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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

29.6.12

Flexibilização do A Voz do Brasil | Brasil de Fato

Esse é um sonho acalentado pelos empresários para dar um passo célere para a extinção desta experiência prática de regulamentação informativa no Brasil

29/06/2012

 

Beto Almeida

 

Na semana passada, os coronéis da mídia reunidos no 26º Congresso Brasileiro da Radiodifusão (Abert) ouviram com gratidão o compromisso do Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, em atuar para que o mais antigo programa de rádio do mundo, A Voz do Brasil, tenha o seu horário de veiculação flexibilizado. Esse é um sonho acalentado pelos empresários para dar um passo célere para a extinção desta experiência prática de regulamentação informativa no Brasil. O sonho dos barões da mídia é antigo, nova é a conversão de setores da esquerda à flexibilização. Em ano eleitoral, declarações em favor das teses liberais são ainda mais valorizadas.

Flexibilizado o horário de veiculação, A Voz do Brasil caminha para tornar-se inaudível, já que não há capacidade para a fiscalização se cerca de 7 mil emissoras estarão realmente difundindo o programa. Com isso, milhões e milhões de brasileiros poderão perder talvez uma das poucas oportunidades de obter informações sobre os trabalhos do executivo, do judiciário e do legislativo. Inclusive, informações importantíssimas sobre os recursos do Fundeb enviados a municípios longínquos, sobre programas do Ministério da Pesca, sobre as verbas para os programas de saúde, o Bolsa Família, o Brasil Carinhoso etc. Evidentemente, os barões da mídia, pelas rádios privadas, jamais divulgam essas informações sobre os programas sociais do governo que combatem com rancor.

Nada justifica esta flexibilização, a não ser a indefensável voracidade do grande empresariado do rádio em ter uma hora a mais de baixaria radiofônica, ou de rádio comercial e alienante. Em prejuízo da informação de uma população que vive nos grotões do campo ou da cidade, com baixíssimo índice de leitura de jornais.

Mais surpreendente foi a declaração do presidente da Câmara Federal, Marcos Maia, que prometeu colocar o projeto de lei da flexibilização na pauta, mas foi além: presente ao Congresso da Abert, pediu que haja pressão da mídia sobre o Congresso para garantir que ele seja aprovado. Ou seja, quando tanto se percebe a necessidade de regulamentar democraticamente serviços essenciais, como o da comunicação, setores da esquerda sinalizam para demolir uma prática bem sucedida de regulamentação criada na era Vargas, tal como a CLT, sempre alvo de conspirações. Quem sabe os parlamentares não vinculados à oligarquia da mídia e que só pelo A Voz do Brasil chegam à opinião pública, reagem? Assim como também deveria reagir o Fórum Nacional de Democratização da Comunicação.

 

Beto Almeida é presidente da TV Cidade Livre.

Texto originalmente publicado na edição 487 do Brasil de Fato.

 

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz