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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

12.9.17

Com Temer, a entrega da Pátria

Política

Opinião

Com Temer, a entrega da Pátria

por Carlos Zarattini* — publicado 07/09/2017 08h00, última modificação 06/09/2017 13h59
Este governo é especializado na rapinagem dos direitos e da soberania. Vivemos em um Estado de Exceção
Rogério Melo/PR
Com Temer, a entrega da Pátria

Temer na reunião dos BRICs na China

Independentemente do juízo de valor que se possa emitir sobre as reformas realizadas por Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff, todas contaram com a legitimidade do voto popular para propor e implementar mudanças nas políticas públicas. Não é, definitivamente, o caso do governo Michel Temer.

O Brasil vive um desses momentos cruciais de sua jovem democracia, em que a natureza transitória de um governo não poderia se impor ao desejo das urnas. Não tenho dúvidas de que num país maduro os poderes públicos e a sociedade saberiam estabelecer e impor os limites da transitoriedade. Infelizmente, não é o que ocorre no Brasil. 

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Seria razoável esperar do Congresso, do Judiciário e da mídia mais responsabilidade, justiça e, no mínimo, uma ação reparadora para que o projeto rejeitado na eleição de 2014 e levado à prática por um golpe parlamentar não se tornasse irreversível. Mas há, ao contrário, cumplicidade, parcialidade e sustentação de uma situação ilegítima, desde que sirva aos interesses dos derrotados nas urnas. 

Desmonte 

A venda da Eletrobras, a desverticalização e o desmonte da Petrobras e a entrega do controle da Vale, entre outras danosas medidas, evidenciam o caráter antinacional deste governo e daqueles que o sustentam, com ou sem entusiasmo, por envolvimento direto ou por puro oportunismo.

O projeto aprovado nas urnas em quatro eleições presidenciais consecutivas é a antítese do que tem sido feito por Temer e sua corriola, em parceria com o PSDB, que havia tido o seu projeto privatista e de Estado mínimo rejeitado pelo voto popular.

Derrotado nas urnas, o PSDB fomentou a crise e forneceu aos golpistas os quadros encarregados do trabalho sujo na área econômica, sobretudo os atentados à soberania nacional, colocando bens públicos em liquidação em especial para grupos estrangeiros. 

Os tucanos 

As impressões digitais do PSDB estão na Petrobras, com Pedro Parente, na Eletrobras, com Wilson Ferreira, estavam no BNDES, com Maria Silvia Bastos Marques, e na Vale, com Fábio Schvartsman. Temer conta com o PSDB para destruir os principais instrumentos de desenvolvimento de um Estado nacional e soberano. 

Este governo não tem direito de fazer o que faz.  Quando votou em Dilma na eleição de 2014, a sociedade aprovou outro programa de governo, outro projeto nação, exatamente o oposto do que os golpistas aplicam.

O desmonte do Bolsa Família e do programa de cisternas, recentemente premiado pela ONU, são, talvez, a expressão mais mesquinha de um governo antipopular. O fim de programas consagrados, aprovados pela população, reconhecidos e imitados mundialmente, não pode ser encarado como natural.

Crescem os escândalos de corrupção e Temer e seus aliados mais próximos, preocupados apenas em tentar salvar a pele, produzem uma crise social e econômica, desânimo e insegurança jurídica e outros retrocessos. 

Soberania do voto

As urnas, numa democracia real, são soberanas. Mais do que um nome, delas emergem um rumo para o País, uma opção de política de desenvolvimento e um projeto de nação. A eleição proporciona legitimidade ao processo de tomada de decisões que será desenvolvido durante o mandato. 

Os 54 milhões de votos destinados a Dilma Rousseff que emergiram das urnas em 2014 sinalizaram claramente a opção pelo fortalecimento das empresas e os bancos públicos, a democratização do acesso ao ensino, por uma política habitacional que priorizasse os mais pobres, entre tantas outras. Todas tinham a marca de um governo de caráter nacional e popular.

Temer não tem autoridade moral e política para revogar o projeto democraticamente escolhido pelo povo. Ele rouba uma escolha feita pela maioria. Tornou-se um ladrão de sonhos, exterminador de futuro e de direitos. Um governo especializado na rapinagem de direitos e da soberania nacional. 

Vivemos um Estado de exceção. Pobre Brasil. 

* Líder do PT na Câmara​ dos Deputados


https://www.cartacapital.com.br/politica/com-temer-a-entrega-da-patria


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz