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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

1.6.10

Nesses momentos políticos...

Fantasmas Induzidos

Flavio Koutzii

A idéia da pacificação política e da polarização tem sido na última década uma das leituras centrais da realidade gaúcha. É claro também que, em certa medida, se trabalha a mesma noção para avaliar o cenário nacional, talvez menos enfaticamente.

No caso gaúcho se pega carona nas tradições históricas e até nas "polarizações" esportivas, de Chimangos e Maragatos à Grêmio e Internacional, essa lógica binária seria de fato um jeito gaúcho de ser. Estas e outras referências sociais e esportivas são reais, o que é forçado, é estendê-las artificialmente para o ambiente político do Rio Grande do Sul nos últimos anos.

Na verdade trata-se de um artifício que visa recobrir o sentido natural das diferenças e tensões, bem como conflitos próprios da sociedade democrática. O que é inaceitável é produzir uma maximização desta suposta conflitividade para transformar a suposta pacificação numa grande receita política eleitoral.

É um bom truque, especialmente fomentado pela inteligência conservadora do estado. Mas é um mau serviço à democracia e sua pluralidade. É uma evidente demonização de divergências naturais e o fato que tenha se transformado em um aspecto muito central da política riograndense. Há vários exemplos sobre isto e que confirmam a centralidade do tema: a proposta de Pacto pelo Rio Grande do deputado Záchia; no ano seguinte a Convergência do deputado Alceu Moreira, também da Assembléia Legislativa e anteriormente a vitória de Rigoto para Governador, muito eixada na idéia do pacificador.

Minha insistência na análise deste aspecto é fruto da convicção de que provavelmente a construção deste mantra se deve em parte a própria presença significativa dos partidos e dos governos da esquerda gaúcha que se afirma fortemente ao longo da década de 90 e a uma dificuldade política ideológica de conviver por parte do conservadorismo local com um novo bloco político consistente e com peso eleitoral no quadro geral da política gaúcha.

Na verdade, uma questão derivada do tema pacificação é a instalação na plataforma das idéias-chaves, na política gaúcha, da proposta de união de todos os gaúchos, vide "Pacto" e "Convergência". Entendo, que a desejável união dos gaúchos só tem sentido e valor se isto trouxer embutido, a clara consciência que diferenças de projetos políticos, interpretações distintas de fenômenos sociais, hierarquias diferentes na forma de aplicar os recurso públicos - matéria prima das identidades políticas e administrativas – é a substância da democracia. Sem isto, o que nós temos, surpreendentemente, é um totalitarismo oculto - o discreto fuzilamento das idéias diferentes.

Apesar da minha crítica, reconheço que o tema está muito entranhado na sensibilidade da população gaúcha, exatamente porque ele foi induzido incessantemente como se fosse um eixo diferenciador estratégico, reforçado por sinônimos como conflitividade e beligerância.

Por isto a proposta de Tarso Genro, se eleito, de criar um Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social  (CDES) no Rio Grande do Sul, à maneira da experiência muito bem sucedida, feita a nível nacional a partir de proposta do Governo Lula, orientada e conduzida, em toda sua primeira fase, pelo próprio Tarso Genro, é uma forma e uma fórmula para superar esta falsa e cultivada dicotomia, por uma estrutura consultiva que refletirá amplos setores da sociedade gaúcha e inaugurará, de fato, uma perspectiva de consertação que poderá ajudar a levantar o Rio Grande, materializar as necessidade de desenvolvimento e neutralizar falsos dilemas, verdadeiros fantasmas induzidos. 

http://www.sul21.com.br/index.php/colunistas/Flavio-Koutzii

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz