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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

17.5.16

O ódio à democracia

"O ódio à democracia é tão velho quanto a democracia: a própria palavra é a expressão de um ódio"
título originalLa haine de la démocratiepáginas128Peso155 grano de publicação2014isbn978-85-7559-400-1

O ódio à democracia

Jacques Rancière

Coleção Promoção Dia da Democracia

Neste breve e contundente ensaio, publicado em 2005 na França, Jacques Rancière, um dos mais importantes filósofos da atualidade, conduz o leitor por um passeio pela história da crítica à democracia para situá-la no cerne político do momento atual, procurando esclarecer o que há de novo e revelador no sentimento antidemocrático, uma manifestação tão antiga quanto a própria noção de democracia. Dessa forma, Rancière repensa o poder subversivo do ideal democrático e o que se entende por política, para assim encontrar o caráter incisivo de sua ideia.

O livro ganha edição em português pela Boitempo Editorial em um momento único da política brasileira, no contexto de um cenário eleitoral surpreendente, que sintetiza a efervescência social dos últimos anos, revelada com mais intensidade nas manifestações sociais de junho de 2013. A obra mostra-se atual também em relação ao debate que vem crescendo sobre participação e representação popular, democracia direta e o desejo de que a política signifique mais do que uma escolha entre oligarcas substituíveis. "É justamente essa recusa da hierarquia que tem a ganhar com a leitura deste livro de Jacques Rancière que, à luz dos clássicos como da experiência francesa e mundial, continua um trabalho sempre renovado, jamais concluso, de afiar o gume da democracia", afirma o filósofo Renato Janine Ribeiro no texto de orelha do livro.

Com uma narrativa que prima pela erudição e absoluta ausência de afetação, Rancière faz uma análise oportuna sobre as contradições dos Estados democráticos e lança uma crítica ao sistema representativo vigente a partir de uma afirmação polêmica: "Não vivemos em democracias. Vivemos em Estados de direito oligárquicos, em um admirável sistema que dá à minoria mais forte o poder de governar sem distúrbios".

Nesse contexto, o ódio à democracia se apresenta como o ódio ao povo e seus costumes – à sociedade que busca a igualdade, o respeito às diferenças e o direito das minorias –, e não às instituições que dizem encarnar o poder do povo. Um ódio que, segundo Rancière, advoga que o "governo democrático é mau quando se deixa corromper pela sociedade democrática que quer que todos sejam iguais e que todas as diferenças sejam respeitadas. Em compensação, é bom quando mobiliza os indivíduos apáticos da sociedade democrática para a energia da guerra em defesa dos valores da civilização".

Os porta-vozes desse ódio, defensores da ordem legítima e do direito ao poder àqueles destinados por nascimento ou eleitos por suas competências, habitam todos os países que se declaram Estados democráticos."Para eles, a democracia não é uma forma de governo corrompido, mas uma crise da civilização que afeta a sociedade e o Estado através dela", diz Rancière."O novo ódio à democracia pode ser resumido então em uma tese simples: só existe uma democracia boa, a que reprime a catástrofe da civilização democrática".

A disputa pelo consenso está, no entanto, em aberto. Para Rancière, começa pela compreensão de que a democracia não se fundamenta em nenhuma natureza das coisas e não é garantida por nenhuma forma institucional. Ou, como detalha Janine Ribeiro: "a democracia não é um Estado acabado, nem um estado acabado das coisas; ela vive constante e conflitiva expansão; não se reduz ao desenho das instituições, ou à governabilidade, ou ao jogo dos partidos, mas é algo que vem de baixo, desdenhado desde os gregos como o empenho insolente do povo em invadir o espaço que era de seus melhores, de seus superiores".

http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/titles/view/%C3%93dio-da-democracia


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz