Quarta-feira, 4 de maio de 2016 às 9:00
Impeachment é um golpe parlamentar, diz economista Bresser-Pereira
O economista e ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira criticou nesta terça-feira (3) o atual processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Classificando como "loucura", ele disse que o procedimento deixará uma marca na história do Brasil. "Isso é um golpe parlamentar e vai trazer um arranho grave na democracia brasileira", disse Bresser-Pereira. Ele também criticou o radicalismo dos discursos que têm sido difundidos por determinados grupos da sociedade.
Impeachment irá impedir a retomada do crescimento econômico, afirma economista: https://www.youtube.com/watch?v=W7VcsJM2UlY
Para o economista, uma nação é forte quando sua sociedade se entende bem, e o ambiente permite a discussão democrática sem radicalismos, ao contrário do que tem acontecido nos últimos três anos, com a disseminação de um discurso de ódio de classes. "Mesmo em 1964 não havia isso. Mas a partir de 2013, de repente fui surpreendido por isso. Surge uma nova direita, raivosa, então isso é muito preocupante. O impeachment reflete também esse tipo de clima, que é um clima que não constrói uma nação e não permite que uma nação se desenvolva", avaliou.
Bresser-Pereira também criticou a banalização do instrumento de impedimento do chefe do Executivo. "Estamos criando uma instabilidade política. Agora, todo presidente que tiver algum problema você já pode pensar em fazer um impeachment contra ele, e isso é muito ruim para o país", disse. Na opinião do economista, essa banalização não deveria ser feita, especialmente contra a presidenta Dilma Rousseff.
"Nós estamos trocando uma presidente que é conhecidamente honesta por um sistema pouco claro nesse plano, estamos trocando uma administração na economia que cometeu seus erros mas tem um norte, para alguém que quer fazer um liberalismo econômico completo e que pensa que resolve todos os problemas do Brasil apenas fazendo ajuste fiscal. Eu acho que é uma troca muito ruim", afirmou.
Fonte: http://blog.planalto.gov.br/impeachment-e-um-golpe-parlamentar-diz-economista-bresser-pereira/
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4/maio/2016, 17h16min
'Dilma vai usar todos os recursos contra o golpe', diz Carlos Araújo
Carlos Araújo (Foto: Joana Berwanger/Sul21)
O advogado gaúcho Carlos Araújo disse que a presidenta Dilma Rousseff – com quem teve um relacionamento de 25 anos e uma filha – vai usar todos os recursos possíveis para se opor ao processo de impeachment, que chamou de golpe. Para Araújo, a reação popular irá crescer se o vice-presidente Michel Temer assumir o governo, caso o Senado aceite o processo e Dilma seja afastada do cargo. O advogado e ex-preso político deu as declarações na terça-feira (3) ao participar do programa Espaço Público, da TV Brasil.
"No governo Lula e no primeiro governo Dilma, as elites brasileiras, de modo geral, foram muito beneficiadas, ganharam muito dinheiro. Mas os trabalhadores também. O povo também. A classe média alta ficou de fora – não foi beneficiada nem prejudicada. Mas se sentiu prejudicada ideologicamente, por vários fatores", disse, em entrevista ao programa. Carlos Franklin Paixão de Araújo é advogado trabalhista e foi três vezes deputado estadual pelo PDT do Rio Grande do Sul. Ao lado de Dilma, militou contra ditadura militar de 1964. Ele e Dilma são pais da procuradora do Trabalho Paula Rousseff Araújo e avós de Gabriel, 5 anos, e Guilherme, nascido no começo deste ano. Dilma e Araújo mantêm o companheirismo.
Na avaliação de Araújo, o "conformismo" em relação à saída de Dilma tende a desaparecer ao longo das próximas semanas. Para ele, a questão por trás do atual cenário político brasileiro é uma tentativa de impedir uma nova eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. "Se não fosse 2018, não tinha impeachment, não tinha nada", disse. "Se Lula morresse hoje, se houvesse essa desgraça, não haveria impeachment".
Fonte: http://www.sul21.com.br/jornal/dilma-vai-usar-todos-os-recursos-contra-o-golpe-diz-carlos-araujo/
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Fernando Morais: 'Vivemos um golpe como o Brasil nunca viu antes e que será devastador'
Foto: Jade / Vilarejo Comunicação
no Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais
O Brasil vive um momento dramático, com um golpe de estado como nunca tinha visto na sua história, um golpe de mãos limpas, sem tanques nas ruas e sem baionetas, mas que trará um prejuízo infinitamente maior para o país do que o prejuízo provocado pela ditadura, porque é um golpe que tem como objetivo entregar o Brasil para o capital internacional. Esta análise foi feita pelo jornalista e escritor Fernando Morais na palestra de abertura do 14º Congresso dos Jornalistas de Minas Gerais, nesta sexta-feira 29/4. "O programa de governo do vice-presidente Michel Temer é privatizar tudo", acrescentou Morais, citando notícia publicada no mesmo dia pelo portal UOL.
Os mesmos golpistas
Fernando Morais denunciou que a privatização do pré-sal é o principal objetivo do golpe, cujo governo venderá a Petrobrás "na bacia das almas". O adeus ao Mercosul, à Unasul e ao BRICS compõe o programa que se completará com o corte de direitos sociais e trabalhistas. "O destino do Brasil está sendo decidido pelos mesmos que levaram Getúlio Vargas ao suicídio, que tentaram impedir a posse de JK e de Jango e que deram o golpe de 64", assinalou o autor de biografias como "Olga" e "Chatô, o rei do Brasil", que retratam importantes períodos históricos nacionais. Segundo Morais, à frente do golpe estão as poucas famílias que controlam os principais veículos de comunicação no país. "A família Marinho é inimiga do Brasil", enfatizou.
Fernando Morais disse que a esquerda precisa fazer uma autocrítica: nos últimos 13 anos, os governos progressistas nada fizeram para impedir a ação golpista da mídia, ao contrário, os alimentaram fartamente com verbas publicitárias. "O corvo que está comendo os nossos olhos hoje foi alimentado com dinheiro público", denunciou.
Uma iniciativa do ex-ministro Franklin Martins de implantar um novo modelo de distribuição técnica de verbas publicitárias, durante o segundo governo Lula, provocou o pânico da família Marinho, segundo Morais. Os recursos antes distribuídos entre 400 emissoras de rádio, por exemplo, foram pulverizados entre mais de 4.000. "A família Marinho perdeu R$ 120 milhões por ano", disse.
Força da internet
Morais condenou a manipulação de informações pelos grandes grupos de mídia, mas disse acreditar que os brasileiros não estão perdidos, apesar do golpe. "Quem tem a verdade nunca está perdido", afirmou. "O jornalismo não acabou, hoje quem tem um celular pode ser seu próprio Roberto Marinho."
Ele disse não ter dúvida de que veículos impressos e televisão estão com os dias contados, diante da ascensão da internet. Ele citou o fenômeno da Mìdia Ninja e exemplificou com o seu próprio trabalho. "A Folha de S. Paulo me convidou para escrever um artigo sobre o golpe, que foi publicado na edição de domingo, que tem trezentos mil exemplares. No mesmo dia eu escaneei o artigo e o publiquei na minha página no Facebook, onde teve cinco milhões e duzentos mil leitores", contou. (Sua palestra para um auditório de 200 lugares, foi transmitida pela Mídia Ninja e acompanhada por mais de 10 mil pessoas.) "Se não fosse a internet e pela imprensa internacional, que foi despertada pela internet, o mundo não veria que o que está acontecendo no Brasil hoje é um golpe", ressaltou.
"O golpe vai ser devastador, mas o senhor Michel Temer vai comer o pão que o diabo amassou", previu Fernando Morais. "Ou ele vai apertar a garganta do povo e com isso vai tocar fogo no Brasil ou, se não fizer isso, não dura uma semana, porque os mesmos que estão derrubando Dilma o derrubarão também. Da minha parte, assumo o compromisso de me dedicar em tempo integral a infernizar a vida dessa gente. Que Minas Gerais se junte a nós, não por nós, que já estamos velhos, mas por nossos filhos e netos", finalizou.
Por que só agora o senhor se mexeu, ministro Teori? Por Paulo Nogueira
Está havendo uma festa estridente com o afastamento enfim de Eduardo Cunha da presidência da Câmara.
É como se o Brasil estivesse se livrando de um câncer.
O ministro Teori, depois de mais de quatro intermináveis meses, aceitou o pedido de remoção de Cunha feito pelo procurador geral Janot.
Mas o foguetório não pode esconder uma questão crucial: por que só agora Teori se mexeu?
É, neste momento, a pergunta de 1 milhão de dólares.
Não mudou nada desde que Janot entregou a solicitação de saída de Cunha em 15 de dezembro.
Quer dizer: não mudou nada em Cunha. Eram amplamente conhecidos seus crimes. Já fazia meses desde que as autoridades suíças tinham dado de bandeja às brasileiras provas de contas secretas de Cunha na Suíça.
Isso configurou perjúrio num depoimento de Cunha na Câmara em que ele afirmou não ter contas no exterior.
Muitas outras evidências se somaram a estas.
Não mudou, portanto, o quadro de Cunha nos últimos meses. Até os analfabetos políticos que o defendiam como "um corrupto nosso" passaram a sentir repugnância dele.
Na verdade, a única coisa que mudou foi que, de mãos livres o tempo todo até agora, Cunha pôde comandar o golpe que vai exterminando a frágil e jovem democracia brasileira.
Por que Teori não fez o que fez antes que Eduardo Cunha transformasse o Brasil num imenso, desolador, patético Paraguai?
Não se tratava de salvar Dilma. Mas de salvar a democracia, a dignidade, a honra nacional. E também de mostrar à sociedade que o crime não compensa.
Pela lentidão de Teori, fomos obrigados a suportar espetáculos dantescos como a sessão da Câmara em que o impeachment foi aprovado por bufões corruptos de toda espécie.
Fomos obrigados a suportar, um domingo inteiro, o rosto cínico de Cunha sentado no plenário da Câmara como um imperador, como um Nero ateando fogo no país.
Fomos obrigados a suportar o Brasil se transformando em motivo de piada no mundo inteiro, graças a deputados ridículos que dedicaram seus votos a coisas como famílias quadrangulares, maçons, pais, filhos, netos e agregados.
Fomos obrigador a suportar monstruosidades como Bolsonaro dedicar seu sim a um torturador que colocava coisas nas vaginas de prisioneiras políticas grávidas na ditadura.
Teori permitiu todas essas atrocidades nacionais por deixar engavetado o pedido de afastamento de uma das maiores vocações de corrupção da história do Brasil – provavelmente a maior.
Teori permitiu que a situação econômica se deteriorasse ainda mais com o processo de impeachment paralisando o país. Com isso, milhares, talvez milhões de brasileiros perderam seu emprego.
Por quê?
A resposta só o próprio Teori sabe.
O que é todos sabemos é que no tribunal da história Teori será exemplarmente punido por esse crime de lesa pátria.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.Fonte: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/por-que-so-agora-o-senhor-se-mexeu-ministro-teori-por-paulo-nogueira/
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