Especialista americano questiona: a lei ainda vale alguma coisa no Brasil?
Alegações contra Dilma são tão fracas que maioria da população desconhece as acusações contra a presidenta
Brasil 247 – O diretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política em Washington, Mark Weisbrot, publicou um artigo no portal norte-americano Huffington Post em que destaca que o Ministério Público não encontrou crime cometido pela presidente Dilma Rousseff e coloca uma pergunta: "A lei vai contar para alguma coisa no Brasil?".
Weisbrot, que recentemente acusou os Estados Unidos de apoiarem o golpe contra Dilma, vê "muitas semelhanças" entre o episódio da presidente do Brasil e o processo de impeachment sofrido pelo ex-presidente norte-americano Bill Clinton, que acabou sendo rejeitado no Congresso dos Estados Unidos.
"É movido por um grupo de políticos que querem mudar o resultado das eleições nacionais e orientar o país em uma orientação diferente, de direita", compara o americano. "Mais importante, falta um crime; os inimigos de Bill Clinton poderiam ao menos vir para cima com os alegados crimes de perjúrio e obstrução da Justiça, mas os articuladores do impeachment de Dilma não têm nem tal violação criminal para alegar", diz.
"Falta, é claro, o escândalo sexual", lembra ele. "E as acusações são tão fracas que a maioria das pessoas nem sequer sabe contra o que a presidente está sendo acusada, e não é assim tão fácil de descobrir", ironiza, detalhando a decisão do procurador federal Ivan Claudio Marx, que concluiu que não houve crime cometido por Dilma Rousseff.
O colunista faz um duro ataque à imprensa brasileira: "Mas relatos da imprensa – na medida em que nem sequer se preocupou em informar sobre a conclusão do procurador – parecem indicar que as forças pró-impeachment estão agindo como se a lei, e a declaração do promotor, são irrelevantes".
Weisbrot afirma que os adversários de Dilma "estão pressionando a todo vapor o Senado para reverter os resultados das eleições presidenciais de outubro de 2014" e líderes políticos, como ficou comprovado em gravações telefônicas, "estão fazendo isso para evitar uma investigação mais aprofundada de sua própria suposta corrupção".
"Eles podem se livrar dessa? Muito depende de se a mídia – e o público – agora vai aceitar que um grupo de políticos corruptos pode remover um presidente democraticamente eleito, sem qualquer base legal para fazê-lo", conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário