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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

8.8.14

O ano em que o mundo começou a mudar

08/08/2014 - Copyleft

O ano em que o mundo começou a mudar

Há um ano a hegemonia política e econômica dos EUA parecia consolidada. Um ano depois surge um bloco de forças que aponta para a superação dessa hegemonia.

por Emir Sader em 08/08/2014 às 12:07

Emir Sader


Há um ano os EUA estavam prestes a atacar a Siria, capitulo prévio a um ataque ao Irã, cedendo às pressões de Israel. Era apenas um capítulo a mais do cenário instaurado desde o fim da guerra fria, com a predominância inquestionada dos EUA, que militarizara todos os conflitos, do Afeganistão à Líbia, ameaçando estender a lista para a Síria e o Irã.
   
Um ano depois, o quadro internacional mudou radicalmente. Saiu de pauta a possibilidade de bombardeio à Síria, foram iniciadas negociações de paz em relação à Síria e ao Irã, sob protesto isolados de Israel, da Arábia Saudita e do Kuwait. Negociações em que a Rússia é um participante central. Impotente para intervir, os EUA e a UE tiveram que aceitar, pelas vias de fato a decisão da Crimeia à Rússia e tampouco conseguem controlar a rebelião das outras regiões que querem seguir o mesmo caminho.

Há um ano se anunciava a normalização da vida no Afeganistão, no Iraque e na Líbia, com  a retirada das tropas norte-americanas nos dois primeiros e com realização de eleições nos três países. Hoje os três se encontram em avançado processo de desagregação, sem Estado nacional no Iraque e na Líbia, com aumento da violência no Afeganistão. Os EUA voltam a envolver-se mais militarmente no Iraque, com bombardeios, tentando frear a ofensiva dos sunitas radicais sobre Bagdá.

Há um ano o FMI e o  Banco Mundial pareciam ainda reinar soberanos. Um ano depois os Brics fundaram um Banco de Desenvolvimento e criaram um fundo de divisas de apoio a países com dificuldades.

Há um ano as potências ocidentais acreditavam ter a Rússia submetida econômica e politicamente. Hoje a Russia tornou-se um ator fundamental em negociações de paz como nos casos da Síria e do Irã, assim como participante que os EUA necessitam para a retirada de suas tropas do Afeganistão.

Os EUA e a Europa decidiram uma série de sanções econômicas à Russia, mas a resposta desta, com a suspensão das compras de produtos agrícolas deles e sua substituição por países da América Latina deixou as potências ocidentais desconcertadas, revelando toda sua fragilidade. A possibilidade do corte de gás pela Rússia apavora a Europa. Enquanto isso a Rússia e a China assinaram um acordo estratégico de longo alcance, que inclui o fornecimento de gás aos chineses por 30 anos.

Obama tentava aparecer forte o suficiente até um ano atrás, ameaçando resolver as crises com a Síria e o Irã através da força. Hoje  é consensualmente acusado, dentro e fora dos EUA, de ser um presidente impotente de atuar em todas as múltiplas frentes que estão envolvidos e sem capaz de resolver nenhuma delas.

Há um ano a hegemonia política, militar e econômica dos EUA parecia consolidada. Um ano depois surge um bloco de forças que aponta para a superação dessa hegemonia.

Tudo isso – entre outras  coisas – se passou no espaço de um ano, desde agosto de 2013 até agosto deste ano. Um ano em que o mundo, que parecia ter sua correlação de forças congelada, começou a mover-se em outra direção, na direção de um mundo multipolar.


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz