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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

6.6.13

Caros Amigos - Milho transgênico causa danos no Paraná

Milho transgênico causa danos no Paraná

Publicado em Quinta, 06 Junho 2013 15:04

Um dos principais debates que ressoaram no Brasil e no mundo na última década foi o da produção e uso de alimentos geneticamente modificados, os chamados transgênicos. No decorrer dos anos o debate foi se tornando cada vez mais silencioso, enquanto que, por outro lado, a produção de alimentos transgênicos aumentou. O Brasil promulgou uma série de leis, como a 11.150/05, que reestruturou a Comissão Técnica Nacional de Biosegurança (CTNBio), responsável por emitir pareceres autorizando ou não o uso comercial de transgênicos; através das monoculturas de soja e milho geneticamente modificado, o País passou a ocupar o segundo lugar mundial na prdução de alimentos transgênicos, ficando atrás apenas dos EUA.

A fim de trazer este importante debate de volta ao espaço público, o site da Caros Amigos publica uma série de 3 reportagens sobre os transgênicos no Brasil, abordando diferentes temas, para que se possa medir as consequências do uso desses alimentos para a agricultura e saúde do País.

Problemas com transgênicos aparecem com força em todo o país

Rafael Zanvettor
Caros amigos

Desde sua primeira regulamentação em lei, datada de 1995, o uso de organismos geneticamente modificados (OGMs) no Brasil só aumentou, enquanto se multiplicavam também discussões éticas e o aparecimento de marcos regulatórios sobre o tema. A dificuldade em estabelecer um parâmetro para o possível perigo de alimentos transgênicos, ou para seus efeitos sócio-econômicos na produção agrícola, foi pautada até o presente pela falta de estudos sobre o uso relativamente recente dessa biotecnologia.

O crescimento do uso dos transgênicos no Brasil, no entanto, está diretamente relacionado ao aumento de problemas nas lavouras. A gestão de OGMs no pais é centralizada na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), responsável por elaborar pareceres técnicos sobre os OGMs e liberando-os ou não para uso na agricultura e consumo humano. Os milhos transgênicos liberados pela CTNBio sofrem manipulação genética para cumprir dois objetivos: aumentar a tolerância a herbicidas e aumentar a resistência a insetos.

Paraná

Mas o que tem acontecido no Estado do Paraná, onde 88,9% das plantações de milho são transgênicas, segundo a consultoria Celeres, vai na contramão do que é propagandeado pelas empresas produtoras dessas sementes. Os milhos, que deveriam ser resistentes às pragas, principalmente a lagartas que atacam as plantações, estão tornando os bichos cada vez mais resistentes. Segundo pesquisa realizada pelo professor Bruce Tabashnik, da Universidade do Arizona, que analisa o uso de OGMs na agricultura do mundo todo, entre 1996 e 2007, constata que a partir de 2003 começaram a aparecer espécies de pragas resistentes à biotecnologia usada para afastá-los.

No Estado, um dos casos mais emblemáticos casos, a lagarta-da-espiga, que tem aparecido por plantações de OGMs, seria uma das pragas que não é afetada pela principal toxina inserida geneticamente no milho, cristalizada da bactéria Bacillus thuringiensis, conhecida como toxina Bt. Segundo Ivan Domingos Paghi, diretor técnico da Associação de Produtores de Grãos não Geneticamente Modificados (Abrange), a situação do Paraná é crítica, e muito perigosa para a agricultura brasileira. Ele afirma que "a lagarta-da-espiga sempre existiu, mas a lagarta-do-cartucho comia ela. Ela (lagarta-da-espiga) era uma praga secundária e agora passou a ser uma praga primária", diz ele. Hoje, afetadas pela toxina Bt, a população de lagarta-do-cartucho decaiu e a lagarta-da-espiga não tem mais o predador que tinha antes. Ao mesmo tempo, os agricultores passaram a comprar o milho transgênico ao invés de gastar com outras formas de controle de praga, e com isso, a lagarta-da-espiga está fora do controle.

Os efeitos nefastos do milho com a toxina Bt também afetaram as próprias lagartas-do-cartucho, alvos inicias da toxina, que começaram a criar resistência à toxina Bt inserida no milho em poucas safras. A maioria dos agricultores usam o milho transgênico NK603, da Monsanto.

O Custo do OGM

Além disso, segundo o diretor da Abrange, "os inseticidas que estão liberados no Brasil não controlam mais essa lagarta. O Brasil vai trazer novas moléculas do exterior para fazer um inseticida para matá-las. Além de atacar o milho, a lagarta está migrando para o algodão e para a soja". Com essa migração, o caso está se tornando um problema de segurança nacional e é por isso que o governo faz uma busca urgente por novos inseticidas.

Ele afirmou que a toxina usada no milho manipulado está indo pra soja também. E pergunta: "Até onde compensa plantar OGM, que custa 5 vezes mais? O agricultor vai ter que continuar usando inseticida e pagando um preço absurdo na saca". Afligidos pela praga da lagarta, os produtores do Paraná têm tido dificuldade para encontrar a semente de milho comum, pois as grandes produtoras multinacionais, como a Monsanto, fecham o mercado para o milho comum.

Por fim, o diretor afirmou que geralmente, quando o agricultor compra o milho convencional, "ele tem a safra contaminada, porque se tiver sua lavoura de milho convencional a menos de dois quilômetros de uma lavoura de milho GM, o vento pode levar o pólen e contaminar a lavoura convencional".

As perdas para a agricultura são enormes e segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), os prejuízos devem chegar a R$ 1 bilhão nas lavouras de soja e algodão na Bahia, contaminadas pela lagarta. 

Desenvolvimeno

O uso dos transgênicos no Brasil começou a ser regulamentado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, na Lei de Biossegurança (n° 8.974), que nasceu da necessidade de adequar os artigos da Constituição que versam sobre o meio ambiente com o desenvolvimento da manipulação genética na agricultura. Foi então que se criou a CTNBio.

O Brasil é hoje o segundo maior produtor de alimentos transgênicos do mundo, ficando atrás apenas dos EUA - essa colocação do País no ranking mundial é basicamente devido à monocultura da soja. Segundo pesquisa da consultoria em agronomia Céleres, em 2011, o Brasil contava com 30,3 milhões de hectares, enquanto os EUA, 69 milhões. No Brasil, a maior commoditie transgênica é a soja, cujo cultivo transgênico está previsto para atingir neste ano 88,8% do total a ser plantado em 2013. Segundo a consultoria, o uso de transgênicos chegará a 37,1 milhões de hectares nesse ano, o que representará 54,8% da área de cultivo do País, que segundo o IBGE soma 67,7 milhões de hectares. Os principais estados produtores de OGMs são, por ordem, o Mato Grosso, o Paraná e o Rio Grande do Sul.


http://www.carosamigos.com.br/index/index.php/cotidiano/3277-milho-trangenico-causa-danos-no-parana



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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz