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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

12.11.14

O sentimento que faz explodir a irracionalidade

12/nov/2014, 8h17min

O sentimento que faz explodir a irracionalidade

A leitura de algumas críticas sobre Relatos Selvagens me levaram a colocá-lo como prioritário na minha programação cinematográfica. Mas um compromisso aqui e outro ali me impediram de vê-lo logo após a sua estreia. Só na quinta-feira (6), depois de lutar, sob a chuvarada, para conseguir um táxi, consegui assisti-lo na companhia da minha amiga Dedé Porto. Não me arrependi. O filme dirigido por Damián Szifron e produzido, entre outros, por Pedro Almodóvar, realmente, merece elogios. As histórias, como todos ou quase todos já sabem, reproduzem fatos do cotidiano, em que o (a) protagonista tem reações extremadas. É aí que mora o problema. Por que não conseguimos conter nossas revolta, raiva e rancor? O que nos faz perder a racionalidade?

Lembro de outro filme, Um Dia de Fúria, de Joel Schumacher, com Michael Douglas. O personagem se deixou tomar totalmente pelo ódio, sem condições de pensar nas consequências de seus atos. Também recordo notícias que escrevi e li sobre pessoas que reagiram com destruição à demora no atendimento em um posto de saúde, por exemplo.

Ao fazer um exame de consciência, me dou conta, que também já tive meus momentos selvagens e de fúria. Não, não destruí nada. Não agredi ninguém. Mas, cheguei a gritar e a desmoronar internamente. Nada que durasse mais que alguns minutos e acabasse prejudicando mais a mim do que aos outros. Mas, por que somos tomados por essa irracionalidade?

Nos Relatos, de Szifron, ficam claras algumas situações insuportáveis: não ser aceito pelos outros, ter suas pretensas qualidades diminuídas, sentir-se traído, explorado, magoado, desacreditado. Nestes casos, o que impera é o desejo de vingança. Ir à desforra é o que conta. Não interessam as consequências. A noiva, o músico, o engenheiro, o motorista, o empresário, a ex-presidiária, todos só pensam em devolver na enésima potência a ofensa de que se sentem vítimas.

O filme nos faz ver como somos dominados pela vontade de retaliação. O mundo se tornou uma arena de represálias sem limites. São indivíduos contra indivíduos, países contra países, religiosos, que pregam o amor e a fé, contra religiosos, que dizem propagar o mesmo. A luta pela sobrevivência, praticada pelos animais, ditos irracionais, não tem a ver com o desejo de vingança, tão característico dos animais tidos como racionais. Esse é o sentimento que devemos aprender a controlar, desde o útero. Difícil, mas não impossível.

Nubia Silveira é jornalista.

http://www.sul21.com.br/jornal/o-sentimento-que-faz-explodir-a-irracionalidade/



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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz