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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

21.9.17

PELA ÚLTIMA VEZ, COXINHAS


PELA ÚLTIMA VEZ, COXINHAS


Acho engraçadíssimo os coxinhas se irritarem, ao serem chamados de coxinhas, sem saberem porque, e mais engraçado a quantidade enorme de anti coxinhas que usa o termo sem saber porque (já vi até definirem com conotação sexual, afirmando que os alienados foram feitos nas coxas, o que é hilário).


Já expliquei um monte de vezes, mas coxescamente esquecem, ou fingem que esquecem, como quando dizem que Temer é de responsabilidade do PT, esquecendo-se que o PT não derrubou a Dilma.


Na minha idade já começa a ficar difícil repetir, mas vou tentar, vou explicar aos coxas porque são chamados assim.


Alguns defendem que o termo nasceu em São Paulo, outros, que nasceu no Rio, mas não importa, já que não altera o significado.


A versão paulista dá conta que coxinhas eram os policiais militares que, de serviço nos centros comerciais, cuidando da segurança pública, davam atenção especial a determinados estabelecimentos, em troca de lanches, uma propina baratinha para garantir o patrimônio alheio, sem consciência disso.


Então, para os paulistas, coxinhas são os que defendem a coisa alheia, dos ricos, a troco de lanches, sem consciência de estarem vendendo barato um trabalho caro, com o risco da própria vida.


Já a versão carioca... O governo Garotinho, um moço que roubou como adulto, passou a descontar o rancho (refeições nos quartéis) dos salários dos policiais.
Com salários minguados (agora, além de minguados, atrasam), os policiais, em grande número, pararam de comer nos quartéis, substituindo as refeições por lanches, nas lanchonetes e bares das imediações.


Esta foi uma época de invasões de prédios e áreas devolutas.


Quando os donos ou pretensos donos desses imóveis entravam na justiça e ganhavam a reintegração de posse, lá vinham os miseráveis policiais, cheios de fome ou recheados de salgadinhos, para iludir a fome, dar porradas nos companheiros de miséria, defendendo os interesses dos ricos especuladores imobiliários, com os invasores alertando à comunidade "lá vem os coxinhas".


Então, pela versão carioca, coxinhas são os da linha auxiliar dos ricos,os cães de guarda dos ricos, os que morando em invasões ou tendo parentes e amigos morando em invasões davam porrada e prendiam invasores, atendendo aos interesses dos seus opressores, sem terem consciência disso.


A mulher que apóia Bolsonaro, notório e confesso machista, é uma coxinha; homossexual que apóia Bolsonaro, um notório e confesso homofóbico, é coxinha; o negro, mulato, índio ou de ascendência oriental que apóia Bolsonaro, um notório e assumido racista, é um coxinha; os que foram para a Paulista, atendendo aos apelos midiáticos, para servir aos interesses dos grandes empresários do país, que agora lhes tiram os direitos trabalhistas, o poder de compra dos salários e ameaçam acabar com as aposentadorias, é um coxinha; os que se pautam pelos noticiários da Globo, sem saber que os seus três proprietários, juntos, têm a maior fortuna brasileira, são coxinhas (os interesses deles não são os dos telespectadores, nas favelas, alagados, regiões de seca, periferias urbanas... E que interesses defendem as empresas deles?); quando você disser que "bandido bom é bandido morto", referindo-se aos ladrões de celulares, bicicletas e botijas de gás, aos que assaltam para obter uns poucos reais, que traficam gramas de maconha e cocaína, repetindo os discursos dos que roubam milhões de dólares da saúde e da educação, transportam toneladas de maconha e cocaína em helicópteros e jatinhos, impunemente, esquecendo que os pequenos delinqüentes são da classe pobre, a sua, você está sendo coxinha; quando você culpa a estuprada pelo estupro, esquecendo-se que é mulher ou que você tem mãe, esposa, irmãs, filhas, netas, amigas... Que não buscariam voluntariamente o estupro... Você está agindo inconscientementemente, como o policial que arrisca a vida por um lanche dado por quem está com o seu patrimônio protegido, quase de graça, como o policial que, quase com fome ou com fome bate e prende famintos, porque os donos da comida mandaram.


Finalmente... E porque coxinha e não pastel, como eram chamados os bobos, nas décadas de 60 e 70, ou empadinha, quibinho...?


Com o aumento no preço da carne de boi, do porco, e dos produtos lácteos (queijo, requeijão) e o drástico barateamento do frango, a coxinha, que é praticamente carne de frango desfiada com massa de farinha de trigo e água, tornou-se o salgadinho mais popular, porque mais barato.


Agora, ao ouvir ou ler alguma coisa, questione-se: a quem interessa isso? Com que finalidade querem que eu acredite nisso?


Agindo assim... Bem vindo à consciência política.


O meu cachorro não tem consciência dos meus interesses, mas morde para defender os meus interesses, atendendo às minhas palavras de ordem: pega! Morde!


Até onde as palavras corrupção, comunismo, bolivarismo, luladrão, Lava Jato, petralha... São palavras de ordem, para que você morda, no interesse dos que se julgam os seus donos?


Pense nisso.


Francisco Costa

Rio, 21/09/207.





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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz