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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

9.6.13

"...tempo para ir no boteco tomar uma e reclamar daqueles que estão fazendo algo, as pessoas têm. Ah, se têm."

A pessoa tem tempo para reclamar de manifestações. Mas não para propor algo novo

Leonardo Sakamoto
09/06/2013 13:26


Circulam pela internet reclamações sobre a falta de mobilização da sociedade visando ao que alguns chamam de "causas justas". Não raro, elas vêm carregadas de palavras de sabedoria como "Quando é para defender maconha, milhares de pessoas, mas para educação, esse bando de vagabundo não mexe uma palha" ou "Por que uma marcha de vadias (sic) junta tanta gente e uma contra a corrupção, não?"
É um tipo de voyeurismo maluco, um onanismo patológico, no qual a pessoa só consegue chegar ao orgasmo olhando os outros e controlando como eles trepam. "Não, não, não! Quando fizerem sexo, é só 'papai e mamãe', hein!".
Alguns assuntos e grupos sociais conseguem atrair mais pessoas, seja pela urgência e magnetismo de seu tema, pela capacidade de manter um foco claro, pelo nível de mobilização dos interessados ou mesmo por outros elementos que não cabem aqui. O pessoal da Marcha da Maconha não tem culpa se alguns eventos reacionários, organizados no município de São Paulo nos últimos tempos, terem trazido às ruas gente suficiente para encher apenas algumas kombis.
Em suma: Acha algo importante? Gostaria de defender um ponto de vista? Tire esse traseiro gordo do sofá da sala, largue esse pacote de amendoim e proteste você mesmo.
"Ah, mas eu tentei fazer um movimento contra gays, mendigos e ciganos e fui censurado. Cadê a liberdade de expressão?" – pergunta um dodói. Cadê o Ministério Público que não abriu uma ação contra você, meu filho? – pergunto eu.
Ao povo que não quer ferir ninguém, sugestões: comece pela internet, encontrando um grupo de amigos ou mesmo de desconhecidos que compartilhem a sua opinião ou descontentamento. Organizem uma comunidade, encontrem-se para discutir frente a frente, quando possível. Reservem momentos para a formação do grupo sobre o tema, on line ou in loco. Daí em diante, entrem em contato com lideranças políticas, sociais e econômicas que podem influenciar a realidade sobre a qual você quer uma mudança. Faça propostas, discuta caminhos, cobre atitudes e ética. Fiscalize. Monitore. Se necessário, crie uma entidade jurídica para ajudar nesses processos ou faça parte de uma existente. Se não for numericamente relevante para um ato público, dialogue com outras iniciativas que possuem conexões com o que defende. Saia do armário da inação.
Aí vem as injustificáveis justificativas falta de idade, de recursos, de empolgação, de redes de conhecidos. De coragem.
Mas tempo para ir no boteco tomar uma e reclamar daqueles que estão fazendo algo, as pessoas têm. Ah, se têm.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz