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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

14.11.14

Ato em São Paulo reúne 20 mil em defesa das reformas e contra golpismo

DE VERMELHO

Ato em São Paulo reúne 20 mil em defesa das reformas e contra golpismo

Entidades 'contra a direita, por mais direitos' mandam recado de apoio, ao mesmo tempo que cobram de Dilma ações para mudanças consideradas essenciais
por Rodrigo Gomes, da RBA publicado 14/11/2014 09:50
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DANILO RAMOS/RBA
ato

Manifestantes de diversos movimentos e entidades tomaram a avenida Paulista pacificamente

São Paulo – Ao som de Racionais MCs e Luiz Gonzaga, 20 mil pessoas ligadas a movimentos sociais, partidos e sindicatos realizaram ontem (13) uma manifestação na avenida Paulista, região central da cidade, em defesa de reformas estruturais e em apoio a proposta da presidenta Dilma Rousseff (PT) de realizar um plebiscito para consultar a população sobre como efetivar a reforma política. O ato também foi um rechaço contra a ação realizada no último dia 1º, em que cerca de duas mil pessoas pediram o impeachment da presidenta e intervenção militar no país.

O tema central do ato, considerado prioritário para os movimentos é a política. Com financiamento público de campanhas para acabar com a interferência do poder econômico nas eleições, maior participação popular nas decisões e isonomia para que os partidos concorram em igualdade de condições nos pleitos.

Entenda o plebiscito

Entre os dias 1º e 7 de setembro, a CUT e outras 400 organizações sociais promoveram um plebiscito popular que resultou em mais de 7,7 milhões de votos a favor de uma constituinte exclusiva para reformar o sistema político e pressionar o Congresso a convocar a consulta oficial.

Para isso, no dia 30 de outubro, foi protocolado na Câmara o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 1508/2014, de autoria dos deputados Renato Simões (PT-SP) e Luiza Erundina (PSB-SP), para convocar o plebiscito.

Caso o projeto seja aprovado, os eleitores irão às urnas para dizer sim ou não à mesma pergunta realizada no plebiscito popular: "Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político?".

Em junho do ano passado, Dilma propôs um plebiscito para consultar a população sobre quais mudanças devem ser feitas no sistema eleitoral. No entanto, houve resistência no Congresso, que travou a medida. Ainda hoje os parlamentares resistem à proposta, mesmo nos partidos que compõem a base aliada da presidenta, como PMDB.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, avalia que é grande a disposição dos movimentos e organizações para apoiar a presidenta Dilma na condução dos processos. "Ela ganhou para colocar as reformas em pauta e nós estaremos nas ruas para apoiar. O mercado financeiro e a direita não podem pautar o governo dela, porque eles perderam a eleição. Quem venceu foi a agenda progressista", afirmou.

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, uma das entidades que promoveram a manifestação."Hoje temos aqui o povo brasileiro. Não é a meia dúzia de 'playboyzinhos' que ficou bravinha com a derrota do seu candidato [Aécio Neves (PSDB)]. Aqui também queremos intervenção. Mas do povo nos rumos da política", afirmou.

Boulos ressaltou a importância do plebiscito constituinte para tentar evitar que a reforma política não fique nas mãos de deputados e senadores. "Na eleição se falou muito em mudança. Isso é com a reforma política. Mas o Congresso hoje é 90% formado por empresários, banqueiros e latifundiários. É ilusão acreditar que eles vão fazer a reforma, sendo financiados pela Friboi, pela Odebrecht", disse, ilustrando a necessidade de suprimir definitivamente o financiamento de campanhas eleitorais por empresas.

Freitas defendeu também a democratização das comunicações, considerada por ele como parte da reforma política. "Hoje não há democracia nas comunicações, mas sim uma ditadura controlada por seis famílias", disse, dialogando com a candidata derrota na última eleição presidencial Luciana Genro (Psol), que ele considerou prejudicada pela seleção feita por parte da imprensa sobre quem pode ou não aparecer nos jornais e debates. "Nem todos têm espaço e isso deve ser corrigido", completou.

Luciana afirmou que a direita não quer que o povo lute por melhores condições de vida e são incapazes de aceitar o mínimo avanço das políticas sociais. "Nós vamos enfrentar quem for para garantir os direitos dos trabalhadores, dos jovens, das mulheres, dos LGBT. A maioria do nosso povo quer democracia real e não essa ditadura do mercado financeiro", afirmou, também defendendo a reforma política.

Estruturais

Entre as demais propostas também tratadas no ato estão as reformas agrária e urbana, que garantam acesso à terra para todos, com apoio à produção familiar no campo e regras para a fixação dos valores de aluguel, sobretudo o residencial, nas cidades. Destacou-se também a desmilitarização da segurança pública, unificando as polícias e estabelecendo controle social orientado para a atuação cidadã.

Uma reforma tributária, que garanta a progressividade dos impostos para deixar de onerar mais pesadamente os pobres, também está na pauta dos movimentos. Esse é um dos temas mais difíceis de solucionar, que se arrasta desde os anos 1960 no Congresso. "Não é possível o trabalhador ser taxado no salário e nos alimentos básicos, enquanto as grandes fortunas e os itens de luxo, como helicópteros ou lanchas, não terem qualquer imposto", protestou Freitas.

Para os movimentos, no entanto, é preciso que a presidenta Dilma sinalize interesse em "guinar à esquerda". Queremos que ela receba os movimentos e entidades que foram para a rua e atuaram para garantir a reeleição dela. O compromisso desse governo deve ser com o povo e não com o mercado financeiro", disse Freitas.

"Se a presidenta cortar investimentos sociais, o ano que vem será marcado por ocupações, greves e lutas. Vá cortar no lucro dos bancos, vá democratizar os meios de comunicação, vá fazer auditoria na dívida pública", afirmou Boulos.

Mobilização

A militante Paola Estrada, da Secretaria Operativa Nacional do Plebiscito Popular da Constituinte, ressaltou que não apenas a grande participação na marcha como também o número de movimentos participantes, que chegaram a 500 organizações.

"Há 30 anos não vemos uma campanha tão ampla. Mas temos que ficar atentos porque a grande imprensa tenta dissimular até mesmo a fala da presidenta Dilma quando cria a falsa polêmica entre plebiscito e referendo".

Em paz

Apesar da forte chuva que atingiu a região central de São Paulo no fim da tarde, os manifestantes não desanimaram e marcharam pelo bairro dos Jardins, indo até a praça Roosevelt. No caminho, dançaram forró em frente ao hotel Renaissance e questionaram a xenofobia expressada contra os nordestinos após o resultado das eleições.

"A juventude tem outro método para tomar as ruas, com alegria e a luta do povo", falou a representante do Levante Popular da Juventude, Beatriz Lourenço.

A Polícia Militar (PM), que acompanhou o ato sem equipamentos ostensivos, mantinha em frente ao hotel – para defendê-lo da manifestação – um grupamento com cinco viaturas e quinze policiais com escudos e armaduras, além de armas de bala de borracha e bombas de gás lacrimogênio. Não houve confrontos.

Dali, os manifestantes seguiram pela rua da Consolação até a praça Roosevelt, onde um homem identificado apenas como Osmar teve uma convulsão e foi socorrido pelos participantes do ato e pelo coordenador do MTST, Josué Rocha, que é médico. Osmar foi levado para a Santa Casa de Misericórdia desacordado e não houve novas informações até o fechamento da reportagem.


http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/11/20-mil-vao-as-ruas-defender-reformas-estruturais-e-rechacar-golpismo-em-sao-paulo-7578.html


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz