Assim sendo, Gilmar Mendes não nos apresenta nada de novo sob o sol, somente a velha tradição:
OAB: suspeita de interferência de Serra no STF é "preocupante"
30 de setembro de 2010 • 13h57
- Direto de Brasília
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo aponta que Mendes e Serra se falaram por telefone por volta das 14h desta quarta, antes da sessão plenária do STF que discutiu a exigência de dois documentos para que o eleitor possa votar. Na mesma tarde, apesar de sete dos atuais dez ministros já terem votado para derrubar a exigência, Gilmar Mendes pediu vista dos autos, paralisando a análise do caso. Mendes e Serra negam o telefonema.
"É uma coisa que demonstra preocupação. Todos conhecemos pessoas, temos amigos, recebemos telefonemas, mas quando se trata de uma suspeita dessa natureza é algo preocupante. Se verdade for, poderia passar a impressão de que as decisões do STF são pautadas por amizades e interesses", disse Ophir Cavalcante ao Terra. "É precipitado dizer o que seria crime. A Lei Orgânica da Magistratura impede esse tipo de contato, mas já agora determinar as hipóteses de possível enquadramento legal é precipitado", completou o presidente da OAB.
Jornal: sessão foi adiada após conversa de Serra com ministro do STF
Serra no momento em que, segundo a 'Folha de S. Paulo', falava ao telefone com o ministro
Foto: Rodrigo Coca / Fotoarena/Divulgação
De acordo com reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira (30), o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes interrompeu o julgamento de um recurso do PT contra a obrigatoriedade de apresentação dos dois documentos na hora de votar após receber uma ligação do candidato do PSDB à presidência da República, José Serra. Depois de participar de um encontro com representantes de servidores em São Paulo, Serra teria pedido que um assessor telefonasse para o ministro por volta das 14h segundo testemunho de um repórter do jornal.
Segundo o jornal, Serra recebeu um celular das mãos de um ajudante de ordens para falar com Mendes. O tucano o teria cumprimentado como "meu presidente". Ao final da ligação, o presidenciável ainda brincou com os jornalistas, perguntando-os o que estavam "xeretando". A despeito da maioria - sete votos a zero de um universo de dez - o julgamento não foi concluído porque o ministro Gilmar Mendes pediu vista dos autos e paralisou a análise do caso. A votação deve ser retomada nesta quinta-feira e, após o voto e justificativa de Mendes, os demais ministros ainda podem mudar seus votos. Tucanos apontam a obrigatoriedade da apresentação de dois documentos como um fator pró-Serra e contra sua principal adversária, Dilma Rousseff (PT).
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