Seis denunciados pelo Ministério Público combinavam preço de combustível
Seis proprietários de postos de combustíveis de Caxias do Sul foram condenados por formação de cartel pela 3ª Vara Criminal da cidade. A denúncia foi feita pelo Ministério Público e os réus primários foram condenados, nesta terça-feira, a dois anos de reclusão, em regime aberto, com pena substituída por multa no valor em torno de R$ 150 mil. Eles podem recorrer da decisão.
Foram condenados, Roberto Tonietto, administrador de seis Postos Rodeio, Darci José Tonietto, diretor de dois postos Coocaver, Deunir Luis Argenta, sócio-gerente de 11 postos Di Trento, Vilson Luiz Pioner, sócio-gerente de dois postos Comboio, Iur de Souza Lavratti, sócio-gerente do Posto Petrolium, e Ademir Antônio Onzi, sócio-gerente de dois postos Onzi.
Eles respondiam ao processo desde maio de 2007, quando provas colhidas entre julho de 2004 e abril de 2006 foram apresentadas pelo Ministério Público à Justiça Estadual. Entre as provas, estão conversas telefônicas e reuniões em postos, restaurantes, empresas, entre outros.
Para a juíza da 3ª Vara Criminal, Sonáli da Cruz Zluhan, os condenados abusaram do poder econômico, eliminando a concorrência com a formação de acordo ou ajuste, visando à fixação artificial dos preços de combustíveis em Caxias do Sul.
Procurados pelo Pioneiro, quatro dos condenados disseram ainda não saber da sentença e que aguardariam a orientação de advogados para se manifestar. O presidente do Sindipetro, Paulo Tonolli, também não havia sido avisado da decisão da Justiça e vai se manifestar depois de receber a sentença do departamento jurídico.
COMBUSTÍVEIS
Condenados em 1ª instância
Grupo acusado pelo Ministério Público pode recorrer da sentença da Justiça Estadual
Caxias do Sul – Seis proprietários de postos de combustíveis foram condenados em primeira instância, por formação de cartel, pela 3ª Vara Criminal da cidade, terça-feira. A denúncia foi feita pelo Ministério Público (MP). A condenação é de dois anos de reclusão, em regime aberto, com pena substituída por multa no valor em torno de R$ 150 mil. Os réus são primários e podem recorrer da decisão. Entre os condenados, estão Roberto Tonietto, administrador de seis Postos Rodeio, Darci José Tonietto, diretor de dois postos Coocaver, Deunir Luis Argenta, sócio-gerente de 11 postos Di Trento, Vilson Luiz Pioner, sócio-gerente de dois postos Comboio, Iur de Souza Lavratti, sócio-gerente do Posto Petrolium, e Ademir Antônio Onzi, sócio-gerente de dois postos Onzi. Em Caxias, há cerca de 85 postos.
O processo foi entregue pelo MP à Justiça Estadual em maio de 2007, depois de uma investigação feita entre julho de 2004 e abril de 2006. As provas apresentadas incluem gravações de ligações telefônicas entre os denunciados, com conteúdo que indica a combinação dos preços dos combustíveis. Além disso, o encontro deles em diversos momentos também foi apontado pelo MP como oportunidade para a negociação dos valores. Para a juíza da 3ª Vara Criminal, Sonáli da Cruz Zluhan, os condenados abusaram do poder econômico, eliminando a concorrência com a formação de acordo ou ajuste, visando à fixação artificial dos preços de combustíveis em Caxias do Sul.
Procurados ontem pelo Pioneiro, quatro dos condenados disseram ainda não saber da sentença e que aguardariam a orientação de advogados para se manifestar. O presidente do Sindipetro, Paulo Tonolli, também não havia sido avisado da decisão da Justiça e vai se manifestar depois de receber a sentença do departamento jurídico do sindicato. Segundo o advogado Erivelto Antão Ferreira, que defende Ademir Onzi, ele irá recorrer da decisão por defender que não houve formação de cartel e por não concordar com os meios de investigação do MP.
* Colaborou Guilherme A.Z. Pulita
vanessa.franzosi@pioneiro.com
Entre as provas apresentadas pelo Ministério Público, estão diálogos feitos por telefone. Confira alguns trechos: |
Trecho de gravação de ligação telefônica entre os acusados Deunir Argenta e Vilson Luiz Pioner, o Neco |
Neco: Tava bom, tava dois e trinta e três, eu não entendi, eu não entendi porque os cara querem sarna pra se coçar. Não tava bom assim? Todo mundo trabalhando? |
Deunir Argenta: É, mas descer assim é fácil, quando vai um, vai todo mundo atrás. |
Neco: É né. |
Deunir Argenta: Vamos esperar, vamos ver se ele sobe. Pra descer é fácil, agora pra subir então é uma...uma... um parto! |
Trechos de ligação recebida pelo acusado Roberto Tonietto de uma pessoa chamada Bilú, de um posto |
Bilú: Me diz uma coisa, o combustível aí aumentou, né? Caxias? |
Roberto: Caxias subiu, subiu bastante por causa do álcool, né. |
Bilú: Tá dois, oito, cinco. E os meus vizinhos ali do lado tá com dois, oito, três. |
Roberto: Bah, Bilú, falar isso por telefone é complicado, tu tá em Caxias? |
Bilú: Não, não, não, eu tou... eu vou pra Caxias de tarde. |
Roberto: Tá, tu não quer dar uma passadinha aqui no posto? |
Bilú: Não, porque daí eu não sei, daí de repente eu sou obrigado a botar dois, oito, três igual. |
Roberto: Tá tudo grampeado esse telefone, não dá pra falar em preço, né, tchê. |
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