Páginas

pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

29.8.16

Contundente, Dilma aponta para resistência e evidencia golpe

IMPEACHMENT

Contundente, Dilma aponta para resistência e evidencia golpe

por Eduardo Maretti, da RBA publicado 29/08/2016 14:48, última modificação 29/08/2016 16:47
ARQUIVO RBA E REPRODUÇÃO
Dallari_Marchetti_Maria do Socorro

O jurista Dalmo Dallari e os cientistas políticos Victor Marchetti e Maria do Socorro Braga: Dilma acerta na forma e no conteúdo

São Paulo – Diferentemente do senador Álvaro Dias (PV-PR), que, em entrevista, afirmou que o discurso de Dilma Rousseff no Senado foi "bom em retórica", analistas ouvidos pela RBA consideraram o pronunciamento na manhã de hoje politicamente eficiente.  "Eu temia que ela fosse para argumentos muito técnicos, mas ela deu um tom político claro à fala. Deu a base da estrutura do processo de impeachment e marcou uma posição importante. Não foi tímido, foi um discurso quente, que se posicionou, teve lado, e não tentou ir para uma linha tecnicista", diz o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do ABC (UFABC).

"Havia quem colocasse em dúvida se ela usaria ou não da palavra 'golpe', e ela foi contundente ao usar a expressão, ao marcar território. Me parece também que o discurso construiu uma maneira de resistência", avalia. Nesse sentido, o analista entende que Dilma "não se restringiu à votação" do processo em si. "Acho que ela olhou mais para o que vem pela frente do que o que está para trás. Mais tentando construir o argumento reforçando a tese de que se trata de um golpe parlamentar e reorganizar o campo para a resistência. Foi um discurso consistente nessa direção."

Para a professora Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Caros, Dilma "foi bastante dura em relação a uma resposta geral ao processo de impeachment". "Foi dura, embora não tenha dado nomes às pessoas que estão organizando o processo. Havia setores que gostariam que ela tivesse mencionado nomes. Nesse sentido, ela foi elegante, porque poderia ter citado nomes."

Ela acrescenta que, apesar de o julgamento ser político, embora seja também uma peça jurídica, em função das circunstâncias de o processo estar extremamente politizado e partidarizado, não tinha como Dilma não usar o termo golpe. "Ela tinha que fazer isso mesmo, denunciar o que está em jogo."

Na opinião de Marchetti, a presidenta se posicionou corretamente ao não mencionar nomes no discurso, o que pode vir a fazer durante os debates. "Imagino que ela tenha guardado munição. Mas no discurso, na minha opinião, fulanizar talvez não fosse interessante."

Para o jurista Dalmo Dallari, a fala foi "excelente pela linguagem e pela fundamentação", além de ter sido eficiente tecnicamente ao desmentir as acusações sobre os decretos de crédito suplementar e "pedaladas", que configurariam crimes de responsabilidade, segundo a acusação.

"Achei muito bom, objetivo e com linguagem equilibrada, bem articulada e muito boa a fundamentação. Não agrediu, foi serena, discreta e destacou os pontos essenciais. Deixou muito claro que não houve crime de responsabilidade e portanto não há fundamento jurídico para o impeachment", diz Dallari.

Na opinião de Dallari, a presidenta analisou com precisão os atos administrativos indicados como sendo a base jurídica do impeachment e mostrou que não têm a ver com crime. "Uma coisa para a qual está bem preparada, porque é economista. Ela deixou mais do que evidente que não há o mínimo fundamento jurídico. Que nenhum ato nem de longe se qualifica como crime de responsabilidade. Gostei também pela serenidade e objetividade."

Marchetti observa que, ironicamente, na reta final do processo de impeachment, "as panelas emudeceram", ao contrário de todas as outras vezes em que Dilma fez discursos televisionados pelos meios de comunicação nos últimos tempos. "Hoje, curiosamente, elas emudeceram. Justo no clímax de seus desejos recolheram as panelas?", escreveu, em sua página no Facebook. "O que poderia ter acontecido? Caiu a ficha? Vergonha do caminho que trilharam para o país?"

Ele explica à reportagem que não acredita em arrependimento. "Eu não aposto na tese de que estão envergonhados, arrependidos. Talvez haja por parte dessas pessoas uma percepção de que cumpriram seu papel de tirar a Dilma e o PT do governo, e ponto."

Maria do Socorro acrescenta que, "aparentemente", o processo estaria resolvido, já que se trata de um julgamento político, e o momento é de tristeza. "Não se poderia esperar esse desfecho. É uma grande decepção em relação a tudo o que a gente  construiu em termos de democracia. Não sabemos como será o dia seguinte. É muito triste o que a gente está acompanhando."

http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2016/08/discurso-de-dilma-foi-contundente-aponta-para-a-resistencia-e-evidencia-golpe-393.html 



Nenhum comentário:


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz