Páginas

pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

21.6.12

Opera Mundi - Deter o golpe institucional no Paraguai é a prova de fogo da Unasul

AMÉRICA DO SUL
21/06/2012 - 20h51 | Breno Altman | Caracas

Deter o golpe institucional no Paraguai é a prova de fogo da Unasul

 

Nas próximas horas, o Senado do Paraguai irá votar o impedimento do presidente Fernando Lugo. Trata-se de um processo sumário, a toque de caixa, comandado pelas forças conservadoras que detêm maioria parlamentar. Lembra muito o episódio hondurenho. Nos dois casos, as oligarquias aproveitaram-se de seu controle sobre instituições de Estado para uma intentona contra a democracia com um verniz de legalidade.
 
Por pouco, em 2005, o Brasil não viveu situação semelhante. A oposição, porém, mesmo encorajada pela mídia tradicional, não teve peito para enfrentar o presidente Lula e correr o risco da resistência nas ruas. Mas a direita paraguaia, particularmente encarnada no velho Partido Colorado do falecido ditador Alfredo Stroessner, está apostando em uma empreitada da qual fugiram seus congêneres tupiniquins.

 

Há reação popular nas ruas de Assunção. Mas esse esforço de resistência pode não ser suficiente para deter o golpe em curso. Uma cartada fundamental será jogada desde o exterior, a partir das ações e inações da União de Nações da América do Sul, a Unasul. Uma delegação de chanceleres foi despachada à capital paraguaia para protestar contra o levante antidemocrático.
 
Se falar grosso e colocar os golpistas em seu devido lugar, a Unasul terá sucesso em seu batismo diplomático. Caso mie como um gatinho, adotando um discurso pasteurizado e anódino, vai passar vergonha e envelhecerá antes da hora. Trata-se, afinal, de demonstrar que é antípoda da Organização dos Estados Americanos, a OEA, o ministério da colonização a serviço da Casa Branca, como certa vez foi qualificada por Fidel Castro. Aliás, alguém quer apostar qual será o comportamento dos EUA e seus afilhados continentais?
 
Por enquanto, o bom exemplo veio do presidente boliviano Evo Morales, que deu nome aos bois e denunciou a ação em curso como um golpe institucional. O mau passo foi dado pelo Itamaraty, que publicamente não manifestou mais que sua "apreensão" pelos acontecimentos, em uma linguagem empolada e hesitante. Rapidinha em ceder às pressões fundamentalistas do Vaticano contra os direitos das mulheres, a diplomacia brasileira parece cheia de cuidados quando é o momento de matar a cobra do golpismo.
 
Não há tempo a perder. Os diplomatas, se necessários, devem ser atropelados pelos dirigentes políticos e pelos estadistas. O recado tem que ser curto e grosso: se o presidente Lugo for derrubado, seus eventuais e ilegitimos sucessores serão tratados como párias, condenados ao mais duro isolamento e caçados como inimigos da democracia.
 
 
 

Nenhum comentário:


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz