"Serra se diz amigo de Maria da Conceição e insinua identidade de valores e projetos com a esquerda progressista que ela simboliza; ninguém contesta.
Serra diz que não tem nada contra Lula; ninguém contesta.
Serra diz que seu adversário é a Dilma –não o governo que ela representa, a Dilma pessoa física-; ninguém contesta.
Serra diz que é amigo de Lula, vai até melhorar o que ele já fez; ninguém contesta.
Assim, assim, uma hora o eleitor passa a acreditar que Serra, Conceição, Lula, Che Guevara, Dolores Ibárruri, Giuseppe Garibaldi e Simon Bolívar são uma única e mesma pessoa e que a única figura destoante dessa eleição é a Dilma. Ou quem de direito entende que a disputa já começou, que há uma luta política decisiva sendo travada em cada declaração, em cada gesto e que Serra é o estuário do conservadorismo nativo a ser desmascarado ou a mídia demotucana nem precisará gastar o arsenal de fraudes para emplacar a vitória da coalizão demotucana na sucessão de Lula."
(Carta Maior; 27-04)
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