Em pronunciamento, Dilma promete pacto para discutir pauta de manifestações
Da Redação
A presidenta Dilma Rousseff falou em cadeia de rádio e televisão nesta sexta-feira (21) sobre os protestos que andam movimentando as principais cidades do Brasil. Durante sua fala, garantiu que governa para “os que se manifestam e os que não se manifestam”, que está ouvindo a voz das ruas, mas que o governo federal não transigirá em relação a atos de violência que ameacem a democracia. Garantiu também que convocará diversos setores para um amplo diálogo sobre as pautas envolvidas nas manifestações, em temas que vão de mobilidade urbana a segurança, saúde, educação e combate à corrupção.
De acordo com a presidenta, os protestos demonstram a “força de nossa democracia” e o “desejo da juventude do Brasil de ver o país avançar”. Segundo ela, os manifestantes deram “amplitude nacional” a suas pautas e é preciso “aproveitar bem o impulso desta nova força política”. Mas fez um alerta: “se deixarmos (esse movimento) perder rumo, estaremos desperdiçando uma oportunidade histórica e correndo o risco de colocar muita coisa a perder”.
Em sua fala, Dilma acentuou sua geração “lutou muito, foi torturada e perseguida” para que o Brasil fosse um país democrático. “Não foi fácil chegar onde chegamos, e não será fácil chegar onde muitos que foram às ruas desejam. Todos têm direito e liberdade de questionar tudo, propor e exigir mudanças, desde que de forma pacífica e ordeira. Não vamos permitir que uma minoria violenta e autoritária tente levar o caos aos principais centros urbanos. Eu asseguro: vamos manter a ordem, dentro dos limites da lei”, acentuou. “A voz da população será ouvida e respeitada, sem ser confundida com o barulho de alguns arruaceiros”.
Entre as medidas imediatas, Dilma Rousseff garantiu que vai conversar com chefes de outros Poderes, governadores e prefeitos para tentar construir um “grande pacto” em torno de algumas demandas dos manifestantes. A presidenta listou ações como o Plano Nacional de Mobilidade Urbana, o investimento de 100% dos royalties do petróleo na educação, a chegada de médicos do exterior para melhorar o SUS e a ampliação da Lei de Acesso à Informação. “Não abro mão do combate sistemático à corrupção e ao desvio de dinheiro público”, acentuou. Prometeu também receber líderes ligados às manifestações e aos movimentos populares para dialogar e receber contribuições.
“Precisamos oxigenar nosso sistema político, com instituições mais transparentes, resistentes ao malfeito e permeáveis à contribuição da sociedade”, acrescentou Dilma, propondo uma reforma política. “É equivocado pensar que qualquer país possa prescindir de partidos. Devemos ouvir a voz da cidadania em primeiro lugar, e não o poder econômico”.
A presidenta também referiu-se aos protestos contra as obras da Copa 2014. Segundo ela, os valores gastos são fruto de financiamento e serão pagos pelas empresas e governos envolvidos com as obras. “Jamais permitiria que saísse do orçamento público federal”, garantiu. “Estou ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Estou ouvindo vocês. O Brasil sempre foi bem recebido em toda parte e precisamos dar a nossos povos irmãos a mesma acolhida. Futebol e esporte são símbolos de paz entre os povos”, falou Dilma.
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