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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

27.2.17

A quem interessa a destruição do Brasil?

Em poucos meses ficou claro que o governo surgido do golpe só tem agenda negativa: a destruição do patrimônio público – da Petrobras e do pré-sal em primeiro lugar, mas também dos bancos públicos -, dos recursos para políticas sociais, dos direitos dos trabalhadores e da soberania na política externa do Brasil. Faz isso com extremo afinco, como se tivesse recebido delegação popular para isso. No entanto, aplica um programa extremamente antipopular, derrotado sucessivamente nas urnas, contando com um apoio irrisório de pessoas, mas não se importando com isso.

Assumiu o objetivo histórico de interromper os governos do PT, que tinham caminhado na direção oposta: fortalecimento das empresas estatais, da Petrobras, mas também dos bancos públicos; o maior processo de democratização social da história do país, com a construção de um mercado interno de consumo popular, com a inclusão social de dezenas de milhões de pessoas; a promoção do poder aquisitivo dos trabalhadores de forma permanente; a projeção do país no mundo mediante uma política externa soberana.

Os governos desde 2003 demonstraram como é possível, mesmo na contramão do que acontece no mundo, diminuir a desigualdade social, terminar com a fome e a miséria. Como é possível o Brasil priorizar as políticas de integração regional ao invés dos Tratados de Livre Comércio com os EUA; como a integração com os Brics é o caminho alternativo a um mundo em recessão.

Contra tudo isso que se erige o governo do golpe. Antes de tudo, no plano interno, desarticular o modelo de crescimento econômico, favorecendo a consolidação da hegemonia do capital financeiro, em detrimento dos investimentos produtivos. Concomitantemente, elevar o desemprego, enfraquecendo a capacidade de negociação dos sindicatos, barateando ainda mais a força de trabalho e elevando a superexploração dos trabalhadores e os super lucros dos patrões.

No plano externo, enfraquecer os Brics, isolar o Brasil desse eixo fundamental de criação de um mundo multipolar e favorecer os interesses dos EUA de abaixar o perfil do país na América Latina e no mundo.

Quem perde com essas desarticulações? Em primeiro lugar o povo brasileiro, a grande maioria da população, beneficiária das políticas sociais e dos reajustes dos salários acima da inflação. Aumentam o desemprego, o abandono, as populações de rua, a precariedade do trabalho, aumenta a concentração de renda e a exclusão social.

Em segundo lugar, perde o projeto de um Brasil produtivo, que cresce e gera empregos e renda para todos. Perde a imagem do Brasil na América Latina e no mundo. Perde a possibilidade de voltar a demonstrar que é possível um projeto de desenvolvimento com distribuição de renda, que esta é funcional e alimenta a expansão econômica.

Em terceiro lugar, perdem o Brasil no mundo, a América Latina e o Sul do mundo, que tinham no nosso país uma referência fundamental. Perdem os que acreditam na construção de um mundo menos desigual, com menos concentração de renda e de poder.

Em quarto lugar, perde a democracia que se construía no Brasil, com grandes esforços, incluindo a toda a população, deixando nas mãos do povo a escolha sobre quem deveria governar o país.

Perde, finalmente, a esperança, a confiança no Brasil, o orgulho de ser brasileiro, a possibilidade de construção de um país solidário, baseado na igualdade e na justiça.

A reconstrução do Brasil interessa assim à grande maioria da sua população, a todos os que acreditam na democracia, os que confiam que a projeção de um Brasil líder na região e no Sul do mundo seja bom para nós e para a grande maioria dos países do mundo.


http://www.brasil247.com/pt/blog/emirsader/281462/A-quem-interessa-a-destrui%C3%A7%C3%A3o-do-Brasil.htm


Emir Sader



--

Maria Fernanda Milicich Seibel
OAB/RS 52.501
(54) 99443113 | 30277794
skype: mfmseibel

24.2.17

CUT lança ''Aposentômetro'' em parceria com o Dieese

CUT lança ''Aposentômetro'' em parceria com o Dieese

Calculadora da aposentadoria demonstra que a classe trabalhadora será prejudicada se Reforma da Previdência passar no Congresso

Escrito por: CUT • Publicado em: 21/02/2017 - 16:48 • Última modificação: 22/02/2017 - 19:56legram

Arte: CUT

Nesta terça-feira (21), a CUT lançou o "Aposentômetro", uma calculadora que ajudará trabalhadores e trabalhadoras a descobrir com qual idade se aposentarão, caso seja aprovada a Reforma da Previdência proposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer. O projeto de Temer aumenta a idade mínima para 65 anos, tanto para homens quanto para mulheres, do campo e da cidade; e aumenta o tempo de contribuição de 15 anos para 25 anos. O conjunto de medidas impõe tantas dificuldades e restrições que praticamente vai impedir que uma grande parte da classe trabalhadora consiga se aposentar.

Como disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, "Temer não quer reformar a Previdência, quer acabar com a aposentadoria dos trabalhadores".

Com o mote "Reaja agora ou morra trabalhando", a CUT deu inicio a um movimento que pretende tomar as ruas do país pela preservação da aposentadoria, um direito histórico da classe trabalhadora. O "Aposentômetro" é uma das ações que contribuirão para dar aos trabalhadores argumentos para combater essa reforma e foi elaborado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). E por falar em ocupar as ruas, temos atos marcados para os dias 8 - Dia Internacional da Mulher -; e, 15 de março - Dia Nacional de Paralisação Contra a Reforma da Previdência. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) já está nas ruas, nos locais de trabalho, nas Câmaras Municipais e entidades de classe debatendo os prejuízos que esta reforma provoca, conscientizando a sociedade e convocando a população para a ir às ruas contra o fim da aposentadoria.

Utilizar a calculadora é muito fácil, basta informar o gênero, a data de nascimento e o tempo de contribuição para o INSS.

O "Aposentômetro" irá informar ao trabalhador quanto tempo lhe resta de trabalho até a aposentadoria nas regras atuais e como ficará se a proposta de Reforma da Previdência do governo for aprovada pelo Congresso Nacional.

Para acessar a calculadora, clique aqui.


23.2.17

SUA APOSENTADORIA VAI ACABAR

CUT lança ''Aposentômetro'' em parceria com o Dieese

CUT lança ''Aposentômetro'' em parceria com o Dieese

Calculadora da aposentadoria demonstra que a classe trabalhadora será prejudicada se Reforma da Previdência passar no Congresso

Escrito por: CUT • Publicado em: 21/02/2017 - 16:48 • Última modificação: 22/02/2017 - 19:56legram

Arte: CUT

Nesta terça-feira (21), a CUT lançou o "Aposentômetro", uma calculadora que ajudará trabalhadores e trabalhadoras a descobrir com qual idade se aposentarão, caso seja aprovada a Reforma da Previdência proposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer. O projeto de Temer aumenta a idade mínima para 65 anos, tanto para homens quanto para mulheres, do campo e da cidade; e aumenta o tempo de contribuição de 15 anos para 25 anos. O conjunto de medidas impõe tantas dificuldades e restrições que praticamente vai impedir que uma grande parte da classe trabalhadora consiga se aposentar.

Como disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, "Temer não quer reformar a Previdência, quer acabar com a aposentadoria dos trabalhadores".

Com o mote "Reaja agora ou morra trabalhando", a CUT deu inicio a um movimento que pretende tomar as ruas do país pela preservação da aposentadoria, um direito histórico da classe trabalhadora. O "Aposentômetro" é uma das ações que contribuirão para dar aos trabalhadores argumentos para combater essa reforma e foi elaborado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). E por falar em ocupar as ruas, temos atos marcados para os dias 8 - Dia Internacional da Mulher -; e, 15 de março - Dia Nacional de Paralisação Contra a Reforma da Previdência. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) já está nas ruas, nos locais de trabalho, nas Câmaras Municipais e entidades de classe debatendo os prejuízos que esta reforma provoca, conscientizando a sociedade e convocando a população para a ir às ruas contra o fim da aposentadoria.

Utilizar a calculadora é muito fácil, basta informar o gênero, a data de nascimento e o tempo de contribuição para o INSS.

O "Aposentômetro" irá informar ao trabalhador quanto tempo lhe resta de trabalho até a aposentadoria nas regras atuais e como ficará se a proposta de Reforma da Previdência do governo for aprovada pelo Congresso Nacional.

Para acessar a calculadora, clique aqui.



22.2.17

A quem interessa a destruição do Brasil?

A quem interessa a destruição do Brasil?

Em poucos meses ficou claro que o governo surgido do golpe só tem agenda negativa: a destruição do patrimônio público – da Petrobras e do pré-sal em primeiro lugar, mas também dos bancos públicos -, dos recursos para políticas sociais, dos direitos dos trabalhadores e da soberania na política externa do Brasil. Faz isso com extremo afinco, como se tivesse recebido delegação popular para isso. No entanto, aplica um programa extremamente antipopular, derrotado sucessivamente nas urnas, contando com um apoio irrisório de pessoas, mas não se importando com isso.

Assumiu o objetivo histórico de interromper os governos do PT, que tinham caminhado na direção oposta: fortalecimento das empresas estatais, da Petrobras, mas também dos bancos públicos; o maior processo de democratização social da história do país, com a construção de um mercado interno de consumo popular, com a inclusão social de dezenas de milhões de pessoas; a promoção do poder aquisitivo dos trabalhadores de forma permanente; a projeção do país no mundo mediante uma política externa soberana.

Os governos desde 2003 demonstraram como é possível, mesmo na contramão do que acontece no mundo, diminuir a desigualdade social, terminar com a fome e a miséria. Como é possível o Brasil priorizar as políticas de integração regional ao invés dos Tratados de Livre Comércio com os EUA; como a integração com os Brics é o caminho alternativo a um mundo em recessão.

Contra tudo isso que se erige o governo do golpe. Antes de tudo, no plano interno, desarticular o modelo de crescimento econômico, favorecendo a consolidação da hegemonia do capital financeiro, em detrimento dos investimentos produtivos. Concomitantemente, elevar o desemprego, enfraquecendo a capacidade de negociação dos sindicatos, barateando ainda mais a força de trabalho e elevando a superexploração dos trabalhadores e os super lucros dos patrões.

No plano externo, enfraquecer os Brics, isolar o Brasil desse eixo fundamental de criação de um mundo multipolar e favorecer os interesses dos EUA de abaixar o perfil do país na América Latina e no mundo.

Quem perde com essas desarticulações? Em primeiro lugar o povo brasileiro, a grande maioria da população, beneficiária das políticas sociais e dos reajustes dos salários acima da inflação. Aumentam o desemprego, o abandono, as populações de rua, a precariedade do trabalho, aumenta a concentração de renda e a exclusão social.

Em segundo lugar, perde o projeto de um Brasil produtivo, que cresce e gera empregos e renda para todos. Perde a imagem do Brasil na América Latina e no mundo. Perde a possibilidade de voltar a demonstrar que é possível um projeto de desenvolvimento com distribuição de renda, que esta é funcional e alimenta a expansão econômica.

Em terceiro lugar, perdem o Brasil no mundo, a América Latina e o Sul do mundo, que tinham no nosso país uma referência fundamental. Perdem os que acreditam na construção de um mundo menos desigual, com menos concentração de renda e de poder.

Em quarto lugar, perde a democracia que se construía no Brasil, com grandes esforços, incluindo a toda a população, deixando nas mãos do povo a escolha sobre quem deveria governar o país.

Perde, finalmente, a esperança, a confiança no Brasil, o orgulho de ser brasileiro, a possibilidade de construção de um país solidário, baseado na igualdade e na justiça.

A reconstrução do Brasil interessa assim à grande maioria da sua população, a todos os que acreditam na democracia, os que confiam que a projeção de um Brasil líder na região e no Sul do mundo seja bom para nós e para a grande maioria dos países do mundo.


http://www.brasil247.com/pt/blog/emirsader/281462/A-quem-interessa-a-destrui%C3%A7%C3%A3o-do-Brasil.htm

COM SUPREMO, COM TUDO.

Alexandre de Moraes foi aprovado pelo Senado para a vaga de ministro do STF por 55 votos a 13. 

Um repasse de R$ 4 milhões feito ao advogado por empresa envolvida na Operação Acrônimo foi abafado na sabatina, com a ajuda do ministro do STF Luiz Fux, que arquivou e decretou sigilo sobre o caso. 




COBERTURA

Repasse de R$ 4 milhões a Moraes é abafado na sabatina, com ajuda de Fux

Investigação que identificou pagamentos a advogado por empresa envolvida na Operação Acrônimo foi arquivada pelo ministro do STF, que ainda determinou sigilo sobre o processo
por Jornal GGN publicado 22/02/2017 09h39, última modificação 22/02/2017 13h03

GGN – O inquérito da Operação Acrônimo, que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro para campanhas eleitorais, deflagrada em maio de 2015, foi colocado em sigilo em outubro daquele ano. 

Mas desdobramentos da investigação mostraram que o ex-ministro de Temer, Alexandre de Moraes, teria recebido, pelo menos, R$ 4 milhões de empresa alvo

O ministro do Supremo arquivou a investigação contra Moraes, sem sequer pedir a abertura de inquérito, medidas investigatórias, quebras de sigilos ou depoimentos. Fux tampouco consultou a Procuradoria-Geral da República. Após monocraticamente arquivar os documentos enviados pelo STJ, o ministro ainda colocou sigilo sobre o caso. 

Com a decisão tomada pelo ministro do Supremo, além de ter sido absolvido, o ministro Alexandre de Moraes não pode, sequer, ser questionado sobre o tema envolvendo a Operação Acrônimo, uma vez que toda a documentação do suposto recebimento de R$ 4 milhões por Moraes estar sob sigilo. 

Foi o que ocorreu quando, no início da sabatina na manhã desta terça (21), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) questionou a suspeita que recai sobre Alexandre de Moraes e solicitou a suspensão da sabatina, até que o Senado recebesse as informações sobre a petição que investiga o indicado. 

O relator da sessão, Eduardo Braga (PMDB-AM), barrou o pedido de Grazziotin. Justificou que seu pedido não pode ser aceito porque a documentação está sob sigilo. Em seguida, a questão de ordem foi rejeitada pelo presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Edison Lobão (PMDB-MA).

http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2017/02/repasse-de-r-4-milhoes-a-alexandre-de-moraes-e-abafado-na-sabatina-com-ajuda-de-fux?utm_source=redes&utm_campaign=RBA2&utm_medium=banner&utm_content=abafado


algumas ilustrações sobre a conjuntura brasileira...


O ESTANCADOR DE SANGRIA E A TURMA DO RABO PRESO
Por Aroeira


...
EMPATIA 

Um juiz que pisca para um réu. 

A debacle da incipiente civilização brasileira.

(Foto sensacional de Dida Sampaio)


...
Lembram da conversa vazada do senador Romero Jucá?

poisé..


...

Por Jota Camelo






"...a fábrica da tolice no Brasil é uma mídia que se apresenta como neutra..."

Bolsonaro só existe como opção visível por causa da Globo

"O público não é imbecil, ele é tornado imbecil pela mídia comprada, direta ou indiretamente, para fazer este papel". Sociólogo explica como e por quê pregadores do ódio ganham espaço no mundo, o papel da Globo no fenômeno Bolsonaro e a maneira como o capital financeiro se apossa do estado

bolsonaro opção eleição globo direita ódio pt
Jessé José Freire de Souza (reprodução)

Diário do Centro do Mundo

"O público não é imbecil, ele é tornado imbecil pela mídia comprada, direta ou indiretamente, para fazer este papel". A sentença é do sociólogo Jessé Souza, ex-presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).

Autor de "A tolice da inteligência brasileira" e "A radiografia do golpe", Jessé explica na entrevista a seguir, concedida ao jornalista Paulo Henrique Arantes, como e por quê pregadores do ódio ganham espaço no mundo, o papel da Globo no fenômeno Bolsonaro e a maneira como o capital financeiro se apossa do estado.

Por que a extrema-direita ganha espaço no mundo?

Eu acho que o avanço da direita tem a ver com uma relação de forças que é internacional. O capitalismo financeiro cria uma nova relação com a política que é desvalorizada para ser capturada. A política sempre foi influenciada pelo dinheiro, obviamente, mas você tinha contrapesos antes, os quais você não tem mais. O capital financeiro age globalmente, planetariamente, e a reação a ele é nacional, local, fragmentada, frágil.

golpe no Brasil teve uma articulação internacional, foi o interesse do capital financeiro em se apropriar de tudo que possa rapinar: pré-salPetrobrás, destruir o capital tecnológico de empreiteiras, orçamento público, etc. Tudo com ajuda nacional da mídia e dos seus sócios internos. Dentre eles o aparelho jurídico do Estado que funcionou e funciona, com ou em consciência disso, como "advogados do capital financeiro" internacional. O capital financeiro quer uma captura direta da política e do Estado.

O primeiro motivo é que a própria realização de lucro do capital financeiro exige e vai exigir cada vez mais desigualdade. Isso reflete numa nova forma de expropriação do trabalho coletivo que é via orçamento – aliás pago pelos pobres e apropriado pelos rentistas -, e é precisamente o que acontece no Brasil, o golpe foi feito para isso. Agora, inclusive, a ação do capital financeiro ficou mais nítida no Brasil do que em qualquer outro lugar.

Como o capital financeiro se apodera da política?

Quando ele desvaloriza a política, as instituições políticas, usando a mídia e a balela da "corrupção seletiva", só dos políticos, escondendo a corrupção legal e ilegal do mercado que compra direta ou indiretamente a mídia e a própria política. Nesta quadra histórica, o dinheiro está se apropriando da política completamente.

A própria linguagem do dinheiro criminalizou a política. O Dória no Brasil é o melhor exemplo disso, e o Trump nos EUA, quando diz: "você deve me eleger porque eu não sou político". Você só pode dizer isso porque a "corrupção real", que é a do mercado, por meios legais e ilegais, é tornada invisível pela mídia.

A base de tudo tem a ver com isso: você tem que imbecilizar o público. O público não é imbecil, ele é tornado imbecil pela mídia comprada direta ou indiretamente para fazer este papel.

O populismo de direita que vemos hoje crescer no mundo todo carrega o risco de um novo fascismo?

fascismo assumiu a forma que assumiu nos anos 30 pelas circunstâncias históricas. Eu acho que o que está acontecendo agora é sim uma forma de fascismo. Ele não precisa assumir a forma que assumiu na década de 30. Hoje ele exerce mais uma violência simbólica, "imbecilizando" o público, por exemplo, ao invés de usar majoritariamente a violência física, como o antigo fascismo, embora a violência física seja utilizada hoje em dia também.

Esses novos líderes, todos eles, têm a ver com a reação dos perdedores do capital financeiro que são a imensa maioria. O Bernie Sanders foi uma reação racional, que conseguiu forte penetração na juventude intelectualizada. O Trump é a resposta menos inteligente, emotiva, que pede um "bode expiatório", lá os mexicanos e aqui os pobres beneficiados pelo PT, o ódio, é a linguagem fascista sobre o medo. É a versão que está ganhando aqui.

Por que o discurso populista de direita, que prega o ódio, alcance tanta receptividade?

A base do fascismo no Brasil é a classe média. A mídia manipula o falso moralismo dessa classe para que sirva de "tropa de choque" dos interesses inconfessos das elites. O grande elemento aí, que é sempre esquecido, é a mídia. A mídia é o partido da elite que rapina o país.

A mídia representa, antes de tudo, interesses, mas "tira onda" de neutra. Como esses interesses elitistas são difusos, a mídia concentra e sistematiza esses interesses e dá boca para eles. O capitalismo, o dinheiro, não tem boca – a mídia é a boca do dinheiro, então ela vai manipular o povo a partir disso.

Não há um papel positivo na atuação da mídia?

Não sei se concordo contigo. De que papel e de que mídia você se refere? Não existiria Bolsonaro como opção viável sem a Rede Globo. Você tem que lembrar, apenas para ficar num único exemplo que pode ser multiplicado milhares de vezes, como eu me lembro, do jornalista Merval Pereira, no jornal da "Globo News", falando que vazamento ilegal não é nenhum problema real, que isso é "normal" e acontece sempre – imagine coisas assim ditas 500 vezes ao dia.

Como não existe contraposição de opiniões, você vai criando um terreno favorável a preconceitos contra os direitos individuais e, portanto, contra a própria democracia. Quando você cria o terreno, fica fácil para um cara como o Bolsonaro entrar, pois ele vai ocupar um espaço que foi "construído" para ele.

É a mesma coisa do Trump. Você criou esse discurso virulento com a criminalização da esquerda. Você criminaliza e torna suspeito todo discurso que tenta proteger os mais frágeis. E quando você criminaliza esse discurso, você abre espaço para a violência explícita. E quem fez isso foi a imprensa, não o Bolsonaro.

Dias atrás, outro exemplo entre milhares, eu vi, também na "Globo News" – que a classe média feita de tola assiste massivamente – a turma de "analistas" dizendo no Jornal das Dez que foi Cabral quem quebrou o Rio. É uma deslavada mentira. Quem quebrou o Rio foi a mídia, comandada pela Globo, associada à Lava Jato, que destruiu os empregos da Petrobrás e de toda sua cadeia produtiva que é vital ao Rio.

Foram bilhões de reais e milhões de empregos perdidos. Depois você diz que foi a propina do Cabral. É claro que Cabral perdeu a noção das coisas. Mas o que ele roubou é uma gota nesse oceano. É assim que você produz uma fábrica de mentira cotidiana. O público não tem defesa contra isso.

Alguns políticos evangélicos não se enquadrariam entre os populistas de direita?

É claro que sim, mas eu acho que temos de separar muito bem essas coisas. O fato de esses indivíduos serem demagogos de direita não significa que toda a clientela evangélica o seja. Ela está sendo obviamente cooptada, de novo pelo trabalho da imprensa.

Como esses evangélicos são de classes populares, isso vira mais um preconceito da classe média contra as classes populares, contra a "burrice" das classes populares etc. Isso é uma coisa ruim, e falsa: em termos de inteligência, a mais burra, melhor, a mais feita de tola de todas as classes foi a classe média, que a partir de agora vai ter obrigatoriamente de pagar muito mais que pagava antes por tudo. Já está acontecendo.

Para você apoiar a destruição do Estado via captura do orçamento para o rentismo e a privatização, agora muito mais cara, dos serviços que o Estado presta, você tem que ser uma entre duas coisas: rico ou otário. É essa a questão que as pessoas que têm que responder sem medo e com sinceridade.

Mais uma vez: as pessoas não nascem tolas, elas são feitas de tolas. E para mim a fábrica da tolice no Brasil é uma mídia que se apresenta como neutra e "serviço público" para, sorrateiramente, destilar seu veneno todo dia. Ela ganha dinheiro e poder com isso e representa os interesses de uma elite predatória.

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http://www.pragmatismopolitico.com.br/2017/02/bolsonaro-opcao-visivel-globo.html



Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz