Tiririca vai ter mais votos que Maluf. E daí?
Este blogue está apostando que Tiririca vai ter mais votos que Maluf, que provavelmente seria o recordista de votos caso o palhaço não fosse candidato. Isso é ruim para democracia?
Ou ainda seria melhor se o deputado mais votado por São Paulo fosse o Enéas, como já aconteceu em uma eleição recente?
A questão da eleição de Tiririca não deve ser discutida na base do moralismo barato. Isso só interessa aos segmentos que contribuem para que muitos tiriricas surjam. Os segmentos que o leitor bem conhece e que tratam a política quase como uma atividade criminosa.
E a popularidade do palhaço provém exatamente disso. De uma campanha oportunista que se baseia nesse sentimento de frustração com a atividade pública, com o papelo do parlamentar – "pior que tá não fica".
A questão que deveria ser feita agora não é como impedir um Tiririca de ser eleito. Até porque sua eleição não vai nem melhorar nem piorar na Câmara. Afinal, há muita gente pior e muito mais mal intencionada do que ele por lá, podem ter certeza.
A questão que precisa ser feita é o que deve mudar no nosso sistema político para que nosso processo democrático avance.
E nesse sentido é uma vergonha que o Brasil ainda não tenha implantado, por exemplo. o financiamento público de campanha e o voto em lista.
Óbvio que isso não resolveria todos os problemas, mas seria um pontapé inicial num processo de despersonalização da atividade política e do seu uso para fins privados.
Para discutir essas questões, não dá pra ficar tiriricando.
É preciso começar a debater desde já e com seriedade uma constituinte exclusiva para a reforma política. Quem topa?
Ou será que essa história de ficar detonando o palhaço não é só uma estratégia para manter o circo cheio.
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