DA TERRA NASCERAM GRITOS
Letra: Jayme Caetano Braun e Cenair Maicá
Música: Maestro Buri e Nito Padilha
Intérprete: Cenair Maicá
Mataram meus infinitos
E me expulsaram dos campos,
Da terra nasceram gritos,
Dos gritos brotaram cantos.
E me fiz canto — de tropeiros e ervateiros,
Rasgando sulcos — com arado e saraquá.
Nas alpargatas dos quileiros e chibeiros
Andei as léguas — de Corrientes e Aceguá.
Meu canto é rio — meu canto é sol — meu canto é vento,
Eu tenho berço — eu tenho pátria — eu tenho glória,
Eu só não tenho — a terra própria — porque a história
Que eu escrevi — me deserdou — no testamento.
Entretanto — bem ou mal — não me emociono
Com os que combatem as verdades do meu canto.
Sem ter direito — de comer — nem o que planto,
Só não entendo — é tanta terra — e pouco dono.
Mas mesmo assim — tenho pra dar — um outro tanto,
Se precisarem do meu sangue — noutra guerra.
Mesmo sem terra — hei de voltar — grito de terra,
Pelo milagre — das espigas do meu canto.
Fruto da Terra
Marcos Tiarajú foi o primeiro bebê nascido na Fazenda Annoni, em 1985. Os pais fizeram parte da ocupação realizada pelo MST, que marcou o início de uma nova etapa na luta pela reforma agrária no Brasil. Sua mãe, Rose, foi morta durante essa luta. Hoje, com 22 anos, Marcos é bolsista de medicina, em Cuba. Uma saga de conquista de direitos humanos, através da luta social, uma história de superação de desigualdades e injustiças, de marginalização e miséria.
Direção: Tetê Moraes
Direção: Tetê Moraes
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