A Operação Staff da Polícia Federal está investigando a ação de uma quadrilha que estaria praticando fraudes na concessão de seguro desemprego. Na semana passada, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão em uma ONG de Canoas ligada a políticos do PTB. O grupo atuava nos escritórios do SINE/FGTAS de Canoas e Esteio e deixou o PTB em situação delicada, para dizer o mínimo. Dentre os suspeitos de serem operadores do esquema estão pessoas ligadas a importantes lideranças locais e estaduais do partido, algumas delas já citadas ou investigadas na Operação Solidária. Essa não é a única dor de cabeça para os partidários do senador Sérgio Zambiasi.
No mês passado, o presidente municipal do PTB em Porto Alegre, José Carlos Brack, 66 anos, foi denunciado pelo assassinato do ex-vice-prefeito e ex-secretário municipal da Saúde da capital, Eliseu Santos. Segundo o Ministério Público, autor da denúncia, Brack teria planejado e determinado a execução da vítima e prestado "apoio moral e certeza de eventual auxílio a seus comparsas".
Agora, no caso do seguro desemprego, os suspeitos são acusados de inserir dados fraudulentos no sistema, permitindo que pessoas retirassem benefícios em valores muito superiores ao que tinham direito (ou mesmo quando não tinham direito), repassando uma propina que variava de 30 a 60% dos valores concedidos. Suspeita-se que parte dos valores estaria sendo repassado para um caixa dois eleitoral. As práticas também envolviam ameaças a quem furasse o esquema, fato demonstrado em interceptações telefônicas.
Na última quarta-feira, uma inspeção do Ministério do Trabalho, com apoio da PF, fechou o SINE de Canoas. Uma das envolvidas foi ouvida na PF em Porto Alegre, e indiciada por inserção de dados falsos em sistema de informações (art. 313-A, CP, pena de 2 a 12 anos) e concussão (art. 316, pena de 2 a 8 anos).
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