surpreende que toda a iniciativa do Governo se dá através do Grupo RBS e da imprensa. Nada é conversado ou negociado nos foros políticos ou da sociedade civil do estado. Aparece, simplesmente, uma matéria de jornal que conta aos cidadãos o que se prepara nos laboratórios do Governo. Nunca um governo foi tão dependente de um grupo jornalístico na história do Rio Grande.

Em segundo lugar, o exame das inúmeras "propostas" faz ver claramente que se trata de uma sondagem prévia, para ver a reação da opinião pública. É óbvia a colagem de tudo o que pode significar poupança de recursos, sem uma análise de sua viabilidade política ou de suas consequências sociais e sem uma mínima estratégia a dar-lhes consistência. Aumentar impostos, demitir funcionários, privatizar órgãos, vender ativos financeiros. Nada falta. A não ser um plano coerente de recuperação econômica do estado.

Agregue-se a esta estas "propostas" a Caravana da Transparência e elogios regulares ás poucas medidas já tomadas. O resultado, porém, continua quase nulo. A Caravana não tem tido qualquer repercussão real, mesmo nas comunidades por onde passa. Como se diria no meu tempo de Movimento Estudantil é " fazer espuma para parecer que está fazendo alguma coisa".

E, convenhamos, tecer loas à redução de gastos nas diárias, como a imprensa oficialista fez na semana que passou, não resiste ao menor exame. A economia em diárias se deve a medidas como a antecipação do fim da Operação Golfinho, deixando os veranistas sem policiamento no fim da temporada e a colocação de salva-vidas no feriadão da Páscoa guarita sim, guarita não, pondo em risco milhares de gaúchos que foram às praias.

Quando o estado economiza prejudicando suas funções essenciais- e nenhuma é mais essencial que a proteção policial da comunidade- é porque sua política faliu.

A falta de iniciativa do Governo é ilustrada, à perfeição, pelo recente episódio em que Sartori "passou um pito" em seus secretários porque não lhe traziam propostas. Ora, o centro do governo é que deve ter a iniciativa de propor programas às secretarias. A iniciativa destas há de ser secundária , vinculada aos projetos estruturantes do governo, criados, repita-se , a partir de seu centro político. Passar 100 dias sem propor nada e exigir iniciativa dos secretários seria cômico, se não fosse trágico.

O Governo Sartori tem sido, até agora, um exercício de pirotecnia política. Cem dias e não há um projeto consistente para enfrentar a crise. Não basta , para responder à pressão da opinião pública, abrir a metralhadora giratória e despejar ideias e mais ideias. No mínimo é preciso ter um alvo…

Antônio Escosteguy Castro é advogado.




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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz