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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

18.4.10

Carta Maior - Blog do Emir Sader - Para que o Sul seja o norte do mundo


Para que o Sul seja o norte do mundo

O sistema capitalista mundial passou a se articular em torno de um centro e de uma periferia, conforme os países europeus foram conquistando – especialmente através da superioridade marítima, de que fizeram forte instrumento de conquista de colônias, de escravidão e de pirataria – a hegemonia do comércio internacional. Fizeram dela, no chamado processo de acumulação primitiva, a alavanca para se constituir como as grandes potências colonizadoras e, posteriormente, as maiores potências imperialistas.

Impuseram uma fratura estrutural entre as potências dominantes, - que se transformaram, ao mesmo tempo, em potências exploradores e belicamente opressoras – e as periféricas. A estas, submetidas a um profundo processo de intercâmbio desigual – em que exportavam produtores primários e importavam produtos industriais – estava reservada a consolidação na pobreza e na exclusão social e política.

A mais recente crise capitalista revela um quadro que começa a mudar, em escala mundial. Pela primeira vez uma crise global, que tem seu epicentro nos EUA e se propaga fortemente por quase todo o mundo, vê o Sul do mundo recuperar-se, enquanto o centro se encontra ainda em recessão. A China não entrou em crise, o comercio internacional com ela se incrementou, a ponto dela se transformar no primeiro parceiro comercial do Brasil, no lugar dos EUA. Isso revela já um forte processo de multipolaridade econômica.

No entanto, o Sul ainda está atrasado em propor suas próprias alternativas à crise. A incorporação de países emergentes ao G-8, transformando-o em G-20, não se traduz em posições substancialmente distintas, porque os países do Sul – China, India, Brasil, África do Sul, México, Argentina, entre outros – foram isolados, sem posições comuns às reuniões do G-20. Termina-se discutindo as propostas dos países que geram a crise, buscando aprofundar medidas, mas como se vê até agora, nem sequer regulamentações mínimas sobre o funcionamento do sistema bancário – detonante forte da crise – foram levadas à prática.

A recente reunião dos mandatários do BRIC no Brasil avançou algumas medidas, mais de intensificação da coordenação entre eles – como o acordo do Brasil com a China, o uso de moedas próprias e não o dólar nos intercâmbios bilaterais, a reiteração da necessidade de regulamentação do funcionamento dos bancos. Porém nenhuma proposta global, de redesenho das relações econômicas e de poder no mundo, foi adiantada.

Enquanto isso não ocorrer, a direção dos processos econômicos mundiais seguirá nas mãos dos países do G-8, que se auto-intitulam "8 grandes", não porque trabalhem mais, não porque sejam mais solidários, mas porque foram países colonizadores e são imperialistas. São os triunfadores da globalização, mas ao mesmo tempo são o centro da crise mundial, gerada por eles e que não será superada enquanto o controle da situação econômica global seguir nas suas mãos.

Postado por Emir Sader - 17 de abril de 2010 às 12:50

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz