Em nota
CUT condena ataques a partidos e afirma que política 'organiza a sociedade'
"Não há democracia sem partidos, sindicatos e instituições livres", diz a CUT sobre a hostilidade da última quinta
São Paulo – A CUT emitiu nota na noite de ontem (21) cobrando respeito à democracia, aos partidos políticos e aos movimentos sociais que ajudaram a conquistar direitos ao longo de décadas no Brasil, e lamentou o oportunismo de setores conservadores que tentam se apropriar da mobilização surgida nas duas últimas semanas no Brasil.
"A derrota da ditadura e a democracia que conquistamos indo para as ruas se devem à organização e à responsabilidade que os movimentos social e sindical sempre tiveram. É incontestável que não há democracia sem partidos, sindicatos e instituições livres. É a política que organiza a sociedade", diz o comunicado, assinado pelo presidente da central, Vagner Freitas, e pelo secretário-geral da entidade, Sérgio Nobre. "A CUT continua nas ruas em defesa da pauta da classe trabalhadora e da democracia, contra o conservadorismo. Repudiamos todo e qualquer retrocesso!"
Os presidentes das centrais sindicais se reúnem na terça-feira (25) para debater a unificação de uma agenda de mobilizações em defesa da democracia, que consideram atingida por grupos de manifestantes que na última quinta-feira, especialmente durante protestos em São Paulo, queimaram bandeiras de partidos e de movimentos. Neste sentido, a CUT saudou a decisão do Movimento Passe Livre de não convocar mais atos para evitar a apropriação das mobilizações por pessoas contrárias à existência de um sistema partidário e das instituições políticas.
"A CUT repudia as ações violentas de grupos contrários à democracia que, de forma oportunista, levaram às ruas pautas conservadoras que apontam para o retrocesso, o preconceito, a intolerância e estimulam o ódio de classe", continua a nota, que orienta sindicatos, federações e confederações a defender, "de forma pacífica e organizada", as bandeiras fundamentais para o sistema democrático, o que inclui uma reforma política que fortaleça os partidos e a participação popular. "Esses grupos demonstram a clara intenção de desestabilizar o projeto de desenvolvimento que defendemos e que ajudamos a construir, tentam impor o retrocesso às conquistas e aos avanços sociais."
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