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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

17.8.16

As vaias ao francês Lavillenie mostram que a cultura do ódio triunfou entre nós.

As vaias ao francês Lavillenie mostram que a cultura do ódio triunfou entre nós. Por Paulo Nogueira

Postado em 16 Aug 2016
Nem as lágrimas do derrotado comoveram os brasileiros

Nem as lágrimas do derrotado comoveram os brasileiros

O brasileiro está doente. Socialmente doente. Foi chocante, foi depressivo ver as vaias ao francês Renaud Lavillenie na noite em que o brasileiro Thiago Braz recebeu no Estádio Olímpico sua medalha de ouro.

Os sociólogos terão que reescrever o nosso perfil. Éramos um povo cordial, segundo os especialistas.

Somos hoje uma nação de gente cheia de ódio.

A primeira vaia a Lavillenie já fora um horror. Foi quando ele foi batido por Thiago.

Isso não é civilização.

A segunda, na entrega das medalhas, foi ainda pior.

Não há grandeza na vitória quando o vencedor se comporta desta maneira. É moralmente repulsivo.

O francês já experimentara seu castigo: a derrota numa prova em que ele era um dos grandes favoritos.

Já é um suplício. Jamais esqueceremos as lágrimas copiosas de Djokovic ao ser batido no torneio de tênis. Sua alma estava despedaçada.

Alguém acha que Lavillenie estava numa situação melhor que a de Djokovic ao ser derrotado? Uma das imagens mais desoladoras dos Jogos do Rio foi o choro quieto de Lavillenie no palco. Nem assim os brasileiros foram misericordiosos.

O público já mostrara uma atitude patológica ao vaiar o maior rival de Bolt, Gatlin.

"Não é exatamente uma cena comum", disse o comentarista da BBC diante dos apupos, desagradavelmente surpreso.

O crime de Gatlin era o de ser o adversários mais qualificado de Bolt.

Os atletas olímpicos fazem monumentais sacrifícios para nos proporcionar momentos de encanto duradouros. Treinam duramente enquanto descansamos. Esfolam-se em disputas massacrantes enquanto os vemos com nossos traseiros no sofá, pipoca nas mãos.

Vaiá-los não é apenas prova de déficit civilizatório. É um ato de suprema ingratidão diante de quem nos entretém tanto.

Fomos sempre assim, e apenas nos iludíamos com a tese de que éramos gentis?

Ou alguma coisa aconteceu e destruiu nosso caráter?

Suspeito — apenas suspeito — que a campanha de ódio das grandes empresas de mídia tenha um papel relevante em nossa transformação negativa.

Cabe aos sociólogos investigar o fenômeno. E não estou incluindo aí o outrora cientista social FHC, hoje um miserável golpista e um propagador de ódio.

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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz