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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

30.11.16

Por que nos tornaram o país da estupidez? Por Eugênio Aragão

Por que nos tornaram o país da estupidez? Por Eugênio Aragão

bruto

Do blog do Marcelo Auler, o artigo do Subprocurador-geral da República Eugenio Aragão, ex-ministro da Justiça:

Já o dizia meu saudoso pai: os ignorantes usam o punho, enquanto os inteligentes usam a cabeça. Em outras palavras, o punho do ignorante entra em cena, quando seus paupérrimos argumentos se esgotam.

A batalha campal ocorrida terça-feira (29/11) em Brasília é um evidente sinal do desgoverno que tomou conta do Brasil depois do golpe parlamentar.

Um grupinho se incrustou nos palácios e ministérios da capital, sem capacidade de diálogo e de minimamente convencer a sociedade atônita sobre seus propósitos. Prefere mandar a "puliça" atacar indefesos manifestantes a se dar ao esforço da argumentação. Até porque argumentos não há que sustentem a degradação do Brasil a uma republiqueta de atores políticos vaidosos, ambiciosos e gananciosos.

Não há mais projeto nacional, não há metas nem de curto, nem de médio e nem de longo prazo. A economia está à deriva, por se interessarem seus gerentes públicos apenas por satisfazer as pretensões egoístas de rentistas e especuladores.

Ontem um amigo empresário do Norte me disse que a exportação de gado brasileiro caiu 90% e o setor está em polvorosa.

Com certeza não é um problema de falta de demanda externa, mas sim da mais tosca incompetência do desgoverno, incapaz de abrir novos mercados e de manter os já consolidados.

A comissão de comércio exterior da Federação Russa, por exemplo, insistiu em vão em se reunir com os técnicos do Sr. José Serra e não recebeu nenhuma confirmação sobre data que estava ficada, desde tempos, para dezembro. A reunião, parece, ficou para depois do carnaval.

A Embraer atravessa séria crise, de modo a demitir centenas de seus empregados especializados. Os estaleiros construídos para atender às demandas de equipamentos naval para exploração do pré-sal estão estagnados. Milhares de empregos foram riscados do mapa. O governo resolveu desistir do conteúdo nacional no setor.

O Almirante Othon, pai da energia nuclear brasileira foi colocado atras das grades, condenado a 43 anos de reclusão, mais do que a Sra. Susanne Richthofen, que fez matar pai e mãe.

E, no entanto, pouco interessou aos ávidos acusadores que a administração de meios nessa área estrategicamente sensível não se pode fazer por rotinas comuns, transparentes. Afinal, certos insumos para o programa não se adquirem pela internet pagando com Pay-Pal. Mas isso é muito complexo para procuradores ameganhados.

Ao mesmo tempo, assistimos um assombrador crescimento de grupos fascistas na sociedade. Pessoas embrutecidas pelo vício de uma linguagem violenta nas redes sociais se distraem colocando para fora seu ódio contra as forças democráticas. Sua presença, ontem, no banzé organizado pela "puliça" na esplanada dos ministérios, mostra sua disposição de jogar o país no caos. O "quanto pior melhor" só os aproveita. E quem apanha é a multidão pacífica que teve seu ato infestado por atos de provocação dos brucutus bolsonaristas.

Enquanto isso o Judiciário e o ministério público estão mais preocupados com seus umbigos, temerosos de qualquer iniciativa legislativa que os venha chamar à responsabilidade.

Não se vê ação contra esse massacre aos direitos individuais e coletivos, mas somente a cantilena do "combate" à corrupção, do julgamento falso-moralista da classe política, como se o Brasil só agora tivesse despertado para as mazelas do financiamento eleitoral e partidário.

Juízes, nestes tristes tempos, falam pelo cotovelo. Emitem juízos antecipados sobre processos em curso e até se sugerem a deputados e senadores como seus conselheiros… impressionante a ousadia da burocracia sobre a democracia. O poder que emana do povo já lhes deixou de ser sagrado há muito.

Não há luz no fim do túnel. A única saída desse estado desesperador é a organização da sociedade civil, para que tome em suas mãos a defesa da Constituição-Cidadã e exija a mudança urgente do desgoverno por um governo legítimo saído das urnas.

Essa demanda urgente não pode ser desvirtuada com a de setores pouco afeitos à democracia que namoram numa eleição indireta em 2017. Tratar-se-ia de mais um golpe dentro do golpe, para manter a sociedade longe do comando sobre seu destino.

Também não podemos contar com um proativo Supremo Tribunal Federal que venha a reinstituir a presidenta destituída à traição, pois essa corte mais está preocupada com sua própria imagem na mídia conservadora que ajudou a tramar o golpe contra a constituição.

Tenhamos, pois, esses dois objetivos claros em mente: a defesa da carta maior gestada numa constituinte eleita e a realização já de eleições para presidente. É o único meio de o Brasil sair do lamaçal em que os golpistas o jogaram.

E quanto aos inimigos da democracia, terão que pagar por seus atos covardes perante a História, que saberá avaliar a gravidade da conspiração por eles praticada contra o País.


Seminário Estadual “Comunicação, Democracia e Resistência” começa nesta quinta

30 novembro, quarta-feira, 2016 às 11:46 am


capa

Começa nesta quinta-feira (1º), às 9h, o Seminário Estadual "Comunicação, Democracia e Resistência",  no auditório da Fetrafi-RS (Rua Fernando Machado, 820), no centro de Porto Alegre. Após a solenidade de abertura, terá início a primeira mesa temática "O Brasil e a Comunicação que queremos", com o sociólogo Emir Sader e o professor e pesquisador Pedrinho Guareschi. O evento conta com 150 inscritos, dentre jornalistas, dirigentes sindicais e ativistas sociais.

O evento é organizado pela CUT-RS, Sindicato dos Jornalistas (Sindijors), Sinpro-RS, Fetrafi-RS e Federação dos Metalúrgicos (Ftm-RS), em parceria de várias federações e sindicatos estaduais, com o apoio da CUT Nacional, Escola Sul da CUT e do Comitê Gaúcho do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

Estará presente o secretário nacional de Comunicação da CUT, Roni Barbosa.

Painel com Franklin Martins

As inscrições foram encerradas por falta de espaço no auditório, mas quem não conseguiu poderá participar do painel com o jornalista e ex-ministro Franklin Martins, que será realizado com entrada franca nesta quinta, às 19h, no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa.

Franklin no cartaz

Franklin trabalhou no Jornal do Brasil, O Globo, o Estado de São Paulo, nas rádios CBN e Bandeirantes, no SBT, na TV Globo e na TV Bandeirantes. Foi correspondente do Jornal do Brasil em Londres. Durante o segundo mandato do presidente Lula, ocupou o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Durante a ditadura militar, ele foi um dos principais dirigentes do movimento estudantil brasileiro em 1968. Participou ativamente da luta pela redemocratização do país, vivendo cinco anos e meio na clandestinidade e cinco anos e meio no exílio.

Mídia em debate

A manipulação mídia tradicional e a construção de novas mídias estarão em discussão no seminário, que terá cinco mesas temáticas e três oficinas, com a participação de jornalistas, cientistas políticos, radialistas, professores, pesquisadores e ativistas digitais, como Emir Sader (foto), Juremir Machado da Silva, Moisés Mendes, Pedrinho Guareschi, Celso Schroeder, Renata Mieli, Paulo Salvador, Roni Barbosa, Vera Gasparetto, Guilherme Oliveira, Luiz Damasceno, Ediane Oliveira, Beatriz Fagundes, Carmen Crochemore e Lúcio Uberdan.

Emir Sader3

Estarão em debate temas como o Brasil e a comunicação que queremos, a política e a comunicação, a mídia alternativa e independente e o ativismo digital, a democratização da comunicação, as mídias sociais e a formação de redes,  a mulher na mídia, a rádio comunitária e o vídeo independente, e os desafios da comunicação sindical.

"Tenho certeza de que será um seminário que contribuirá, e muito, para que o movimento sindical possa avançar na comunicação dos trabalhadores e na luta destemida pela democratização da mídia, nestes tempos de resistência ao golpe parlamentar, jurídico, empresarial e midiático", projeta o secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr.

Veja a programação completa:

Seminário Estadual

COMUNICAÇÃO, DEMOCRACIA, RESISTÊNCIA

1º de dezembro – Quinta-feira

8h30 – Início do credenciamento

9h – Abertura do evento com a participação na mesa das entidades parceiras na promoção e organização.

10h – Mesa temática de abertura "O Brasil e a Comunicação que queremos" com o sociólogo Emir Sader e o professor e pesquisador Pedrinho Guareschi.

12h – Intervalo para almoço

14h – Oficina sobre "Mídias Sociais e formação de redes" – ativista digital Lúcio Uberdan e jornalista Luiz Damasceno (colaborador da Mídia Ninja);

14h – Oficina sobre "Rádio comunitária e vídeo independente" – jornalistas Ediane Oliveira (RádioCom de Pelotas) e Guilherme Oliveira (Correria/TVT)

14 h – Oficina sobre "Mulher, mídia e poder" – jornalista Vera Gasparetto, da Escola Sul da CUT, e radialista Beatriz Fagundes (Manawa – Rádio Web)

16h – Intervalo para cafezinho

16h30 – Mesa temática "Política e Comunicação" com os jornalistas Juremir Machado da Silva e Moisés Mendes.

18h30 – Deslocamento para a Assembleia Legislativa

19h – Painel aberto ao público com o jornalista e ex-ministro Franklin Martins sobre o tema: "Comunicação, Democracia e Resistência" no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa


2 de dezembro – Sexta-feira

9h – Mesa temática "Democratização da Comunicação" com os jornalistas Celso Schroeder (diretor da FENAJ) e Renata Miele (coordenadora do FNDC);

10h30 – Intervalo para cafezinho

11h – Mesa temática "Mídia Alternativa e ativismo digital" com Carmen Crochemore (Sul21) e jornalista Paulo Salvador (Rede Brasil Atual/TVT).

12h30 – Intervalo para almoço

14h – Mesa temática "Desafios da Comunicação Sindical" com o secretário de Comunicação da CUT Nacional, Roni Barbosa, o secretário de Comunicação da CUT/RS, Ademir Wiederkehr, o diretor do Sinpro/RS, Marcos Fuhr, a diretora do SindBancários, Ana Guimaraens, e outros sindicatos.

16h30 – Encerramento

Organização

 

Fonte: CUT-RS



MAIOR CONSTITUCIONALISTA VIVO SUGERE REVER AP 470

29.11.16

NOTA DE REPÚDIO A PEC 55 (EX-PEC 241)

NOTA DE REPÚDIO A PEC 55 (EX-PEC 241)


Nós, cidadãos e cidadãs do estado do Rio Grande do Sul, firmamos a presente NOTA DE REPÚDIO À PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 55, de iniciativa dos/das participantes do Curso 2016 – Ano 13, da Escola de Fé, Política e Trabalho, e tornamos público nosso repúdio à PEC 55/2016, já aprovada na Câmara de Deputados (PEC 241/2016), que congela os gastos públicos por 20 anos, o que deve afetar, entre outros investimentos, aqueles em educação, saúde, produção de alimentos, cultura e segurança.


Nesse sentido, conforme demostram diversos estudos realizados, afirmamos que nenhum país do mundo definiu por lei limite de gastos públicos.


Ainda, a PEC 55 fere a soberania e o voto popular e irá aprofundar a desigualdade e injustiça social.


Assim, reiteramos nossa crítica à limitação que a mesma determina ao aumento futuro dos investimentos públicos em saúde e educação, e da mesma forma a diferentes políticas públicas no sentido da inclusão social, porém, não impõe limites aos gastos com o capital financeiro – voltado ao pagamento de juros e amortização da dívida pública – que representam mais de 45% do orçamento da União.


Cumpre esclarecer que a PEC 55 está em desacordo com o disposto na Constituição Brasileira de 1988, que dá ampla garantia aos direitos fundamentais, estabelecendo que as normas definidores dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata (art. 5º, §1º, CF/88), e que não admite deliberação e proposta de emenda que pretenda abolir os direitos e garantias fundamentais (artigo 60, §4º, IV, CF/88).


Todavia, o Princípio de Proibição de Retrocesso Social, implícito na Constituição brasileira de 1988, veda a supressão ou da redução de direitos fundamentais.


Assim, reiteramos nosso compromisso com os direitos sociais e fundamentais, e defendemos o amplo debate com a sociedade, no sentido de permitir que a população seja esclarecida dos reais impactos dessa medida e dos danos aos direitos sociais e fundamentais, às políticas e programas sociais, e a sociedade brasileira.


NÃO À PEC 55!


Caxias do Sul, 29 de novembro de 2016.


Participantes do Curso 2016 – Ano 13, da Escola de Fé, Política e Trabalho, e cidadãos e cidadãs do estado do Rio Grande do Sul, que também firmam

28.11.16

Dallagnol comprou apartamentos construídos para o Minha Casa Minha Vida.

Dallagnol comprou apartamentos construídos para o Minha Casa Minha Vida. Por Joaquim de Carvalho


O procurador Deltan Dallagnol

O procurador Deltan Dallagnol

 

O procurador da república Deltan Dallagnol é conhecido por sua atuação como chefe da Operação Lava Jato e pela sua campanha contra a corrupção, que o tem levado a reuniões em grandes veículos de comunicação e a igrejas, principalmente evangélicas – é membro da Batista do Bacacheri, em Curitiba.

Esta é a face conhecida do procurador Dallagnol. Mas tem outra, a de investidor em imóveis. Segundo registro do Cartório de Imóveis de Ponta Grossa, em fevereiro do ano passado, Dallagnol comprou duas unidades no condomínio Le Village Pitangui, construído pela construtora FMM.

Para fazer a construção, a FMM recorreu a financiamento da Caixa Econômica Federal destinado ao Programa Minha Casa, Minha Vida. Mas os compradores não precisavam ser, necessariamente, pessoas de baixa renda.

Dallagnol pagou R$ 76 mil por um apartamento, o 104 do bloco 7, e 80 mil reais em outro, o 302 do bloco 8. Nas duas compras, uma escritura foi assinada em 22 de agosto de agosto de 2013 e outra, de rerratificação, em 20 de fevereiro do ano passado.

As escrituras foram assinadas pelo dono da construtora, Fernando Mehl Mathias, como vendedor, e por Deltan Dallagnol e a esposa, que é advogada, como compradores.

Dallagnol é natural de Pato Branco, no interior do Paraná. Nenhum dos apartamentos comprados em Ponta Grossa foi para moradia própria. Segundo o endereço fornecido ao cartório para a escritura, Dallagnol reside num bairro de classe média da capital paranaense.

Na internet, há o anúncio de venda de um apartamento no mesmo condomínio que o dele em Curitiba. O preço é R$ 895 mil. Tem 130 metros quadrados, com três suítes, cinco banheiros e duas vagas na garagem.

Muito diferente dos seus apartamentos de Ponta Grossa, padrão Minha Casa, Minha Vida: 55 metros quadrados de área privativa, num condomínio com 29 blocos de quatro andares, com quatro apartamentos por andar. Uma vaga na garagem, em princípio descoberta.

O Le Village Pitangui de Ponta Grossa tem ainda três quadras de esportes, três salões de festas e três quiosques com churrasqueira – isso para atender os 464 apartamentos. A taxa de condomínio é R$ 210, já incluída a conta da água, que é coletiva.

Procurei a construtora FMM, que fez o condomínio. O chefe dos corretores disse que todos os apartamentos do Le Village Pitangui foram vendidos. Quem quiser comprar agora tem que procurador investidores como Dallagnol.

No caso dele, os apartamentos estão sendo vendidos a R$ 135 mil cada – diferença de 59 mil reais em uma unidade (77,6%) em relação ao que ele pagou e de 55 mil na outra unidade (68,7%).

Uma corretora de Ponta Grossa disse que muitos apartamentos do condomínio ficaram nas mãos de investidores – "acho que a maioria". Ou seja, quem tinha dinheiro para pagar à vista ou em poucas parcelas, quando o condomínio foi lançado, fez um excelente negócio, ao contrário de quem agora está nas mãos dos investidores.

Os investidores pagam barato esperando pela valorização ou colocam o apartamento para alugar – os do procurador Dallagnol nunca foram ocupados e, segundo uma corretora, ele não tem interesse no aluguel, em torno de R$ 600. Conversei com ela sem dizer o nome do procurador, e ela se referiu ao proprietário também sem dizer o nome dele.

Comprar apartamento destinado preferencialmente ao programa Minha Casa, Minha Vida não é ilegal, mesmo quem tem altos rendimentos. Em outubro, os vencimentos totais brutos de Deltan Dallagnol foram de R$ 35.607,28, segundo o Portal da Transparência do Ministério Público Federal.

Os vencimentos líquidos do procurador foram de R$ 22.657,61, mas neste ano houve um mês – abril –,  em que ele recebeu líquidos R$ 67.024,07, com "indenização" e "outras remunerações retroativas/temporárias", acima do teto constitucional.

Quem compra apartamentos habilitados para o Minha Casa, Minha Vida tira a oportunidade de quem procura conseguir um imóvel com financiamento com taxa de juros subsidiada – máximo de 8,16% ao ano. Na mão do investidor, caso de Deltan Dallagnol, o comprador terá que pagar à vista ou recorrer ao financiamento imobiliário regular – com taxa de 12% ao ano.

"Podemos dizer que ele fez um excelente negócio. A valorização foi muito maior do que a maior parte dos investimentos. Mas não cometeu nenhuma ilegalidade", diz um advogado, especialista em Direito Imobiliário, que não quer ter o nome divulgado por temer represália.

A ex-secretária nacional de Habitação no governo Dilma Rousseff, Inês Magalhães, disse que, durante a regulamentação do programa Minha Casa, Minha Vida, houve preocupação de vetar o duplo subsídio.

"O imóvel que é financiado uma vez recebe o subsídio, mas, se o imóvel for vendido, o segundo comprador não poderá ter o financiamento com taxa subsidiada. Isso nós evitamos, mas não pudemos impedir que quem tem dinheiro compre sem financiamento e ganhe com a especulação imobiliária", disse Inês Magalhães.

O procurador Dallagnol comprou como investimento, apostando na valorização de um imóvel popular (veja entrevista dele abaixo), mas, como não recorreu a financiamento, não houve meio legal de impedir que ele (e outros investidores) fizesse isso.

O Village Pitangui

O Village Pitangui

 

"Impedir que quem tem dinheiro compre é interferir nas regras de mercado. Mas esta é uma discussão que temos de fazer: quem tem dinheiro pode comprar imóvel destinado ao Minha Casa, Minha Vida?"

Inês não quis entrar no mérito ético da compra dos imóveis por parte do procurador: "Hoje, nós estamos sendo vítimas de julgamentos morais, numa campanha que tem à frente alguns procuradores. Eu não me sinto à vontade para fazer o mesmo. Mas que temos de discutir essa questão da especulação imobiliária, à luz da política habitacional para o País, isso temos."

Dallagnol, na sua campanha em favor do projeto das dez medidas contra a corrupção – propostas idealizadas por ele e outros procuradores da Lava-Jatou — já esteve em grandes jornais e igrejas.

Em fevereiro deste ano, em entrevista para o canal do YouTube da Igreja Batista Atitude Central da Barra, do Rio de Janeiro, foi questionado sobre a razão de "trazer" o tema para debate dentro da igreja. Dallagnol respondeu:

"Esse processo de transformação envolve todos os atores da sociedade, e a Igreja, em especial, tem um papel muito particular nisso, porque a Igreja é uma instituição ou um grupo de pessoas que amam a Deus, mas que tem um mote central de amor ao próximo, de amor à sociedade."

A apresentadora ainda pergunta sobre o que as pessoas podem fazer para participar do combate à corrupção:

"Em primeiro lugar, devemos deixar de praticar as pequenas corrupções do nosso dia a dia, que acabam gerando uma tolerância com a grande corrupção."

Em seguida, Dallagnol cobra "atitude, nós precisamos agir" e pede que os telespectadores assinem a proposta das dez medidas contra a corrupção – esta que está sendo agora votada pelo Congresso Nacional.

*****

Procurei a assessoria de imprensa da Procuradoria da República em Curitiba e falei sobre esta reportagem. Pedi para falar com o procurador Dallagnol e fui orientado a enviar um e-mail com perguntas, que o procurador respondeu:

1) O senhor costuma fazer investimentos em imóveis?

Adquiri, para fins de investimento, os dois apartamentos localizados em Ponta Grossa, com recursos oriundos de salários. Todos estão declarados em Imposto de Renda e foram pagos todos os tributos e taxas atinentes.

2) Como tomou conhecimento de que havia essa oportunidade de negócios em Ponta Grossa?

Funcionário da construtora FMM Engenharia, em Curitiba, ofereceu a possibilidade de aquisição dos apartamentos.

3) Construções destinadas ao Programa Minha Casa, Minha Vida são viabilizadas com dinheiro barato, através da Caixa Econômica Federal. Comprar apartamentos destinados a famílias com renda máxima de R$ 6.500,00 e depois revendê-los com um ganho superior a 60% em um ano e meio não seria uma prática questionável do ponto de vista ético? (não é um juízo de valor, é só uma pergunta).

O programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) funciona com quatro faixas (faixa 1, faixa 1,5, faixa 2 e faixa 3). Dentre essas faixas, apenas a primeira oferece empreendimentosexclusivamente voltados para famílias de baixa renda. As demais faixas oferecem linhas de crédito para pessoas que atendam aos requisitos do programa. Repetindo: a primeira faixa oferece empreendimentos exclusivos enquanto as demais oferecem financiamentos para a compra de imóveis – mesmo em empreendimentos não exclusivos do programa – por pessoas que atendam os requisitos. O Le Village Pigangui é um empreendimento não exclusivo do programa. Assim, os imóveis comprados estavam disponíveis para aquisição por qualquer pessoa, independentemente de atender os requisitos do programa MCMV. Os apartamentos que adquiri foram comprados com recursos próprios, à vista, declarados em imposto de renda e sem qualquer financiamento. Não obtive financiamento do program MCMV ou de qualquer outro banco, pois comprei à vista.

Os apartamentos foram quitados em agosto de 2012, tendo sido sempre declarados em imposto de renda, mas a construtora só pôde realizar a transferência via escritura pública e o consequente registro mais recentemente. O dinheiro investido nos apartamentos, caso tivesse sido investido em títulos do Tesouro Direto, do Governo Federal, atualizados pela SELIC, resultaria em valor muito próximo ao valor pelo qual os apartamentos foram anunciados para venda. O valor de aquisição de um dos apartamentos, com a variação da SELIC no período (que seria similar à variação de investimento em banco) e somado aos custos de transferência, resulta em R$ 127 mil. O valor de aquisição do outro dos apartamentos, fazendo-se a mesma conta, é de R$ 134 mil.

4) Fique à vontade para fazer outras observações.

Caso sejam usadas as respostas, peço que sejam disponibilizadas na íntegra e na mesma página em que forem utilizadas.

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Joaquim de Carvalho
Sobre o Autor
Jornalista, com passagem pela Veja, Jornal Nacional, entre outros. joaquimgilfilho@gmail.com

Durísimas críticas de Lula a Macri

Entrevista a Lula da Silva en Economía Política, por C5N




Entrevista a Lula da Silva en Economía Política, por C5N

C5N - Economia Politica: Programa 27/11/2016 (Parte 1): https://www.youtube.com/watch?v=RSgtkucRENc
El ascenso social, los pobres yendo a la universidad, yendo al teatro, yendo al cine, yendo a restaurantes, viajando en avión, yendo a Bariloche o a Miami, todo eso incomodaba a los que ya tenían el status. Eso es histórico. Yo sé que en Argentina también cuando hubo ascenso social con Perón muchas personas de la clase media odiaban que los pobres comenzaran a frecuentar los lugares más coquetos de Buenos Aires. Es un proceso cultural que lleva tiempo, y nos causó problemas. Ese Partido de los Trabajadores incomoda.
Un país como Brasil, con una elite conservadora, no quiere permitir la existencia de un partido capaz de hacer la transformación social que nosotros hicimos. Y ellos saben que al volver el Partido de los Trabajadores al gobierno vamos a hacer mucho más, porque aprendimos. Ya tenemos noción de nuestra incapacidad de no haber hecho más y entonces ahora vamos a hacer las cosas que no hicimos o dejamos de hacer, y una de ellas es la reglamentación de los medios de comunicación. La última reglamentación fue en 1962: no había internet, no había celulares, no había nada. Necesitamos adecuar la reglamentación al siglo XXI.
Una persona no puede tener varios canales de televisión, varias estaciones de radio. En Brasil -un país de 204 millones de habitantes, 8 millones y medio de kilómetros cuadrados- son 9 familias las que controlan los medios de comunicación. Nosotros vamos a luchar para cambiar eso. Vamos a tener que concientizar al pueblo si queremos cambiar, porque no sirve solamente elegir a un buen presidente: hay que votar diputados y senadores comprometidos con la regulación, porque muchos de ellos son dueños de medios y así nunca vamos a lograr la regulación. Los medios de comunicación son el gran partido de Brasil. Ellos no transmiten hechos, informaciones, ellos dicen lo que hay que hacer, amedrentan a las personas.
Lo que sucede con los medios de comunicación aquí es lo que sucede en Argentina. Nosotros consideramos que Argentina había avanzado mucho cuando Cristina dio la pelea con Clarín y sus congéneres, y en realidad fue una victoria difícil, porque Clarín no obedeció, no cumplió la ley. Y ahora Clarín es el principal partido contra Cristina queriendo condenarla.
Estamos pensando en hacer un encuentro de expresidentes para discutir en qué nos equivocamos, qué dejamos de hacer, qué cosa Cristina y Dilma dejaron de conversar, qué cosa no hicimos que facilitó la vida de nuestro adversario. Cuando fui a la Argentina tenía la expectativa de que Scioli ganaba las elecciones, parecía que estaba encaminado y no se dio. Entonces, ¿dónde nos equivocamos?
Nosotros gobernamos muy bien 12 años en Argentina, Brasil, Ecuador, Venezuela; Evo Morales está siendo un suceso, el presidente más largo de la historia de Bolivia, y está haciendo una buena administración.

Ahora debemos prepararnos para recuperar las próximas elecciones, para que los gobiernos progresistas vuelvan a gobernar nuestra querida América del Sur.

C5N - Economia Politica: Programa 27/11/2016 (Parte 1): https://www.youtube.com/watch?v=S_SthEf5yho
Todos los países aumentaron su deuda pública e hicieron un ajuste y no solucionaron la crisis. La derecha no entiende de política social, cree que las personas pobres son problemas, yo creo que las personas pobres pasan a ser solución cuando son incluidas en el presupuesto del país. Yo pienso que esta política que ellos están haciendo de reducir en educación, reducir en salud, reducir el empleo, reducir el salario, es sinceramente un desastre que no va a durar mucho tiempo. Y nosotros tenemos que construir otro programa a partir del nivel que dejamos.
Tenemos condiciones de volver. Es necesario renovar nuestro discurso, es necesario crear un nuevo programa que despierte sueños y esperanzas en los jóvenes, esos jóvenes que evolucionaron, que estudiaron, que no tienen un buen empleo. Y si logramos hacer eso vamos a reconquistar la victoria en nuestros países, estoy convencido.
Obviamente que nosotros cometimos errores, Cristina cometió errores, Kirchner, Chávez, Mujica, Tabaré, todo el mundo comete errores. Ahora, es verdad que el legado de conquistas sociales que nosotros dejamos en 14 años constituye el mejor momento de nuestra historia.
Yo tuve el placer de convivir con Kirchner y Chávez, el sueño que nosotros teníamos era la posibilidad de construir una América del Sur altamente competitiva, soberana, que primero discutiéramos entre nosotros lo que hacer por nosotros mismos, llevar al máximo la capacidad de trabajo conjunto entre Argentina y Brasil. Era necesario pensar como continente porque no interesaba ser grande y rico con vecinos pobres.
Ahora cada uno tiene que hacer su reflexión. Cristina viene a Brasil a conversar el día 9. Estamos tratando de tener una reunión entre todos los expresidentes para dialogar sobre qué hacer de aquí en adelante, descubrir nuevos liderazgos en cada país -porque no podemos ser los mismos, necesitamos contribuir a construir nuevos líderes, hacer florecer, dar oportunidad a nuevos líderes-. Tenemos que tratar el tema con mucha sabiduría, con mucha democracia. Cuanto más cuadros, mejor. Cuanta más participación de la ciudadanía en nuestras decisiones, mejor. Cuando la sociedad te ayuda a construir la política después te ayuda a defender la política.

Los actuales gobernantes de Argentina y Brasil están tratando de destruir las conquistas, y el que va a perder es el pueblo pobre.

Volvimos a que ministros y presidentes creen que si son buenos con Estados Unidos y con Europa entonces va a venir dinero para acá. Tuve el placer de participar en negociaciones con Bush y con Obama, también con la Unión Europea, y nadie está preocupado en ayudar a Brasil, nadie está preocupado en ayudar a Argentina, ellos solo quieren hacer negocios cada vez gastando menos y ganando más.
Muchas personas criticaban la posición de los Kirchner respecto del acuerdo con la Unión Europea, y la Unión Europea sólo quería hacer acuerdos sobre política industrial. O sea, era lo que nosotros decíamos: si nosotros vamos a aceptar lo que ustedes nos proponen, nunca vamos a recuperar nuestra política industrial, sería firmar una sentencia para ser eternamente un país agrícola. Entonces: si ustedes quieren beneficios industriales, nosotros también. No queremos sólo producir commodities. Estamos muy orgullosos de nuestros commodities pero también queremos vender productos manufacturados.
La similitud actual entre Brasil y Argentina es que están al servicio de los intereses de las elites de cada país, donde prevalece el interés del sistema financiero. Hacen una política que perjudica al sector más necesitado de la sociedad, el sector que más necesita al Estado. Porque los ricos no necesitan al Estado, son los pobres los que necesitan salud pública, educación pública, que les garanticen un salario mínimo, y creo que para esas personas tenemos que gobernar.
C5N - Economia Politica: Programa 27/11/2016 (Parte 3): https://www.youtube.com/watch?v=qeyRSdkvyOw
Argentina y Brasil son ruedas gigantes, si no se las hace girar, girar y girar, no hay desarrollo. Entonces, ¿quién es el que puede consumir? ¿Cuál es el poder de consumo hoy de la sociedad argentina? Va cayendo el poder de consumo, entonces pasa siempre lo mismo: si la sociedad no consume, la industria no produce y el comercio no vende. Si el comercio no vende no hay empleo. Si no hay empleo no hay salario. Si la industria no produce no hay empleo. Si no hay empleo no hay salario.
La mejor forma de reducir la relación entre deuda pública y PBI es hacer crecer el PBI. Sucede que sólo cae el PBI y uno no ve ninguna medida de incentivo a la producción, ninguna medida de incentivo al consumo, ninguna medida de incentivo a las políticas de innovación, no hay nada. Sólo se la pasan diciendo "estamos en crisis, tenemos que ajustar", y así no funciona.
Ha aumentado mucho el número de personas durmiendo en la calle, pidiendo limosnas. ¿Por qué? Porque hay desempleo, hay reducción de la masa salarial, y así va volviendo la miseria. El desempleo ya es el 12%, el desempleo entre los jóvenes ya es el 26%. Es un crimen contra la sociedad permitir llegar a esos niveles de desempleo.
Creo que la crisis es una oportunidad para hacer las cosas que uno no tiene el coraje de hacer en tiempos de normalidad. La crisis es un desafío para ser desaforado. Hay que innovar, hay que probar cosas nuevas, no se puede hacer lo mismo que en 1929, lo mismo que en 1950, siempre el mismo recetario, la teoría de un economista o de otro. Esto no tiene solución académica, la solución es política.
Lo que hay que saber es para quién se quiere gobernar y cuál es la prioridad. Si hay que endeudarse para salir de la crisis, ¡vamos, endeudémonos! Pero hay que tener un proyecto.

No es necesario llevar al pueblo a la miseria para recuperar la economía. Sólo se va a recuperar la economía si se saca al pueblo de la miseria.

Creo que es posible mejorar, pero se necesita coraje y determinación política.
Para ellos la solución es ajuste y ajuste. No les importa que haya pobres, porque para ellos los pobres son un dato estadístico. Ellos no perciben que ese dato estadístico es un ser humano, que tiene alma, que quiere vivir, que quiere comer, que quiere un techo, que quiere estudiar. Ellos no piensan así. Nosotros tenemos que pensar así y crear las condiciones para que estas personas puedan tener conquistas de ciudadanía. Y creo que no tenemos derecho a permitir el retroceso.

Entrevista a Lula da Silva en Economía Política, por C5N
C5N - Economia Politica: Programa 27/11/2016 (Parte 1)

C5N - Economia Politica: Programa 27/11/2016 (Parte 2)

C5N - Economia Politica: Programa 27/11/2016 (Parte 3)

Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz